Grande Barreira de Coral sofre danos sem precedentes
10 de abril de 2017
Área danificada atinge 1.500 quilômetros, equivalente a dois terços. Pesquisadores dizem que corais danificados por dois anos seguidos de branqueamento têm chances mínimas de recuperação.
Anúncio
Cerca de 1.500 quilômetros da Grande Barreira de Coral australiana – o equivalente a dois terços – estão danificados após dois anos seguidos de branqueamento, disseram cientistas australianos nesta segunda-feira (10/04).
No mês passado, os cientistas disseram que haviam detectado um intenso processo de branqueamento também em 2017, após uma ocorrência semelhante no ano anterior. A causa do fenômeno seria a elevação acima da média das temperaturas das águas do oceano.
"O impacto combinado desse branqueamento consecutivo se estende ao longo de 1.500 quilômetros, deixando apenas um terço situado ao sul ileso", afirmou o diretor do Centro de Estudos de Corais da Universidade James Cook, Terry Hugues. Fenômenos similares aconteceram em 1998 e 2002.
Em 2016, o branqueamento causado por um aumento acima da média nas temperaturas das águas, combinado com os efeitos do fenômeno meteorológico El Niño, afetou sobretudo a parte norte da Grande Barreira de Coral. Este ano, principalmente a parte central está sendo afetada. "Em 2017 estamos vendo um branqueamento intenso, mesmo sem a ajuda do El Niño", disse Hughes.
Branqueamento intenso de corais na Austrália
01:09
"Os corais descoloridos não são necessariamente corais mortos, mas, na região central, severamente afetada, antecipamos que se registraram altos níveis de perda de corais", afirmou o cientista James Kerry, que também participou dos estudos. Segundo ele, os corais demoram cerca de uma década para se recuperar completamente. "Branqueamentos intensos com 12 meses de intervalo oferecem uma perspectiva nula de recuperação para os corais danificados em 2016."
A passagem do ciclone tropical Debbie, que atingiu o nordeste australiano no final de março, causou danos ainda maiores aos corais. "Provavelmente, qualquer efeito de arrefecimento relacionado com o ciclone será insignificante em relação ao dano que ele causou, já que infelizmente atingiu uma parte do recife que havia escapado à pior parte do branqueamento", disse Kerry.
A deterioração da Grande Barreira de Coral começou na década de 1990, ocasionada pelo duplo impacto do aquecimento da água do mar e do aumento da acidez gerado pela maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Grande Barreira de Coral abriga cerca de 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e quatro mil variedades de moluscos.
RC/afp/lusa
O maravilhoso mundo dos liquens
Os liquens são associações simbióticas entre fungos e algas. Eles existem em todo o mundo, em formas e cores variadas. Vistos de perto, parecem mundos de fantasia.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Graz
Variedade
Os liquens vivem no chão das matas, em árvores, muros e calçadas. Esta forma de vida não é só interessante para os biólogos e o ecossistema, ela também é decorativa.
Foto: DW/B. Osterath
Cobertura de rochas
Os liquens conseguem se desenvolver em ambientes onde outras formas de vida não sobrevivem. Por exemplo, em rochas. Na foto, a espécie Rhizocarpon geograficum, que parece uma floresta vista do espaço.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Koblenz
Seres complexos
Os liquens são uma interação ecológica entre fungos e algas. O fungo (em marrom na foto) armazena as células das algas (em verde), que através da fotossíntese produzem alimento para os fungos.
Foto: Frank Bungartz/Arizona State University
Decoração e pasto
O Cladonia rangiferina, também chamado líquen das renas, na Europa é muito usado em arranjos para cemitérios. Também as miniárvores no modelismo são feitas com este material. No inverno europeu, é muito apreciado pelas renas.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Koblenz
Cuidado, veneno!
O líquen Letharia vulpina é uma das poucas variedades venenosas. Antigamente até era usado para envenenar lobos.
Foto: Martin Grube/Uni Graz
Como uma barba
Os liquens reagem de forma muito sensível à poluição do ar. As variedades mais vulneráveis são encontradas hoje em apenas alguns lugares do planeta. A da foto, da espécie Usnea longissima, é encontrada na Noruega, mas já extinta na Alemanha, por exemplo.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Koblenz
Uso medicinal
A variedade Cetraria islandica ou musgo da Islândia, é base para pastilhas e chás para a garganta. Na realidade, não se trata de um musgo, e sim de um líquen.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Koblenz
Aspecto exótico
Muitos tipos de liquens têm um aspecto insólito, como o Leucodecton occultum, que cresce nas ilhas Galápagos.
Foto: Frank Bungartz/Charles Darwin Foundation
Diversidade, mesmo no lixo
Os liquens crescem mesmo em regiões inóspitas, como a Antártida, no deserto ou em picos de montanhas muito altas. E também no lixo, como nesta garrafa PET encontrada em Galápagos.
Foto: Charles Darwin Foundation/F. Bungartz
Cogumelos marrons?
Os liquens se reproduzem através de esporos. Para isso, eles formam os chamados corpos de frutificação, na foto, em forma de pequenas cabeças marrons.
Foto: Dorothee Killmann/Uni Graz
Rica diversidade
Os pesquisadores acreditam que existam mais de 20 mil espécies de liquens. E estão sempre descobrindo novos, como estes, que parecem cenouras, de Ruanda.