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Greta Thunberg se junta a indígenas em protesto na Noruega

27 de fevereiro de 2023

Povo sami, com o apoio da ativista ambiental, pede que governo norueguês cumpra decisão judicial que considera ilegais turbinas eólicas no noroeste do país. As turbinas afugentam as renas, prejudicando o pastoreio.

Greta segura uma placa
Greta se juntou a protesto em frente ao Ministério da Energia em OsloFoto: Rodrigo Freitas/NTB/picture alliance

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg juntou-se a manifestantes indígenas Sami nesta segunda-feira (27/02) na Noruega para protestar contra turbinas eólicas.

Os indígenas bloquearam a entrada do Ministério da Energia na capital, Oslo, e pedem que o governo cumpra uma ordem judicial que considera ilegais as turbinas eólicas no noroeste da Noruega.

O  povo indígena Sami- antigamente conhecidos como lapões - pastoreia renas há séculos e está espalhado principalmente em partes da Noruega, mas também na Suécia, Finlândia e Rússia. A prática do pastoreio de renas representa não só o sustento desse povo, como também a preservação de sua tradição.

Os pastores argumentam que os sons altos produzidos pelas turbinas eólicas afugentam as renas. Em 2021, a Suprema Corte da Noruega decidiu que dois parques eólicos no noroeste da península de Fosen violavam os direitos de seis famílias Sami.

Segundo a decisão, as turbinas iam contra a Convenção Internacional da ONU sobre Direitos Civis e Políticos, pois impediam as famílias Sami de praticar sua cultura de pastoreio de renas. A decisão da Corte, no entanto, não disse o que deveria acontecer com as turbinas, motivo pela qual elas estão em operação até hoje.

Povo sami pastoreia renas há séculosFoto: Heiko Junge/AP Photo/picture alliance

"Direitos indígenas, direitos humanos, devem andar de mãos dadas com proteção climática e ação climática. Isso não pode acontecer às custas de algumas pessoas. Então não é justiça climática", disse Thunberg à agência de notícias Reuters.

Os manifestantes ocupavam desde quinta-feira a área de recepção do ministério e foram removidos à força e detidos temporariamente na madrugada desta segunda-feira. Horas depois, voltaram a se reunir, desta vez do lado de fora do ministério.

Os manifestantes sami usavam o gakti, seu traje tradicional, do avesso, como sinal de dissidência.

O que diz o governo

O Ministério da Energia norueguês disse que espera encontrar um meio-termo sobre o que chamou de "um dilema legal complexo".

"Entendemos que este caso é um fardo para os criadores de renas", afirmou o ministro de Energia e Petróleo, Terje Aasland, em comunicado à Reuters.

As 151 turbinas fornecem energia para cerca de 100 mil lares noruegueses. Os proprietários dos parques eólicos incluem a alemã Stadtwerke München, as concessionárias norueguesas Statkraft e TroenderEnergi e as empresas suíças Energy Infrastructure Partners e BKW.

(AFP, Reuters)

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