Após nomeação de Lula como ministro para tentar pacificar base aliada, divulgação de grampo telefônico do ex-presidente desgastou ainda mais imagem dos petistas e deu força ao impeachment, selando o destino de Dilma.
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Há um ano, a última tentativa de Dilma Rousseff de estabilizar seu governo e salvar seu mandato fracassou espetacularmente. Após meses de turbulência, a presidente decidiu nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu mentor e padrinho político, como um "superministro" da Casa Civil para tentar pacificar a base aliada e, assim, frear o andamento do processo de impeachment.
A nomeação de Lula para um posto-chave já vinha sendo especulada há meses. Petistas saudosos do ex-presidente e descontentes com a atuação de Dilma celebraram, apontando que o governo iria agregar a capacidade de articulação política e de comunicação de Lula – qualidades que faltavam em Dilma. O presidente do PT, Rui Falcão, deu o tom do que se esperava de Lula ao chamá-lo de "o ministro da esperança".
Mas ao olhar apenas para os possíveis ganhos, o governo Dilma e os petistas acabaram ignorando o alto risco dessa estratégia, que no mínimo iria escancarar ainda mais a incapacidade político-administrativa da presidente. A desgastada Dilma arriscava virar uma líder decorativa. Críticos disseram que Lula estava assumindo um "terceiro mandato". O ex-presidente chegou fazendo exigências e falando em povoar os ministérios com nomes do seu antigo governo e em mudar a política econômica.
Só que em vez de capacidade de articulação, o ex-presidente acabou trazendo seus próprios problemas ao coração de um governo fragilizado. A nomeação veio na esteira de uma série de encrencas de Lula com a Justiça. Doze dias antes, ele havia sido levado coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento. Na semana anterior à nomeação, o Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia contra o ex-presidente e pediu sua prisão.
Nesse contexto, a indicação foi encarada como uma tentativa de afastar Lula da Justiça comum e blindá-lo com o foro privilegiado reservado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Jornais resgataram uma antiga frase proferida por Lula nos anos 80: "quando um pobre rouba, vai para a prisão; quando um rico rouba, vira ministro". Críticas também vieram da imprensa internacional. O The New York Times escreveu que "os brasileiros estão enojados de seus líderes, com razão."
Dilma havia subestimado o desgaste da imagem pública de Lula. Mas a rejeição das ruas não desempenhou um papel decisivo no fracasso da cartada. Esse papel foi reservado ao juiz Sérgio Moro, o responsável por analisar os casos da Operação Lava Jato na primeira instância.
A noite dos grampos
Com uma atuação dura nos tribunais, mas até então publicamente discreta, Moro tomou a decisão que incendiou de vez a controvérsia. Horas depois do anúncio pelo Palácio do Planalto, jornalistas que normalmente cobrem a atuação da Lava Jato foram avisados de que Moro havia decretado o fim do sigilo sobre uma série de gravações de telefonemas do ex-presidente.
Entre essas conversas estava um diálogo que acabou sendo considerado pela imprensa a "arma fumegante" e uma prova de que a nomeação de Lula era uma tramoia para livrá-lo da Justiça comum – e a conversa envolvia justamente a então presidente Dilma. Uma leitura dramática dos diálogos pelos apresentadores do Jornal Nacional ajudou a potencializar tudo.
A conversa mais reveladora foi captada no mesmo dia da nomeação de Lula. Nesse diálogo de apenas 1 minuto e 35 segundos, Dilma disse a Lula que estava enviando um emissário para lhe entregar o termo de posse. A presidente disse ainda que ele deveria usar o documento "em caso de necessidade", o que sugeria que o termo era também uma espécie de salvo-conduto caso uma ordem de prisão fosse expedida.
A reação foi imediata, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar em diversas cidades. A oposição aumentou o volume das críticas. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung resumiu o episódio todo com a frase: "Atualmente nada mais é inimaginável no Brasil".
No meio do escândalo, passou praticamente despercebido que a gravação desse diálogo específico ocorreu duas horas depois de uma ordem do próprio Moro para interromper as interceptações.
