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SaúdeGrécia

Grécia tem primeira morte por covid em campo de refugiados

27 de setembro de 2020

Afegão de 61 anos que vivia em instalação perto de Atenas é primeiro requerente de refúgio a morrer desde o início da epidemia. Aumenta preocupação com avanço do vírus entre milhares de migrantes que vivem aglomerados.

Campo de Malakassa, perto de Atenas, em foto de dezembro de 2019
Campo de Malakassa, perto de Atenas, em foto de dezembro de 2019Foto: picture-alliance/dpa/A. Tzortzinis

Autoridades da Grécia anunciaram neste domingo (27/09) que um requerente de refúgio morreu em decorrência da covid-19, sendo considerada a primeira morte em um campo de migrantes desde que a epidemia de coronavírus eclodiu no país europeu, em fevereiro.

A vítima era um homem de 61 anos do Afeganistão, pai de dois filhos, que vivia no campo de refugiados de Malakassa, próximo a Atenas. Ele vinha sendo tratado da doença em um hospital na capital grega, onde acabou morrendo. Não ficou imediatamente claro quanto tempo ele passou hospitalizado. As autoridades disseram que estão rastreando seus contatos.

O campo de Malakassa, que abriga cerca de 3 mil migrantes, está em quarentena desde 7 de setembro, após moradores apresentarem resultados positivos para o coronavírus. Os campos de Schisto e Elaionas, também perto de Atenas, foram isolados na mesma época.

Outras instalações de refugiados na Grécia também foram postas em quarentena ou tiveram sua circulação restrita para conter o avanço da doença, em meio a preocupações quanto à disseminação entre milhares de requerentes de refúgio que vivem em condições degradantes nesses locais.

Na ilha de Lesbos, após o incêndio que destruiu o campo de Moria, o maior do país, mais de 240 pessoas apresentaram resultados positivos. O fogo deixou mais de 12 mil desabrigados no início de setembro, e a maioria foi acomodada num acampamento provisório na mesma ilha.

Neste domingo, o governo da Alemanha informou que 50 menores refugiados desacompanhados de Moria deverão chegar ao país na próxima quarta-feira. A nação europeia acolherá 150 dos 400 menores desacompanhados que viviam no campo destruído.

Outras 20 crianças que precisam de tratamento médico e seus familiares também viajarão para a Alemanha com o grupo, que deverá ter um total de 140 pessoas.

A Grécia tem sido a principal porta de entrada na União Europeia (UE) para pessoas que fogem de conflitos no Oriente Médio e outras regiões. Mais de 1 milhão de pessoas chegaram às suas margens a partir da Turquia entre 2015 e 2016.

Estima-se que ao menos 110 mil pessoas vivam atualmente em instalações para migrantes no país, sendo 40 mil delas em campos superlotados em cinco ilhas gregas.

Neste domingo, as autoridades de saúde da Grécia relataram 218 novos casos confirmados de covid-19 em todo o país, além de três mortes – incluindo a do refugiado afegão.

Ao todo, a Grécia registrou 17.444 infecções, e 379 pessoas morreram no país desde o início da pandemia, com uma idade média de 78 anos. Atualmente, 68 pacientes estão internados em unidades de terapia intensiva.

EK/afp/dpa/lusa/rtr

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