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Greve leva Lufthansa a cancelar 90% dos voos na Alemanha

7 de fevereiro de 2024

Funcionários de solo da companhia aérea pararam nos aeroportos de Frankfurt, Munique, Hamburgo, Berlim e Düsseldorf, afetando mais de 100 mil passageiros. Voo para o Brasil está entre os cancelados.

Aviões da Lufthansa alinhados em uma área do aeroporto de Munique
Paralisação afeta mais de 100 mil passageirosFoto: Sven Hoppe/dpa/picture alliance

Iniciada às 4h (horário local) desta quarta-feira (07/02), a greve de funcionários de solo da Lufthansa levou à anulação de entre 80% e 90% dos mil voos planejados pela companhia nos aeroportos de Frankfurt, Munique, Hamburgo, Berlim e Düsseldorf, afetando mais de 100 mil passageiros. Os primeiros voos foram cancelados já na noite de terça-feira.

A paralisação, com 27 horas de duração, deve prosseguir até as 7h10 desta quinta-feira. Segundo a Lufthansa, atrasos e cancelamentos ainda podem ocorrer ainda depois do fim da greve, com normalização completa dos serviços até a sexta-feira.

Os grevistas pressionam por melhores salários. O sindicato ver.di, que convocou a paralisação, pede aumento salarial de ao menos 500 euros por mês em contratos de um ano de duração, mais um pagamento único de 3 mil euros a título de reposição inflacionária. A Lufthansa argumenta que já deu aumentos salariais no passado e que ofereceu 13% mais salário e um pagamento único para repor a inflação em contratos com duração de três anos.

O setor da aviação enfrentou outras greves recentes. No domingo e segunda passados, uma subsidiária da companhia, a Discover Airlines, já havia tido suas operações comprometidas por uma greve de pilotos que durou 48 horas. Na semana passada, funcionários de segurança cruzaram os braços em 11 aeroportos alemães: Berlim, Bremen, Dresden, Düsseldorf, Erfurt, Frankfurt, Hamburgo, Hanover, Colônia, Leipzig e Stuttgart.

Voos cancelados e trem como alternativa

Em Frankfurt, de onde saem e chegam voos diretos do Brasil, a greve afeta entre 80 e 90% das 600 partidas e chegadas da Lufthansa e de uma subsidiária, a Air Dolomiti. Entre os trajetos cancelados ou adiados, estão voos com destino ao Brasil. A empresa pede que passageiros se informem no site da companhia sobre o status de seu voo.

Em Munique, mais de 400 dos 730 voos foram cancelados. Em Berlim, todas as 46 chegadas e partidas estão suspensas.

Em Düsseldorf, 14 das 15 conexões da Lufthansa para Munique e Frankfurt foram canceladas. A greve deve ainda gerar atrasos para outras companhias, já que não há pessoal para rebocar as aeronaves dos terminais. Em Hamburgo todas as 23 partidas da Lufthansa foram suspensas.

Segundo a Lufthansa, a subsidiária Eurowings, que oferece voos por outras rotas, não foi afetada.

Os passageiros afetados pela greve são orientados pela Lufthansa a remarcar suas passagens sem custo adicional ou, em caso de trajetos domésticos, trocá-la por um voucher de trem. 

Em meio à conjuntura econômica pouco animadora, mas também à escassez de mão de obra, a Alemanha tem registrado uma onda de greves nos últimos meses. A procura por sindicatos cresceu, e jovens têm demonstrado maior interesse em mobilizações trabalhistas.

O sindicato ver.di, o maior da Alemanha, que convocou as greves mais recentes, descreveu 2023 como seu ano de maior êxito desde que foi fundado, 22 anos atrás. Representando 1,9 milhão de prestadores de serviços de diversos setores, ele recebeu nesse ano 193 mil novos sócios, um ganho líquido de 40 mil filiações.

ra/cn (AFP, dpa, ots, DW)

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