Grupo D: duelo dos arquirrivais
8 de junho de 2012Logo o primeiro jogo do grupo é um clássico. França e Inglaterra abrem a chave precisando, as duas, polir suas arranhadas imagens. Os ingleses, na época ainda treinados por Fabio Capello, não tiveram problemas nas eliminatórias. Eles começaram só depois.
A Football Association, a federação inglesa de futebol, retirou a faixa de capitão da seleção do jogador John Terry, por ele ter supostamente feito comentários racistas contra outro jogador do campeonato inglês. Capello não concordou com a decisão e renunciou quatro meses antes de a Euro começar. Roy Hodgson, de 64 anos, assumiu o posto.
Ele é um treinador experiente. Entretanto, sua nomeação foi controversa, causando críticas de torcedores e mídia. Sua equipe corresponde ao conhecido time da Copa de 2010, com exceção do suspenso Terry. Porém, nos dois primeiros jogos, Hodgson terá que abrir mão da estrela Wayne Rooney. O atacante está suspenso por ter tomado cartão vermelho no último jogo das eliminatórias.
França tem grandes nomes e pouca unidade
Na França, as esperanças repousam sobre o técnico Laurent Blanc. Ele assumiu o cargo após a escandalosa apresentação da equipe francesa na Copa do Mundo de 2010. Uma greve de jogadores e conflitos internos causaram na época indignação em toda a França. Blanc mudou, por causa disso, a cara de sua equipe de forma significativa.
Apesar de ter muitos jovens jogadores de talento e estrelas como Franck Ribéry (Bayern), Karim Benzema (Real Madrid) e Eric Abidal (Barcelona), a qualificação só foi conseguida com extrema dificuldade. Parece que Blanc ainda não encontrou a combinação correta para tentar conquistar um título. No entanto, a tendência parece ser claramente de melhora a cada jogo. No início do ano, a equipe comemorou uma vitória por 2 a 1 em um amistoso contra a Alemanha em Bremen.
Ucrânia tem bônus de coanfitriã
Jogando em casa em novembro do ano passado, o time empatou com os alemães em 3 a 3. O jogo serviu para mostrar a força do time ucraniano, que dominava com perfeição a tática de contra-ataque rápido e seguro armada pelo técnico Oleg Blokhin. Entretanto, a armação de jogadas deixou a desejar, assim como a defesa.
As estrelas do time são Andrei Chevchenko, que no crepúsculo da carreira está novamente jogando em seu país (Dínamo de Kiev), e Anatoly Tymoshchuk (Bayern de Munique). Infelizmente, o goleiro Alexander Schowkowski se contundiu gravemente e está fora do torneio. É difícil avaliar o potencial dos ucranianos na UEFA Euro 2012, já que eles não precisaram jogar as eliminatórias. Com o bônus de coanfitriões e a força da torcida, a seleção tem chance de passar à próxima fase.
Suécia com novo sistema tático
Suécia jogou bem nas eliminatórias da Eurocopa. Com 31 gols, esteve entre as equipes que mais marcaram. A principal razão é o moderno e ofensivo sistema 4-2-3-1 montado pelo treinador Erik Hamren. Hamren também integrou jovens talentos da bem-sucedida seleção Sub-21. O principal jogador do time é Zlatan Ibrahimovic, atacante do Milan e figura controversa.
Desde que Ibrahimovic estreou na equipe, em 2001, a Suécia venceu todos os jogos das eliminatórias em que jogou sem ele. Já com Ibrahimovic, os escandinavos tiveram uma taxa de sucesso de apenas 55%.
Alguns torcedores e setores da mídia na Suécia pedem, por isso, que Ibrahimovic não jogue no campeonato. "Eu não entendo", disse Hamren. "Acho que ele está fazendo um trabalho fantástico." Ibrahimovic é também capitão da equipe sueca, a qual tem potencial para derrotar os favoritos França e Inglaterra. Se o suecos encontrarem sua melhor forma já no início do torneio, poderão agitar bastante o grupo D.
Autor: Jens Krepela (md)
Revisão: Roselaine Wandscheer