Também surgiram questões sobre a legitimidade da divulgação de conversas envolvendo a presidente. Com a nomeação de Lula, esperava-se que Moro remetesse as investigações contra o ex-presidente ao STF. Antes disso, ele resolveu tornar público o que tinha.
No entanto, as críticas ao juiz acabariam sendo diluídas em meio à tempestade que o caso gerou no governo. Os grampos telefônicos fizeram com que diversos juízes federais concedessem liminares para barrar a posse de Lula por suspeita de obstrução da justiça.
Efeito devastador
Lula chegou a tomar posse no dia seguinte, mas, pouco depois, o ministro do STF Gilmar Mendes, um notório crítico dos petistas, tomou a decisão de suspender a nomeação até que o caso fosse analisado. Até hoje o STF não revisou a liminar em plenário ou respondeu à pergunta se Lula poderia ter sido ministro ou não.
Moro chegou a receber um puxão de orelhas de outro ministro do STF, Teori Zavascki, então relator da Lava Jato. O juiz paranaense fez uma espécie de mea culpa ao apresentar "respeitosas escusas" ao tribunal pela polêmica gerada pelo caso. A partir daí, críticas pontuais à atuação de Moro se tornaram mais comuns no meio jurídico e em alguns setores da imprensa, mas sua imagem junto à opinião pública continua bastante favorável.
Para Dilma, o efeito do episódio foi devastador. O fracasso em trazer Lula ao governo ajudou a desagregar ainda mais o que restava de sua base aliada. O então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ganhou mais força para reiniciar o processo de impeachment, que vinha se arrastando desde dezembro de 2015.
Na mesma semana, entidades antes hesitantes, como a Ordem dos Advogados Brasil (OAB), anunciaram seu apoio ao impeachment. Sem Lula no governo, dezenas de deputados que ensaiavam uma reaproximação com base nas promessas do ex-presidente de dar um novo rumo ao Planalto se voltaram de vez contra Dilma.
Um dia depois do imbróglio, a Câmara finalmente elegeu os integrantes da comissão especial responsável por analisar o processo de afastamento de Dilma. Pouco menos de um mês depois, o caso foi levado ao Plenário da Câmara, onde uma votação arrasadora praticamente selou a sorte da presidente.
O episódio ainda rendeu problemas legais para Dilma. No momento, ela e Lula são alvo de um inquérito no STF que apura as circunstâncias da nomeação e a suspeita de que eles atuaram para obstruir o trabalho da Justiça.
A trajetória política de Lula
Das greves no ABC à Presidência. Da condenação pela Lava Jato ao terceiro mandato. Os principais momentos políticos na vida de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
Lula e as greves do ABC
Em 1975, Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ganhou projeção nacional ao liderar uma série de greves no final da década. Em 1980, foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional após comandar uma paralisação que durou 41 dias. Lula ficou 31 dias no cárcere do Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
Foto: Instituto Lula
Fundação do PT
Em 10 de fevereiro de 1980, pouco antes de ser preso, Lula ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) com apoio de intelectuais e sindicalistas. Em maio do mesmo ano, ao sair do cárcere, foi eleito o primeiro presidente do partido. O pernambucano, então, ingressaria de vez na política: em 1982, concorreu ao governo de São Paulo e, em 1986, foi eleito deputado constituinte.
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A campanha de 1989
O PT lançou a candidatura de Lula nas primeiras eleições presidenciais diretas após o fim do regime militar. Com uma imagem de operário e um discurso de esquerda, Lula provocou temor em vários setores da economia, que se alinharam ao candidato Fernando Collor. O petista foi derrotado no segundo turno, depois de uma campanha que envolveu acusações de manipulação da imprensa a favor de Collor.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Gostoli
A campanha de 1994
No embalo das primeiras denúncias de irregularidades no governo Collor, Lula lançou, em 1992, o movimento "Fora Collor" em apoio ao impeachment. Em 1994, concorreu novamente à Presidência, com Aloizio Mercadante como vice, mas foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), lançado como "pai do Plano Real". O PT, por outro lado, elegia seus primeiros governadores (DF e ES).
