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Guatemala segue EUA e anuncia embaixada em Jerusalém

25 de dezembro de 2017

País centro-americano é o primeiro a declarar transferência de representação diplomática após Trump reconhecer cidade disputada como capital de Israel. Governo israelense agradece guatemaltecos pela "verdadeira amizade".

Jerusalém
Status de Jerusalém é uma das questões centrais no conflito entre israelenses e palestinosFoto: Getty Images/L. Mizrahi

O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, anunciou neste domingo (24/12), a transferência da embaixada do país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A decisão foi tornada pública poucos dias após o país ter se alinhado com os Estados Unidos para reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

"Querido povo da Guatemala, hoje conversei com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e falamos das excelentes relações que tivemos como nações desde que a Guatemala apoiou a criação do Estado de Israel”, escreveu Morales no Facebook.

Leia também: O que está por trás da decisão de Trump sobre Jerusalém?

O presidente destacou que um dos assuntos de maior relevância discutidos "foi o retorno da embaixada da Guatemala para Jerusalém", para o qual ele já deu instruções.

Dois dias antes, Morales afirmou que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel é "o caminho correto" e que esse país é um "aliado da Guatemala, e é preciso apoiá-lo".

O Ministério de Relações Exteriores israelense agradeceu a "verdadeira amizade" entre Israel e Guatemala e destacou a importância da transferência da embaixada do país para Jerusalém.

A Guatemala foi o primeiro país a declarar a mudança da sua representação diplomática para Jerusalém desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu a cidade como a capital israelense, no último dia 6 de dezembro, e determinou a transferência da embaixada americana.

Além da Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo se alinharam a Estados Unidos a favor do reconhecimento de Jerusalém como capital israelense.

Cidade disputada

Com o reconhecimento de Jerusalém, Trump contrariou a posição da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.

O status de Jerusalém é uma das questões centrais no conflito entre israelenses e palestinos. Israel capturou a parte oriental, predominantemente árabe, da cidade sagrada durante a Guerra dos Seis Dias (1967).

Israel considera a Cidade Sagrada a sua capital "eterna e indivisível", enquanto os palestinos defendem que a porção leste de Jerusalém deve ser a capital de seu almejado Estado, sendo este um dos maiores desentendimentos entre as duas partes.

As Nações Unidas estabelecem que o status de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelenses e palestinos, razão pela qual os países com representação diplomática em Israel têm suas embaixadas em Tel Aviv e imediações.

Na semana passada, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução rejeitando a medida dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

LPF/efe/lusa

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