Cancelamentos acontecem sobretudo nos aeroportos de Frankfurt e Munique. Paralisação atinge 876 voos operados pela companhia aérea alemã, 51 deles com rotas internacionais, inclusive com destino ao Brasil.
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Cerca de 100 mil passageiros são afetados pela greve de pilotos da companhia aérea Lufthansa nesta quarta-feira (23/11), informou a empresa alemã em comunicado. Ao total, 876 voos operados pelo grupo foram cancelados, 51 deles sendo rotas internacionais. A paralisação deve se estender até a meia-noite de quinta-feira (hora local).
Segundo comunicado da Lufthansa, dos 3 mil voos programados, apenas 2.124 serão realizados. Os 5,4 mil pilotos da companhia paralisaram suas atividades à meia-noite, no que já representa a 14ª greve do grupo desde abril de 2014.
A companhia recorreu a um tribunal de Frankfurt para impedir a greve, mas o pedido foi rejeitado.
A greve afeta sobretudo os aeroportos de Frankfurt e Munique, mas envolve apenas rotas da Lufthansa. Voos operados pelas subsidiárias Germanwings, Eurowings, Air Dolomiti, Austrian Airlines, Swiss e Brussels Airlines deverão operar normalmente.
O voo LH 506, que partiria de Frankfurt para São Paulo-Guarulhos às 21h55 (hora local), foi cancelado. No site da Lufthansa ainda não há confirmação se o mesmo voo programado para a quinta-feira sairá.
Nesta quinta-feira, estão previstos ainda dois voos da Lufthansa saindo do Brasil em direção a Frankfurt – o LH 501, que parte do Rio, e o LH 507, de São Paulo. Ainda não há informação se ambos serão afetados pela greve.
A greve dos pilotos da companhia aérea foi convocada pelo sindicato Cockpit depois de terem fracassado as negociações para um acordo coletivo. A última rodada de negociações entre a empresa e o sindicato foi interrompida em setembro de 2015.
Os pilotos pedem aumentos salariais de 3,66% por ano com efeitos retroativos desde 2012. A Lufthansa oferece 2,5% durante um período de seis anos.
IP/efe/lusa/afp/rtr
Panes inacreditáveis nas obras do aeroporto de Berlim
Desde o início das obras, há dez anos, erros de projeto e falhas de execução vêm atrasando a abertura do BER, na capital alemã. Veja os principais desastres.
Foto: picture-alliance/dpa
Cinco anos de atraso... até agora
A inauguração do novo aeroporto de Berlim estava inicialmente prevista para 30 de outubro de 2011. A meta não se concretizou quando uma das empreiteiras faliu. A abertura foi adiada quatro vezes, seja por o sistema anti-incêndios não funcionar ou o telhado ameaçar ruir. Milhares de falhas atrasaram a tão esperada construção do BER. Agora, a inauguração está prevista para o final de 2017.
Foto: picture alliance/dpa
Perigo de incêndio
O maior problema do novo aeroporto é o sistema anti-incêndio. As leis de segurança alemãs são rígidas, mas o excesso de burocracia também não explica as deficiências na obra. O sistema de ventilação, por exemplo, não funcionava corretamente de início por um erro dos arquitetos, que queriam canalizar a fumaça por debaixo do saguão do aeroporto. Corrigir esse equívoco foi complicado e custoso.
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Espaguete de cabos
Outro problema da segurança é a grande quantidade de cabos superpostos. Na ampliação dos terminais, as firmas foram simplesmente colocando mais e mais fios nas linhas, até elas ficarem superlotadas. O acúmulo de calor resultante é perigoso, podendo causar incêndios. Como mais tarde se constatou, grande parte dos cabos foi colocada de forma aleatória, sem planejamento nem consulta prévia.
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Escadas curtas demais
Como quem viaja por um aeroporto internacional geralmente carrega malas pesadas, sistemas de transporte são uma necessidade absoluta. No BER, as escadas rolantes entre o terminal de embarque e a estação ferroviária subterrânea ficaram alguns degraus curtas demais. Também as esteiras de bagagem eram insuficientes – em número e extensão.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Mais de mil árvores erradas
Também na arborização houve panes: 1.036 tílias de um tipo diferente do previsto foram plantadas. Segundo a mídia, os jardineiros haviam feito a encomenda errada: em vez da espécie alemã mais selvagem, uma holandesa, cultivada. Acabaram sendo removidas 600 árvores. Enquanto isso, as ervas daninhas aproveitam os atrasos para ir se alastrando.
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Indicações para confundir
Quase um terço das 4 mil salas trazia indicações erradas: até as portas tinham números incorretos. Por quê? Falhas de comunicação: havia modificações constantes no projeto, sem o devido acompanhamento e catalogação. Também aqui, potencial para catástrofes, já que a identificação correta das portas é imprescindível para o trabalho de bombeiros, policiais e equipes médicas.
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Explosão de gastos
Oficialmente, a previsão de gastos do início ao fim da obra já aumentou de 2 bilhões para 5,4 bilhões de euros. O aeroporto terá o nome do ex-chanceler federal e ex-prefeito de Berlim Willy Brandt. Ele está sendo construído no local do aeroporto Schönenfeld, no sudeste da cidade, na antiga Alemanha Oriental, assumindo também as operações do Tegel e do Tempelhof, já fechado.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Corrupção também
O ex-diretor técnico do aeroporto foi condenado por ter recebido 500 mil euros em propinas. Além disso, descobriu-se que quem assinou o plano de segurança nem era engenheiro, apenas desenhista técnico. Segundo os críticos, esse tipo de envolvimento de pessoal não qualificado é a principal causa dos fiascos no futuro aeroporto internacional de Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Cadê os responsáveis?
Em três anos, quatro responsáveis pelas obras largaram o posto. Foi o caso de Hartmut Mehdorn (esq.), também ex-chefe da companhia ferroviária Deutsche Bahn. Uma comissão de inquérito, encarregada de investigar causas, consequências e responsabilidades do aumento de custos e atrasos nas obras do BER, chegou à conclusão de que houve uma "perda coletiva de noção da realidade".