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Grécia precisa de mais tempo e mais dinheiro

25 de setembro de 2012

Diplomatas da UE estimam deficit orçamentário grego em 30 bilhões de euros. Atenas reconhece que precisa de maior prazo para cumprir metas e que extensão de resgate pode custar até 15 bilhões a mais do que o previsto.

ILLUSTRATION - Eine griechische Euro-Münze wird am Dienstag (24.07.2012) in Schwerin von den Sternen der Euro-Mitgliedsländer umgeben. Ein Staatsbankrott Griechenlands wird Medienberichten zufolge immer wahrscheinlicher. Die wichtigsten Geldgeber des Landes, allen voran Deutschland, sind nicht mehr bereit, der Regierung in Athen über die bisherigen Zusagen hinaus zu unterstützen. Foto: Jens Büttner dpa/lmv
Griechenland Euro Staatsbankrott immer wahrscheinlicher SymbolbildFoto: picture-alliance/dpa

Atenas precisa de "pelo menos mais dois anos" para restabelecer a economia do país, afirmaram bancos centrais e diplomatas da União Europeia (UE) em Bruxelas nesta segunda-feira (24/09). As instituições estimaram o novo rombo orçamentário em "cerca de 30 bilhões de euros", informou o Süddeutsche Zeitung (SZ) nesta terça-feira.

Segundo os diplomatas, a Grécia não conseguirá financiar seu orçamento sem ajuda dos países do euro já a partir de 2015, como planejado. A meta de refinanciar completamente as dívidas nos mercados a partir de 2020 também não será cumprida, escreveu o jornal alemão.

Nesta teça-feira, o governo em Atenas confirmou que, mesmo que seja concedido um prazo mais longo pelos credores para a implementação de reformas acordadas, a Grécia precisará de mais dinheiro do que o previsto. Segundo as autoridades gregas, o país necessitará de 13 a 15 bilhões de euros adicionais para cumprir suas metas orçamentárias, caso receba os dois anos a mais.

Ao mesmo tempo, o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, está convencido de que o país conseguirá cobrir a lacuna financeira sem sobrecarregar os contribuintes europeus. Segundo Stournaras, tal deficit para atingir as metas orçamentárias de 2013 e 2014 é de 13,5 bilhões de euros.

No último domingo, a revista semanal alemã Der Spiegel havia estimado o deficit em 20 bilhões de euros, a partir de relatos da Troika – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – fornecidos à publicação.

Situação se agrava

Segundo o SZ, os bancos centrais europeus apontam três razões para a lacuna financeira grega. O país em crise já havia entrado no segundo pacote de resgate com um deficit de mais de 10 bilhões de euros. Na sequência, Atenas não implementou diversas medidas de acordo com o planejado, como reformas do sistema tributário ou venda de títulos do governo. E agora, o premiê Antonis Samaras pede mais dois anos para cumprir as condições impostas pela UE.

Stournaras diz que país conseguirá se recuperar sem sobrecarregar contribuintes europeusFoto: AP

Bancos centrais também avaliam que a permanência da Grécia na zona do euro continua ameaçada. De acordo com o SZ, os países do euro querem manter Atenas na união monetária, mas temem conceder os fundos adicionais diante do ceticismo de seus cidadãos. Há a preocupação de que os governos queiram transferir a responsabilidade para o BCE.

Cortes e greves

Enquanto isso, a Grécia vê avanços nas negociações com a troika, apesar de os representantes do grupo terem suspendido seus trabalhos no país por alguns dias. Stournaras apresentou aos fiscais da Comissão Europeia, do BCE e do FMI um catálogo de medidas de austeridade de 17 bilhões de euros, mas os especialistas só reconheceram medidas no valor de até 9,5 bilhões de euros e, por isso, deixaram o país. Os fiscais anunciaram que só retornarão "quando o governo estiver pronto", segundo informações divulgadas na imprensa.

A adoção de um novo plano de austeridade no valor de 11,5 bilhões de euros é condição para o pagamento da terceira parcela do pacote de resgate de 130 bilhões de euros concedido ao país. A maior parte desse dinheiro deverá ser usada para a recapitalização dos bancos gregos.

Para a população, o novo pacote de austeridade significa, a princípio, uma piora ainda maior das condições de vida. Cortes salariais e de pensão foram anunciados, assim como o aumento da idade de aposentadoria para 67 anos.

Os sindicatos já estão se organizando contra tais medidas. Uma greve geral está planejada para esta quarta-feira (26/09). Espera-se que haja a participação de policiais, após anúncio de que seus salários seriam cortados em 7%. Há três semanas os funcionários públicos já haviam protestado contra as medidas de austeridade em Atenas.

LPF/dapd/dw/rtr
Revisão: Francis França

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