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Grupo espalha sementes de maconha por cidade alemã

13 de julho de 2013

Plantas de maconha têm surgido por todos os lados na cidade universitária alemã de Göttingen. Responsável é o grupo "Filhos das Flores Autônomos", que afirma querer combater a demonização da cânabis no país.

Foto: dapd

"A cidade de Göttingen está cada vez mais verde", ironizoua revista alemã Der Spiegel em artigo publicado nesta semana em seu site. Mas não se trata de nenhuma campanha ambiental. Segundo o porta-voz da policial local, Joachim Lüther, cada vez mais plantas de maconha podem ser encontradas em áreas verdes e canteiros da cidade.

De acordo com a Spiegel, desde o início de junho o grupo Einige Autonome Blumenkinder (literalmente: "Alguns Filhos das Flores Autônomos") distribuiu vários quilos de sementes de Cannabis sativa pela cidade, "e o resultado brota agora do solo".

"O fato de não podermos ver frequentemente esta planta tanto útil quanto estética se deve à proibição de seu cultivo na Alemanha", explicou o grupo na carta em que assume a responsabilidade pela semeadura.

Prós e contras

Com a ação, o grupo pretende expressar seu protesto contra a "política de drogas restritiva da Alemanha". Não há nenhuma razão "por que a cânabis, ao contrário do álcool, não possa ser comprada legalmente", reivindicam.

O nome Einige Autonome Blumenkinder merece esclarecimento: trata-se de uma alusão a duas tendências políticas contrastantes, ambas originadas dos protestos antissistema de 1968 na Europa. Autonome é como são denominados certos grupos com tendências que vão do libertarismo ao anarquismo, classificados pelos órgãos de segurança da Alemanha, Áustria e Suíça como extremistas de esquerda. Blumenkinder, em contrapartida é uma outra denominação dos hippies, os adeptos do Flower Power.

Os "Filhos das Flores" de Göttingen defendem sua ação como um "um sinal contra a demonização da maconha", ressaltando que espalharam principalmente sementes com baixa concentração da substância psicoativa tetraidrocanabinol (THC).

Apoio verde

Já há alguns anos, a legalização da maconha é fonte de discórdia na sociedade alemã. Os oponentes argumentam que a droga não é inofensiva e, portanto, deve permanecer rigorosamente proibida. Isso se aplicaria até mesmo ao cultivo de plantas com baixa concentração de THC.

Os defensores, por sua vez, afirmam que drogas legais, como o álcool ou o cigarro, seriam muito mais perigosas do que a maconha, apontando para as dezenas de milhares de mortes ocasionadas anualmente pelo consumo de álcool e tabaco na Alemanha.

Em Göttingen, a ação recebeu o apoio da Juventude Verde (GJ, na sigla em alemão), associação de jovens ligada ao partido Aliança 90/Os Verdes. A GJ promove até mesmo um concurso de fotos, com as plantas de cânabis mais bonitas que surgirem na cidade.

Göttingen é tradicional cidade universitáriaFoto: picture alliance/dpa

A meta não é escolher uma foto vencedora, no entanto: "a beleza das fotos é suficiente". "Contemplem, bem relaxados, a beleza majestosa destas magníficas plantas", convida a associação em seu website. Segundo um porta-voz da Juventude Verde, "a legalização da maconha é uma causa que defendemos há muito tempo".

Processo por violar lei de entorpecentes

A polícia de Göttingen, no entanto, não se deixou impressionar pelos argumentos e abriu processo por violação da lei de entorpecentes. "Esta ação é algo grande, as pessoas realmente se esforçaram", disse a porta-voz da delegacia policial de Göttingen, Jasmin Kaatz. "Maconha brota de todos os lugares onde se pôde plantar", afirmou. Até mesmo diante da própria delegacia.

Segundo as autoridades policiais, as fotos do concurso da GJ também são utilizadas para identificar os locais onde foram plantados maconha. Os policias em patrulha são bastante minuciosos em sua busca: "Tudo que se parece com cânabis é arrancado", afirma Kaatz.

A polícia de Göttingen acrescenta que as plantas de maconha semeadas pelos ativistas não teriam valor e não serviriam para provocar sensações de delírio. Somente as plantas fêmeas contêm o princípio psicoativo do tetraidrocanabinol, e não é possível reconhecer, à primeira vista, a que sexo pertencem.

CA/dpa/afp

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