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Guerra da Coreia acabou sem acordo de paz

19 de abril de 2018

Um cessar-fogo que dura até hoje encerrou o conflito em 1953, o que significa que, em tese, as Coreias do Norte e Sul continuam em guerra. Aproximação entre Trump e Kim pode mudar também essa situação.

Soldados sul-coreanos em Panmunjom, dentro da zona desmilitarizada que divide o Norte e o SulFoto: picture-alliance/dpa/D. Kalker

A Guerra da Coreia foi interrompida em 27 de julho de 1953 com a assinatura de um acordo de armistício e sem que qualquer um dos lados pudesse se declarar vencedor. Como um acordo de paz nunca foi assinado, oficialmente Coreia do Sul e Coreia do Norte continuam em guerra.

Os signatários do acordo de cessar-fogo foram os Estados Unidos, que lutaram na guerra ao lado do Sul e lideraram as forças internacionais reunidas no Comando das Nações Unidas; a China, que lutou ao lado do Norte; e o próprio Norte. O Sul se recusou a assinar o acordo.

O documento buscava uma solução provisória para o conflito, até que um acordo de paz definitivo fosse assinado. Mas isso nunca aconteceu, e ele segue em vigor até hoje.

É esse acordo que determina a criação da chamada Zona Desmilitarizada da Coreia, uma faixa de cerca de 4 quilômetros de largura que é a fronteira de facto entre os dois países.

Uma comissão militar, que se reúne até hoje no local conhecido como Panmunjom, garante que o cessar-fogo seja observado. Também ela foi criada pelo acordo de 1953.

A recente aproximação entre os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reavivou a questão da assinatura de um acordo de paz, com o presidente americano apoiando abertamente a ideia. Também a China manifestou apoio.

Mas há vários obstáculos para ela se concretizar. Tanto Pyongyang como Seul reclamam soberania sobre toda a Península Coreana, e um acordo de paz só seria possível se ambas abrissem mão dessa reivindicação por meio do reconhecimento mútuo.

É certo, também, que extensas negociações seriam necessárias, e também os Estados Unidos seriam obrigados a reconhecer oficialmente a existência da Coreia do Norte, pois apenas países com relações diplomáticas podem assinar um tratado dessa magnitude. Além disso, o Norte sempre exigiu que um acordo de paz tenha a assinatura dos EUA.

Mas, dificuldades à parte, os planos existem e deverão ser debatidos no histórico encontro previsto para a próxima semana entre Kim Jong-un e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, confirmou o governo do Sul.

Mas também Seul lembrou que essa questão não pode ser resolvida apenas pelas duas Coreias, pois envolve necessariamente também os signatários do armistício de 1953, a China e os Estados Unidos.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que recebe no dia a dia.

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