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Entrevista

24 de agosto de 2010

Em entrevista, o atacante do Wolfsbrug e melhor jogador da Bundesliga de 2009, revela seus planos para a temporada, avalia sua experiência na Copa do Mundo e fala das metas para esta rodada do campeonato alemão.

'O Wolfsburg é minha prioridade', diz jogador brasileiroFoto: picture-alliance/ dpa

Deutsche Welle: O Wolfsburg perdeu (por 2 a 1) o primeiro jogo no campeonato alemão em Munique. Esse resultado não é o que se pode chamar de "um bom início" de temporada?

Grafite: Iniciar uma temporada contra o Bayern de Munique nunca é bom, mas acho que fizemos um bom jogo, especialmente no segundo tempo. E, no final, fomos castigados duramente com o gol do Schweinsteiger no último minuto. O técnico modificou o esquema com a entrada do Misimovic e assim conseguimos melhorar e ter mais posse de bola. Se continuarmos assim, vamos conseguir três pontos com freqüência.

A propósito dessa mudança: nota-se que falta no Wolfsburg um volante criativo, talvez por isso haja tentativas de contratar Diego, atualmente no Juventus...

Acho que no primeiro tempo contra o Bayern de Munique faltou esse jogador. Josué assumiu essa tarefa, mas essas não são suas aptidões. Com a entrada do Misimovic, tivemos o homem que precisávamos, ele é um grande jogador. Se Diego puder vir, seria uma grande ajuda, mas Misimovic é um excelente meio-de-campo.

Você conversou com o Diego sobre a possibilidade de uma vinda para o Wolfsburg?

Não, ele tem mais contato com o Josué, eles trocaram algumas mensagens de texto pelo celular, mas isso dependia de um acordo entre o Wolfsburg e o Juventus, o que, pelo que sei, não aconteceu.

Você está na reserva nesta temporada. Está triste no banco?

Sim, de verdade, fico um pouco triste no banco de reservas e por não poder ajudar mais o time em campo, mas essa é uma decisão do técnico. E eu respeito e continuarei trabalhando para que ele me dê uma oportunidade.

Você conversou com o técnico sobre o papel que ele tem reservado para você na equipe nesta temporada?

Sim, quando voltamos das férias conversamos, e ele me apresentou o esquema tático que utilizará para este ano, me perguntou se eu estava em condições de jogar pela direita e pela esquerda. Eu respondi que sim, mas não sou um jogador com características de marcação, o que ele quer é um [jogador] mais avançado, que faça as duas coisas – ataque e defesa -– e isso complica as coisas para mim.

Mas isso se pode aprender e melhorar.

Sim, mas para isso preciso jogar com a equipe titular e não estar na segunda fila. Mas estou tranquilo e me propus ajudar o time o melhor que possa quando me derem a oportunidade de entrar.

Está é uma temporada para voltar a fazer conquistas no futebol alemão?

Essa é a tarefa à qual me propus: mostrar de novo o bom futebol que me consagrou na Alemanha. Estou preparado para que isso aconteça. Isso foi o que me permitiu ir à Copa do Mundo, estar na lista dos 23 jogadores que representaram o Brasil na África do Sul e espero continuar assim. Quero repetir a experiência de duas temporadas atrás, quero voltar a ser artilheiro da Bundesliga.

O que você achou da experiência na Copa do Mundo?

Excelente, muito boa. A seleção não atingiu seu propósito, as metas do Brasil na África do Sul não foram alcançadas, mas, para mim, foi uma experiência muito agradável, onde aprendi muitas coisas em um ambiente fantástico, que não existe no futebol normal. O Mundial é outra coisa e estou muito feliz de ter estado lá.

Copa do Mundo é 'ambiente único no futebol', segundo GrafiteFoto: picture-alliance/augenklick/firo Sportphoto

Agora que Dunga não é mais o técnico do Brasil, o Grafite começa outra vez do zero na seleção?


Não sei, o novo técnico tem outro pensamento, quer usar jogadores novos e tem quatro anos para se preparar para a Copa do Mundo. É um tempo longo. No jogo mais recente da seleção, estiveram apenas quatro jogadores dos 23 que foram à África, isso mostra o espírito de renovação. Estou tranquilo, vou continuar trabalhando, e se volto a mostrar esse alto nível de futebol, que já mostrei uma vez na Bundesliga, tenho certeza que voltarei à seleção.

O primeiro passo rumo à Copa do Mundo 2014 no Brasil seria uma convocatória para a Copa América do próximo ano...

A Copa América na Argentina é o que vem imediatamente, porém, para pensar nela, tenho que fazer um bom campeonato aqui na Bundesliga. Por isso o Wolfsburg é minha prioridade. Só marcando gols, fazendo bons jogos aqui é que melhoram minhas chances de estar na seleção.

A Bundesliga é como um trampolim para a Copa América 2011 e para o Mundial de 2014?

Sim, tenho um fator positivo a meu lado: jogo em um dos quatro melhores campeonatos do mundo. A Bundesliga, a Premiere League inglesa, o campeonato espanhol e o Calcio italiano são o melhor que há no futebol internacional. Estar aqui na Alemanha aumenta minhas chances.

Havia rumores, no início da temporada, de que você queria deixar a Bundesliga. É verdade isso?

Houve muita especulação e aproximação de outros clubes, houve uma grande oferta do Rubin Kasan e outras propostas de clubes importantes da Europa. A verdade é que preciso conversar com os diretores do Wolfsburg, porque se aparecer uma boa oferta, o melhor então seria partir. No momento, meu desejo é permanecer na Alemanha e ajudar o time, mas se houver ofertas que sejam convenientes para todos, é preciso que conversemos sobre o assunto.

'Se houver ofertas convenientes, vou'Foto: DW/Roselaine Wandscheer


Rubin Kasan é um time russo. Como você mesmo disse, o campeonato da Rússia não é tão competitivo quanto a Bundesliga. O perigo seria, para você, desaparecer do cenário do grande futebol.

Sim, tem isso, mas, por outro lado, há o fator financeiro, que pesa muito. E devo pensar também no meu futuro. De toda forma, como já disse, meu desejo é ficar na Bundesliga por mais dois anos.

Autor: Daniel Martínez (la)
Revisão: Soraia Vilela

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