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'Pérola da Pomerânia'

19 de janeiro de 2008

Uma das fundadoras da Liga Hanseática no século 13, a cidade conseguiu manter seu caráter histórico. A localização no litoral do Mar Báltico também é fator de atração.

Prédios em diferentes estilos na praça central

Quem passear com os olhos pelo mapa da Alemanha precisará deixar o olhar deslizar pelo estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental até o extremo nordeste do país, para descobrir o nome Greifswald. Se, em razão disso, concluir que a cidade fica fora de mão e que uma viagem até lá não valeria a pena, estará se enganando.

O Mar Báltico se estende praticamente até a praça central, nas águas rasas de uma bacia que se liga ao mar aberto por uma passagem estreita e que tem ali o nome de Greifswalder Bodden. E este é apenas um dos detalhes pitorescos da "pérola da Pomerânia".

A Liga Hanseática

A primeira menção ao Oppidum Gripheswald num documento deu-se em 1248. Hoje poucos sabem que a cidade foi, em 1299, uma das co-fundadoras da Hansa ou Liga Hanseática, uma aliança comercial que congregava, entre outras, Lübeck, Rostock, Bremen e Hamburgo.

Três igrejas de tijolos expostos em estilo gótico, que ainda hoje marcam a silhueta da cidade, são originárias do século 13. A população associa com elas apelidos carinhosos que se referem à forma de suas torres características: o "Nicolau Comprido", a "Maria Gorduchinha" e o "Pequeno Tiago".

Inspiração para românticos

A Prefeitura (e) foi reconstruída nos séculos 16 e 17 em estilo barrocoFoto: picture-alliance/ZB

A prefeitura, inicialmente também gótica, foi reconstruída em estilo barroco, depois de passar por diversos incêndios. É também barroco o prédio principal da universidade, cuja fundação remonta ao ano de 1456.

Em 1774, nasceu em Greifswald Caspar David Friedrich, o principal representante da pintura paisagística do Romantismo alemão. A cidade e seus arredores serviram de inspiração para inúmeros quadros do pintor.

Mas faltou pouco para que boa parte da silhueta histórica reproduzida nas pinturas de Caspar Friedrich desaparecesse. Ao contrário do que se poderia pensar e do que aconteceu em muitas cidades alemãs, as destruições não foram resultado da Segunda Guerra Mundial. Pelo contrário, a cidade foi preservada de bombardeios, porque seu comandante a entregou sem resistência ao Exército soviético em 1945.

Vista aérea do centro histórico, hoje quase totalmente recuperadoFoto: picture-alliance/ZB

A política habitacional da então República Democrática Alemã, que dava preferência à construção de novos blocos habitacionais, em detrimento da conservação, é que foi responsável pelo abandono e pela decadência a que ficou entregue o centro histórico de Greifswald até 1989.

Recuperação e novo brilho

Após a queda do Muro de Berlim, a população se dedicou à recuperação e reconstrução de sua cidade. Hoje enfileiram-se nas ruas, e em especial na praça central (Marktplatz), fachadas e frontões góticos, barrocos e renascentistas em cores vivas e brilhantes, cuidadosamente restaurados.

Ruínas do mosteiro de Eldena, a alguns quilômetros do centro, foram motivo de muitos quadros de C.D. Friedrich

Caminhar pelas ruas transmite a sensação de um passeio pela história. Uma visita à galeria de pinturas do Pommersches Landesmuseum permite apreciar trabalhos de Caspar David Friedrich, o filho mais ilustre da cidade, de Vincent van Gogh, Max Liebermann e outros. O festival Nordischer Klang, maior evento cultural da cidade, atrai todos os anos com um amplo programa de música clássica, jazz e rock, exposições de artes e fotografias, sessões de leituras, filmes e programas infantis. O foco são os países nórdicos.

E o Báltico está logo ali, convidando à praia e a excursões até as ilhas de Rügen e Usedom, importantes centros turísticos, com muita natureza e balneários históricos. Alguém tinha pensado que uma visita a Greifswald não vale a pena? (lk)

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