1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Guerra na Ucrânia é uma questão global, diz Biden

24 de maio de 2022

Presidente dos EUA afirma que conflito afetará todas as partes do mundo. Moscou intensifica ataques a Lugansk, no leste ucraniano, no dia em que invasão russa completa três meses.

Joe Biden
Biden participou em Tóquio da cúpula do Quad, grupo formado por Austrália, Índia, Japão e EUAFoto: Carolyn Kaster/AP/picture alliance

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta terça-feira (24/05) que a guerra na Ucrânia é uma questão global que ressalta a importância de se manter a ordem internacional, integridade territorial e soberania.

"Isto é mais do que apenas uma questão europeia. É uma questão global", disse Biden sobre a situação da Ucrânia, enfatizando que Washington apoiará seus aliados. "Direito internacional, os direitos humanos devem sempre ser defendidos, independentemente de onde eles são violados no mundo", frisou.

A guerra na Ucrânia, segundo o presidente, "vai afetar todas as partes do mundo", já que o bloqueio da Rússia às exportações de grãos da Ucrânia piora a crise alimentar global.

As declarações foram feitas em Tóquio durante a abertura da cúpula do Quad – grupo informal formado por Austrália, Índia, Japão e EUA para tratar de questões do Indo-Pacífico. Entre as preocupações econômicas e de segurança discutidas pelos quatro países, estiveram a crescente influência da China na região e as diferenças sobre a invasão russa.

Os comentários de Biden ocorrem um dia depois que ele alertou a China de que o país está "flertando com o perigo" sobre Taiwan e prometeu proteger Taiwan militarmente se a China atacasse, parecendo contradizer uma política de longa data dos EUA.

Biden disse que um dos principais temas da reunião em Tóquio era sobre "democracias contra autocracias" e afirmou que Washington trabalhará por uma região Indo-Pacífico livre e aberta.

"Momento sombrio"

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, repercutiu os comentários de Biden, dizendo que uma invasão semelhante à ocorrida na Ucrânia não pode acontecer na Ásia.

Após a cúpula, Kishida disse a repórteres que todos os quatro países "incluindo a Índia" concordaram com a importância do Estado de direito, soberania e integridade territorial, e que "tentativas unilaterais de mudar o status quo pela força nunca serão toleradas".

Diferente de outros países do Quad e quase todos os outros aliados dos EUA, a Índia não impôs sanções nem condenou a Rússia, seu maior fornecedor de equipamentos militares.

Com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, presente no evento, Biden argumentou que o mundo divide a responsabilidade de fazer algo para ajudar a resistência ucraniana contra a agressão da Rússia.

"Estamos navegando em uma hora sombria em nossa história comum", disse ele. "A guerra brutal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia desencadeou uma catástrofe humanitária, e civis inocentes foram mortos nas ruas, e milhões de refugiados também estão deslocados tanto internamente como no exílio.''

Mais tarde, em comentários a repórteres após uma reunião bilateral com Modi, Biden disse que eles conversaram sobre a invasão russa da Ucrânia "e o efeito que tem em toda a ordem mundial global". Biden acrescentou que os EUA e a Índia continuar as consultações sobre "como mitigar esses efeitos negativos".

Em seus comentários, Modi não fez menção à guerra na Ucrânia, ressaltando, em vez disso, vários programas de comércio e investimento que ele discutiu com Biden.

Rússia intensifica ataques a Lugansk

Também nesta terça-feira, as forças russas intensificaram os ataques contra o último bolsão de resistência ao redor de Lugansk, na região leste de Donbass, na Ucrânia, no dia em que o conflito entra em seu quarto mês.

Desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro, o apoio ocidental ajudou a Ucrânia a conter os avanços de seu vizinho em muitas áreas – incluindo na capital, Kiev –, mas a Rússia agora está concentrada em garantir e expandir seus ganhos em Donbass e na costa sul.

"As próximas semanas da guerra serão difíceis, e devemos estar cientes disso", disse nesta segunda-feira o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em seu discurso noturno em vídeo depois que líderes regionais e moradores relataram pesados bombardeios. "A situação de combate mais difícil hoje é no Donbass", disse Zelenski, destacando as cidades mais atingidas de Bakhmut, Popasna e Severodonetsk.

As Forças Armadas ucranianas disseram em uma atualização divulgada no Facebook nesta terça-feira que as forças russas estão realizando "operações ofensivas" ininterruptas na região, acrescentando que "o inimigo está exercendo fogo intenso ao longo de toda a linha de contato".

O governador de Lugansk disse que a Rússia enviou milhares de tropas para capturar toda a sua região e que Severodonetsk está sob ataque maciço, alertando os moradores de que é tarde demais para uma operação de retirada. "Neste momento, não direi: saiam, se retirem. Agora direi: fiquem em um abrigo", disse Sergiy Gaidai no Telegram. "Porque tal densidade de bombardeios não nos permitirá reunir as pessoas com calma e ir buscá-las."

Zelenski disse em seu discurso que a Rússia realizou quase 1.500 ataques com mísseis e mais de 3 mil ataques aéreos contra a Ucrânia nos primeiros três meses da guerra.

Também nesta segunda, Zelenski pediu "sanções máximas" contra a Rússia durante um discurso transmitido em  vídeo na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O líder ucraniano foi ovacionado pelos participantes do evento, que neste ano vetou a participação russa devido à guerra.

O presidente ucraniano insistiu que, para parar a agressão de Moscou, as sanções precisam ir além das que já foram impostas por países ocidentais e devem incluir o embargo ao petróleo russo, o bloqueio de todos os bancos do país e a suspensão de todos os negócios com a Rússia.

md/lf (AFP, Reuters, AP)

Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque