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Greve de maquinistas paralisa trens na Alemanha

16 de novembro de 2023

Sindicato reivindica 25% de aumento salarial e redução da jornada de trabalho de 38 para 35 horas. Em represália à paralisação, empresa de trens Deutsche Bahn se retira da mesa de negociações.

Dois trens de alta velocidade parados
Trabalhadores também pedem uma redução das jornadas de 38 para 35 horas semanaisFoto: Frank Hoermann/SvenSimon/picture alliance

Uma greve dos operadores de trens na Alemanha provocou cancelamentos em massa em todo o país nesta quinta-feira (16/11), com apenas 20% dos trens em circulação.

O Sindicato dos Maquinistas da Alemanha (GDL, na sigla em alemão) disse que os efeitos da chamada greve de advertência – ou greve relâmpago – iniciada na noite desta quarta-feira, variavam entre os estados do país.

"Em algumas regiões não há nenhum trem circulando", informou durante a paralisação a empresa ferroviária alemã Deutsche Bahn (DB). Além de afetar o tráfego de passageiros, o prejuízo aos transportes de carga também devem ser grandes.

Após o fim das paralisações no final da tarde desta quinta-feira, a DB disse que trabalhava para retomar à normalidade com a maior rapidez possível.

Ainda assim, era esperado que houvesse complicações aos passageiros na sexta-feira, quando muitas pessoas iniciam suas viagens do fim de semana.

Salários e jornada de trabalho

A demanda principal do GDL são os salários. O sindicato exige um aumento de 555 euros por mês (R$ 2,9 mil) e um bônus de 3 mil euros para compensar a inflação em um período de 12 meses, além de aumentos da remuneração nos turnos de trabalho. Em contrapartida, a DB concordou em um aumento de 11% e um bônus de 2.850 euros pagos em 32 meses.

Os trabalhadores também pedem uma redução das jornadas de 38 para 35 horas semanais, sem alteração nos salários. A Deutsche Bahn, porém, considera a reivindicação inviável. O sindicato sinalizou que aceitaria abrir mão da exigência.

Após o fim das paralisações, DB disse que trabalhava para retomar à normalidade com a maior rapidez possível.Foto: Micha Korb/pressefoto_korb/picture alliance

Uma nova rodada de negociações deveria ocorrer nesta quinta e sexta-feira, mas a Deutsche Bahn se retirou do debate após o início da greve. "Ou se faz greve ou se negocia. Não se pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo", afirmou o diretor de recursos humanos da empresa, Martin Seiler.

"Qualquer um que romper esse acordo nesse formato e convocar greves com pouca antecedência [...] não deve esperar que nós continuemos sentados à mesa de negociações", acrescentou.

Por outro lado, o chefe do GDL, Claus Weselsky, disse que uma greve relâmpago durante as negociações não é algo incomum. "É um processo completamente normal de reivindicação coletiva quando os funcionários percebem que o outro lado precisa de uma lição."

Weselsky comemorou a grande adesão à paralisação. "Temos também despachantes em greve, temos toda a equipe em greve. Estamos completamente satisfeitos com o nível de participação."

Ele, no entanto, disse que ainda não está claro quando os dois lados voltarão à mesa de negociações. "Só posso dizer que concordamos em negociar", afirmou.

Greve "irresponsável", diz Deutsche Bahn

A próxima rodada de negociações está marcada para o final da próxima semana, mas não está claro se irá de fato ocorrer.

"A greve de hoje [quinta-feira] é irresponsável, coloca um peso sobre nossos passageiros. Precisamos encontrar uma solução na mesa de negociações, não através de paralisações", criticou um porta-voz da Deutsche Bahn.

Os acordos coletivos negociados pelo GDL se aplicam a 10 mil funcionários da Deutsche Bahn. O sindicato é o menor das duas entidades representativas que cuidam dos interesses dos funcionários da empresa.

O Sindicado dos Ferroviários (EVG) já negociou acordos coletivos para cerca de 180 mil funcionários no início do ano, quando o país também enfrentou uma série de greves no transporte.

rc/le (DPA, AFP)

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