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Grupo de Lima, Guaidó e EUA debatem próximos passos

25 de fevereiro de 2019

Em Bogotá, Pence deve anunciar "medidas claras" contra Maduro a grupo de países latino-americanos e Canadá. Brasil defenderá aumento da pressão diplomática e econômica, mantendo-se contra intervenção militar.

Juan Guaidó fala à imprensa em Bogotá
Juan Guaidó pediu que "todas as opções permaneçam abertas" na VenezuelaFoto: picture -alliance/E. Herrera

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, se reunirá com chanceleres do Grupo de Lima e com representantes do governo dos EUA em Bogotá nesta segunda-feira (25/02) para discutir os próximos passos para resolver a crise na Venezuela e forçar a saída de Nicolás Maduro do poder, após violentos conflitos no fim de semana.

Um representante sênior do governo americano afirmou que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciará "ações claras" ao se dirigir ao grupo, coalizão formada pelos chanceleres de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

"Vamos mostrar ao mundo e a Maduro que os EUA estão ao lado do povo da Venezuela e que os EUA estão ao lado de Guaidó", disse o funcionário do governo americano, que preferiu não ser identificado. "E continuaremos a ficar ao seu lado até que a democracia seja restaurada e ajuda humanitária chegue aonde precisa chegar."

O Brasil será representado na reunião pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que devem defender um aumento da pressão diplomática e econômica sobre Maduro. A posição contra uma possível intervenção militar, que poderia criar instabilidade na região, deve ser mantida.

Tentativas de entregar ajuda humanitária a venezuelanos através da fronteira com a Colômbia acabaram em violência neste fim de semana. Aliados de Maduro reprimiram violentamente as tentativas de comboios oposicionistas de ingressar na Venezuela, a partir da Colômbia e do Brasil.

Houve confrontos entre manifestantes antichavistas e forças pró-Maduro, que reforçaram bloqueios montados na fronteira colombiana, onde caminhões foram incendiados. Na fronteira com o Brasil, manifestantes atacaram e incendiaram um posto militar venezuelano

Ao final, nenhum carregamento conseguiu furar os bloqueios. Devido às dificuldades e à violência, os oposicionistas liderados por Guaidó ordenaram o retorno dos veículos carregados aos centros de armazenamento. Na sequência, Maduro anunciou o rompimento de relações diplomáticas com Bogotá, ordenando a saída dos funcionários diplomáticos colombianos da Venezuela.

Segundo relatos da oposição, pelo menos três pessoas, uma delas de 14 anos, morreram durante confrontos com paramilitares chavistas. Na sexta-feira, dois manifestantes indígenas já haviam sido mortos por forças do regime na vila venezuelana de Kumarakapay. Os feridos, em parte por armas de fogo, são calculados em torno de 300.

Líder da Assembleia Nacional que se declarou presidente interino venezuelano há cerca de um mês, Guaidó pediu que "todas as opções permaneçam abertas" contra Maduro depois do fracasso da operação de entrega de ajuda humanitária.

Maduro justifica a recusa da assistência por considerar que se trata de uma ação de propaganda política da oposição e de um primeiro passo para uma intervenção estrangeira.

Da mesma maneira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa" para "garantir que a democracia prevaleça" na Venezuela.

PJ/ap/afp/lusa/ots

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