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Grécia pede novo empréstimo e promete propostas concretas

8 de julho de 2015

Atenas pede ajuda de três anos, sem especificar valor, e se compromete a realizar reformas tributária e nas aposentadorias. França e Espanha elogiam "mudança de tom".

Foto: picture-alliance/dpa/D.Gutekunst

A Grécia corre contra o tempo para convencer os seus parceiros europeus a liberar um terceiro pacote de resgate, que pode evitar a saída do país da zona do euro.

Nesta quarta-feira (08/07), o primeiro-ministro Alexis Tsipras enviou um novo pedido de ajuda bilionária ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), cumprindo assim o primeiro passo para um novo pacote de resgate.

O governo grego solicita uma ajuda de três anos, sem especificar o valor, para "cumprir as obrigações de débito e assegurar a estabilidade do sistema financeiro". Atenas se compromete a implementar medidas para garantir a sustentabilidade fiscal, o equilíbrio financeiro e o crescimento econômico.

A grande novidade no pedido diz respeito às reformas tributária e nas aposentadorias. O governo grego afirma no documento que pretende implementar "imediatamente", já na próxima segunda-feira, mudanças nesse setores.

Como serão essas reformas, no entanto, o pedido deixa em aberto. "A Grécia enviará o mais tardar na quinta-feira, dia 9 de julho, essas propostas em detalhes", afirma o documento. A mesma promessa foi feita por Tsipras nesta quinta, em Estrasburgo, diante do Parlamento Europeu. Ele afirmou que as propostas serão "concretas" e "credíveis".

Próximos passos

A Comissão Europeia deixou claro, nesta quarta-feira, que o governo tem até a meia-noite de quinta para enviar o plano detalhado aos parceiros europeus. A aprovação de um programa de regaste dependerá do teor dessas medidas.

Bancos gregos permanecem fechados por mais dois diasFoto: Reuters/Stefanos Rapanis

As propostas começam, então, a ser avaliadas pelas três instituições – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) – na sexta-feira de manhã. As análises delas serão submetidas ao Eurogrupo, que prepara então a cúpula extraordinária do Conselho Europeu, marcada para o domingo.

A Grécia deixou em aberto também o valor solicitado do empréstimo. Antes do referendo no país, o governo grego havia pedido um programa de regaste de dois anos e aproximadamente 29 bilhões de euros. Na semana passada, o FMI estimou que o país necessita até 2018 de um empréstimo de 50 bilhões de euros, acompanhado de um corte na sua dívida.

Elogios de líderes europeus

A França se posicionou novamente contra a saída da Grécia da zona do euro. "Esse pedido [da Grécia] é equilibrado, positivo. Mostra uma vontade real de avançar e de reformas", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que disse ainda que esse foi importante passo para possibilitar as negociações.

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, também elogiou o que ele chamou de mudança positiva no tom da Grécia, ao se comprometer a fazer reformas críveis para conseguir um novo empréstimo.

"O tom mudou. Não é o que estávamos ouvindo até agora, isso é positivo. O país está empenhado em iniciar reformas na segunda-feira, está empenhado em respeitar as regras e procedimentos, o que é crucial", afirmou.

Bancos fechados

Enquanto o governo tenta negociar um empréstimo em Bruxelas, a incerteza permanece grande na Grécia. Segundo a emissora de rádio estatal grega ERT, os bancos permanecem fechados no país pelo menos até a próxima segunda-feira.

As medidas de controle de capital deveriam terminar nesta quarta-feira, mas de acordo com a ERT, os gregos continuarão não podendo sacar mais de 60 euros por dia nos caixas eletrônicos. Depósitos em contas no exterior também necessitam de uma autorização do Banco Central grego e do Ministério das Finanças.

CN/rtr/dpa/lusa/afp

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