Grupo de mascarados invade área de protestos em Hong Kong
13 de outubro de 2014Um grupo de homens mascarados investiu nesta segunda-feira (13/10) contra as barricadas dos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, entrando em confronto com a polícia, ao tentar atacar o local dos protestos liderados pelos estudantes, no centro do distrito financeiro da cidade.
As cenas de tumulto ocorreram depois que a polícia local realizou uma operação para reabrir algumas vias principais, bloqueadas há mais de 15 dias. Quando os manifestantes estavam remontando as barricadas, cerca de 25 homens, usando máscaras cirúrgicas, tentaram cortar com estiletes os cabos que prendiam as barricadas.
Em seguida, centenas de pessoas correram em direção ao local, tentando invadir a zona de protestos. De punho erguido, elas entoavam "Abram as ruas" e "Ocuppy Central é ilegal". Alguns taxistas se juntaram aos atacantes, levando seus carros até as barricadas e buzinando para expressar seu descontentamento com o fechamento das ruas. Uma fileira de policiais deteve a multidão, mantendo-a separada dos manifestantes.
Não está claro quem organizou os ataques contra os protestos. "Antes de a polícia chegar, jovens portando máscaras e roupas escuras vieram procurando briga. Ouvimos alguns dizerem que tinham armas. Não sei quem eles são, mas nós suspeitamos que sejam membros das tríades [quadrilhas do crime organizado], mas é difícil afirmar. Mas que outro tipo de grupo iria se organizar para nos atacar?", questionou um estudante.
Houve denúncias de que alguns indivíduos teriam sido pagos para tumultuar os protestos liderados pelos estudantes. Uma estação de rádio local transmitiu nesta segunda-feira um trecho de uma gravação, no qual um suposto motorista de táxi discute um pagamento equivalente a cerca de 260 dólares americanos para participar do tumulto.
Há duas semanas, os manifestantes estão bloqueando parte das ruas de Hong Kong, exigindo o direito de nomear publicamente os candidatos para o cargo de executivo-chefe daquela região administrativa chinesa. Pequim insiste em manter o controle das candidaturas.
PV/ap/dpa