Às vésperas de se encontrar com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, em Berlim, ativista sueca reclama da "inação política" dos líderes europeus e exige maior compromisso com o Acordo de Paris.
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A ativista sueca Greta Thunberg criticou nesta quarta-feira (19/08) a "inação política" dos líderes europeus diante do que considera uma grave crise ambiental. Às vésperas do encontro marcado em Berlim com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a jovem de 17 anos lamentou, ainda, o tempo perdido nestes "dois anos cruciais" desde que liderou a primeira paralisação escolar global pelo clima, em 20 de agosto de 2018.
As palavras de Greta foram publicadas pelo jornal britânico The Guardian, num texto assinado em conjunto com outras três jovens ativistas, Luisa Neubauer, Anuna De Wever e Adélaïde Charlier. Elas avaliam que os dois anos de greves nas escolas estimularam, sim, compromissos políticos e "grandes discursos", mas ainda falta tratar a crise climática e ecológica pelo que é: uma crise.
"A lacuna entre o que precisamos fazer e o que realmente está sendo feito aumenta a cada minuto. Efetivamente, perdemos mais dois anos cruciais devido à inação política", afirmam as ativistas.
Praticamente nada foi feito pelo clima, diz Greta
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No encontro com Merkel, o grupo pretende dizer à chefe de governo que "ela terá que encarar a emergência climática, em especial porque a Alemanha agora detém a presidência do Conselho Europeu".
"A Europa tem a responsabilidade de agir", instaram, frisando que as nações da União Europeia (EU) e o Reino Unido foram responsáveis por cerca de 22% das "emissões globais acumulativas históricas". "É imoral que os países que menos contribuíram para causar o problema estejam sofrendo primeiro e mais."
No texto, elas prometem ainda entregar a Merkel uma carta aberta com 125 mil assinaturas, exigindo que os líderes da UE "parem de fingir que podemos resolver a crise climática e ecológica sem tratá-la como uma crise".
A carta exorta os governos a suspenderem todos os investimentos na exploração e extração de combustível fóssil, acabarem com os subsídios e "retirarem imediata e completamente os investimentos nos combustíveis fósseis".
"No Acordo de Paris, os líderes mundiais se comprometeram a manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C [em relação aos níveis pré-industriais], tendo 1,5 °C como meta. Nossas exigências demonstram o que esse compromisso significa. No entanto, isso é apenas o mínimo que precisa ser feito para cumprir essas promessas."
Imagens dos protestos mundiais da Greve Global pelo Clima
Estudantes e jovens em cerca de 150 países saíram às ruas para pedir ações políticas concretas contra as mudanças climáticas.
Foto: Getty Images/D. Angerer
Protestos nos EUA
Manifestantes em frente ao Capitólio, a sede do Congresso dos EUA. Manifestações ocorreram em todos os 50 estados americanos. Os maiores atos foram registrados em Nova York, Los Angeles e São Francisco.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Wolf
Protesto em Berlim reúne 270 mil
Na Alemanha, os organizadores estimaram que 1,4 milhão de pessoas participaram dos protestos – 270 mil apenas em Berlim, segundo a polícia local. Uma multidão se concentrou em volta do prédio do Reichstag, a sede do Parlamento alemão, e do Portão de Brandemburgo.
Foto: AFP/Getty Images/A. Schmidt
Protestos em cidades alemãs
Manifestações também foram registradas em Hamburgo. A polícia estimou que 70 mil pessoas participaram. Também foram registradas multidões com 20 mil pessoas em Munique, Münster e Freiburg. Na capital da Baviera, ativistas se apoiaram em blocos de gelo e enrolaram cordas no pescoço para simular que a mudança climática tem o efeito de uma forca sobre a humanidade.
Foto: Reuters/M. Dalder
Suecos pedem mais ação contra mudanças climáticas
Em Estocolmo, milhares de pessoas aderiram à greve. Vários exibiram cartazes e faixas com o lema da campanha lançada por Greta Thunberg na língua nativa da ativista: Skolstrejk för klimatet!".
Foto: Reuters/TT News Agency/S. Stjernkvist
Protestos na África
Manifestantes em Abuja, na Nigéria. Também foram registrados protestos na África do Sul, Quênia, Uganda e Ruanda.
Foto: DW/W. Abubakar Idris
Greve na Índia
O movimento também ganhou adesão na Índia, onde foram registrados protestos em Bombaim e Nova Déli.
Foto: Getty Images/AFP/I. Mukherjee
Protestos no Brasil
Jovens em manifestação no Rio de Janeiro. Também foram registrados protestos em São Paulo, Recife e Brasília. Vários manifestantes exibiram faixas e cartazes contra as políticas ambientais do governo do presidente Jair Bolsonaro e denunciando as queimadas da Amazônia.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Izquierdo
Protestos no Reino Unido
A Greve Global pelo Clima também ganhou a adesão de estudantes da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Manifestantes também saíram às ruas de Edimburgo e Belfast. Em Londres, os organizadores estimaram que 100 mil pessoas participaram.
Foto: picture-alliance/empics/J. Giddens
Greta em Nova York
As manifestações desta sexta-feira fazem parte de uma iniciativa lançada pela ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que sensibilizou jovens em todo o mundo desde que começou a fazer protestos solitários em frente ao Parlamento sueco com um cartaz que propunha uma greve escolar pelo clima. Hoje, Greta tomou parte na manifestação de Nova York, que reuniu xx mil pessoas.