1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Após massacre, grupo pró-arma pede restrição a dispositivo

6 de outubro de 2017

Associação Nacional de Rifles, influente lobby das armas nos EUA, surpreende ao defender regulamentação mais rígida para venda de "bump stock", acessório que tornou armas de atirador em Las Vegas mais letais.

Bump Stock  Waffe USA  neu
Instrumento permite que armas semiautomáticas funcionem como automáticas – estas têm venda proibida nos EUAFoto: Getty Images/G.Frey

O polêmico debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos voltou à tona após o massacre em Las Vegas no fim de semana passado, que matou dezenas de pessoas. Nesta quinta-feira (05/10), uma importante organização americana pró-armas entrou no embate, mas não do lado que se esperava.

Em comunicado, a Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês), influente lobby das armas no país, afirmou ser favorável a uma regulamentação mais rígida sobre a venda dos chamados "bump stocks" – dispositivo usado pelo atirador em Las Vegas e que tornou suas armas mais letais.

Leia também: "Lobby das armas tem grande poder no governo Trump"

O acessório permite que armas semiautomáticas façam disparos em altíssima velocidade, sem que seja necessário apertar o gatilho a cada tiro, assim como funcionam as armas automáticas. Segundo investigadores, Stephen Paddock usou "bump stocks" em pelo menos 12 das armas do massacre.

"A NRA acredita que dispositivos projetados para permitir que rifles semiautomáticos funcionem como rifles totalmente automáticos devem ser sujeitos a regulamentos adicionais", declarou a associação nesta quinta-feira, quatro dias após o ataque a tiros.

O massacre em Las Vegas

00:59

This browser does not support the video element.

O grupo ainda pediu que o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, que regulamenta o porte de armas nos Estados Unidos, reveja "imediatamente se esses dispositivos estão de acordo com a lei federal" americana.

A declaração foi vista como uma atitude rara – mesmo que um passo ainda discreto – para uma organização que vem há anos se opondo veementemente a mudanças na lei sobre armas no país, inclusive após massacres sangrentos realizados com armas de fogo.

A venda dos "bump stocks" não é proibida nos Estados Unidos, mas a legislação americana não permite a venda de armas automáticas desde os anos 1980.

O debate sobre o controle de armas veio à tona inclusive entre deputados republicanos, que, assim como o presidente Donald Trump, costumam se mostrar favoráveis ao porte de armas.

O presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, disse nesta quinta-feira que o Congresso americano precisa colocar os "bump stocks" em pauta. "Eu não sabia o que era isso até esta semana, e olha que sou um esportista ávido", declarou o republicano em entrevista à emissora MSNBC.

"Armas totalmente automáticas foram proibidas há muito tempo. Aparentemente [esse dispositivo] permite que você transforme uma arma semiautomática em uma automática, então claramente é algo que precisamos analisar", acrescentou o deputado.

A senadora democrata Dianne Feinstein apresentou um projeto de lei na quarta-feira para proibir a venda de "bump stocks". Segundo seu gabinete, o instrumento permite que uma arma que dispara entre 45 e 60 tiros por minutos passe a fazer entre 400 e 800 disparos por minuto.

No domingo passado (01/10), o contador aposentado Stephen Paddock, de 64 anos, subiu ao 32º andar do hotel Mandalay Bay, em Las Vegas, e abriu fogo contra a plateia de um festival de música, deixando ao menos 58 mortos e cerca de 500 feridos. Ele se matou antes que a polícia invadisse o quarto de hotel. Autoridades ainda tentam desvendar a motivação do crime.

EK/dpa/rtr/ap/ots

Pular a seção Mais sobre este assunto