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Guarda-costas de Bin Laden vive de ajuda social na Alemanha

24 de abril de 2018

Sami A. e sua família recebem mais de mil euros mensais do estado da Renânia do Norte-Vestfália. Ele é considerado uma ameaça extremista e é monitorado pela polícia, mas não pode ser deportado para a Tunísia.

Ex-guarda-costas de Osama bin Laden, Sami A., de camiseta listrada, em uma de suas várias audiências judiciaisFoto: WDR

O ex-guarda-costas de Osama bin Laden recebe mais de mil euros em assistência social na Alemanha, revela a imprensa alemã nesta terça-feira (24/04). Sami A. vive há quase 20 anos no país sob vigilância por ser considerado um "pregador perigoso" e uma ameaça islamista, mas não pode ser deportado para a Tunísia.

A pedido do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o estado da Renânia do Norte-Vestfália comunicou repassar, de acordo com a legislação de assistência social para requerentes de refúgio, o valor de 1.167,48 euros mensais ao ex-guarda-costas de Bin Laden, segundo publicação do tabloide alemão Bild.

O valor se compõe da seguinte forma: 194 euros para Sami A. e para sua esposa, além de pagamentos entre 133 e 157 euros por cada uma das quatro crianças do casal. No entanto, para chegar ao valor de 1.167,48 euros mensais, Sami A. teria de receber outros benefícios, mas estes não foram especificados pela cidade de Bochum, onde ele mora, sob alegação de proteção de dados pessoais.

Apesar de ser considerado uma ameaça islamista na Alemanha, Sami A. não pode ser deportado. Em abril de 2017, em última instância, um tribunal da Alemanha considerou que, apesar das mudanças na situação política da Tunísia, ainda havia o risco de Sami A. enfrentar tratamento desumano ou tortura ao retornar ao país. Desta forma, Sami A. permanece na Alemanha. Todos os dias, o suposto extremista tem que se reportar à polícia em Bochum, cidade onde reside.

Desde 2006, autoridades alemãs tentam em vão deportar o ex-guarda-costas de Bin Laden. Em 2005, o Departamento de Estrangeiros chegou a negar ao tunisiano uma extensão de sua permissão de residência. Há anos, Sami A. trava uma batalha judicial contra sua deportação.

"Aqui, a lei de refúgio alemã é explorada descaradamente. Temos que financiar um terrorista com dinheiro dos impostos porque não podemos deportá-lo", disse Eckhardt Rehberg, presidente do grupo de trabalho para Orçamento Familiar da União Democrata Cristã (CDU), ao diário Bild.

Sami A. veio para a Alemanha em 1997 como estudante. De 1999 a 2000, ele passou à clandestinidade num campo afegão de treinamento terrorista e subiu ao posto de guarda-costas de Bin Laden. Atualmente, ele é casado e tem quatro filhos. Sua família tem cidadania alemã.

Nos anos seguintes ao ataque de 11 de setembro de 2001, o tunisiano esteve repetidamente sob suspeita de se mover em meio a círculos terroristas. Em 2009, o serviço de inteligência alemão chegou a deter Sami A. no carro de um suposto terrorista da Al Qaeda.

PV/ots

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