Ao menos oito países europeus confirmam casos da doença. Pesquisadores afirmam que vírus H5N8 foi trazido por aves migratórias da Rússia e que surto pode piorar nas próximas semanas.
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Em meio a um surto de gripe aviária na Europa, o presidente do Instituto alemão Friedrich-Loeffler, Thomas Mettenleiter, afirmou nesta terça-feira (15/11) que o vírus H5N8 que se espalha pelo continente foi traduzido provavelmente por aves migratórias da Rússia. Pelo menos oito países na região reportaram casos de gripe aviária recentemente.
Segundo Mettenleiter, o vírus H5N8 foi detectado em meados de 2016 em aves na Rússia central, Sibéria e Mongólia, e devido à semelhança com o agente infeccioso que se espalha atualmente na Europa Central, cientistas acreditam que ele foi traduzido por aves silvestres para a região.
O especialista afirmou ainda que o surto pode piorar nas próximas semanas, pois a migração de aves do leste em direção ao oeste está apenas no começo.
Até agora, Alemanha, Suíça, Holanda, Polônia, Hungria, Dinamarca, Croácia e Áustria confirmaram casos de infecção. No estado alemão de Schleswig-Holstein, no norte do país, cerca de 30 mil galinhas foram mortas num aviário na cidade de Grumby no último domingo, como precaução, após um foco do vírus ter sido identificado na região.
As autoridades estaduais anunciaram ainda medidas de prevenção, incluindo o uso de roupas de proteção para serem usadas nos aviários e uma limpeza e desinfestação completas de todos os veículos usados para transportar aves.
Outros dois aviários no norte do país também registraram casos de gripe aviária. O vírus foi identificado ainda em aves silvestres em cinco estados alemães. Diante desse fato, alguns estados determinaram que criadores de aves mantenham os animais em locais fechados.
Destruição de ovos
Para conter o surto da doença detectada em aves silvestres, a Dinamarca ordenou nesta segunda-feira a destruição de milhares de ovos importados da Alemanha. Os ovos provinham do aviüario em Grumby. O país determinou que as aves de criação sejam mantidas em colocais fechados. A Suíça também adotou medida semelhante.
A Hungria confirmou que mais três municípios do país foram afetados pelo surto de gripe aviária. No total, cinco cidades tentam conter a doença. Diversos países, como Canadá, Israel e a Sérvia, restringiram a importação de aves húngaras.
O recente surto de gripe aviária atinge a região às vésperas do Natal, quando há uma grande procura por aves. Os produtores estão preocupados com o impacto da doença na produção e nas vendas.
Diferente dos subtipos H5N1 e H7N9, o vírus H5N8 não contagia humanos, mas pode ser fatal para aves. A gripe aviária foi detectada pela primeira vez em 2014 em aves migratórias, na Coreia do Sul. Desde então, a doença já foi identificado em criações pela Europa e levou à eliminação de vários animais.
CN/dpa/rtr/lusa/ap
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.