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A campanha de 1998
Em 1998, Lula sofreu uma de suas piores derrotas eleitorais. À época, o petista teve como candidato a vice o ex-governador Leonel Brizola (PDT), um dos seus rivais na eleição de 1989 e com quem disputava a hegemonia na esquerda brasileira. A fórmula não deu certo. Lula obteve só 31% dos votos, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito com 53% no primeiro turno.
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A posse de Lula
O eterno candidato do PT finalmente assumiu a Presidência em janeiro de 2003, após oito anos de governo do PSDB. Lula foi eleito com 61% dos votos válidos no segundo turno. A vitória foi alcançada após uma campanha que vendeu uma imagem mais moderada do petista – simbolizada no slogan "Lulinha paz e amor" – com o objetivo de acalmar os mercados e ampliar o eleitorado do partido.
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Economia em alta
Após as turbulências no final do governo Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira voltou a crescer com Lula, embalada sobretudo pelo boom das commodities. Foi o período da descoberta do pré-sal e investimentos em grandes obras de infraestrutura. O crescimento médio do PIB no segundo mandato chegou a 4,6%. O bom momento catapultou a popularidade de Lula, que chegou a 87% no final de 2010.
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Queda na desigualdade
Os programas sociais lançados por Lula, como Minha Casa, Minha Vida e ProUni, também contribuíram para a popularidade do presidente. O Bolsa Família, criado em 2004 a partir da unificação de outros programas de transferência de renda, se tornaria o carro-chefe. Quase 28 milhões de brasileiros saíram da zona de pobreza nos oito anos do governo Lula, afirmou um balanço em 2010.
Foto: Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images
O escândalo do mensalão
Em 2005, o governo Lula foi atingido em cheio pelo escândalo de compra de votos de deputados, o mensalão. Apesar do desgaste, Lula sobreviveu à crise. Outros, como o ministro José Dirceu, uma das figuras fortes do governo, caíram em desgraça. No início, Lula afirmou que assessores o haviam "apunhalado", mas depois mudou o discurso e disse que o caso era uma invenção da oposição e da imprensa.
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A eleição de Dilma
Em 2007, logo após ser reeleito com mais de 60% dos votos, Lula começou a preparar o terreno para a sua sucessão. Como sucessora, ele escolheu a sua então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma tecnocrata sem experiência nas urnas. Nos três anos seguintes, Lula promoveu a imagem de Dilma junto aos brasileiros. A estratégia funcionou, e ela foi eleita em 2010.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC
Prestígio mundial
Durante a Presidência, Lula gozou de prestígio mundial e se reuniu com os mais importantes chefes de Estado do planeta. Em abril de 2009, em um encontro do G20, o presidente dos EUA na época, Barack Obama, cumprimentou o colega e disse: "Adoro esse cara! O político mais popular da Terra". No mesmo ano, Lula apareceu em 33º lugar na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes.
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Luta contra o câncer
Em outubro de 2011, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe, sendo submetido a um agressivo tratamento – pela primeira vez desde 1979, ele aparecia sem a barba. Exames apontaram a remissão completa do tumor cerca de cinco meses depois, e Lula voltou a se engajar nas campanhas do PT. Uma das grandes vitórias eleitorais de 2012 foi a de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Foto: AFP/Getty Images
Lula e a Lava Jato
Em março de 2016, Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção na Petrobras. O ex-presidente foi levado para depor sobre um sítio em Atibaia, um triplex no Guarujá e sua relação com empreiteiras investigadas na Lava Jato. No mesmo dia, a PF cumpriu mandados em residências do petista e de sua família, além do Instituto Lula.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Réu em diferentes processos
Nos meses seguintes, Lula foi denunciado por uma série de crimes, como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e tráfico de influência, tornando-se réu em cinco processos diferentes. O petista sempre desmentiu as acusações, negou a prática de crimes e disse ser vítima de perseguição política. Ele também negou ser proprietário dos imóveis investigados.
Foto: picture-alliance/abaca
Morre Marisa Letícia
Em fevereiro de 2017, morreu a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula e Marisa se conheceram em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Ela esteve ao lado do marido durante a sua ascensão política, desde os tempos do sindicato, quando liderou passeata em apoio a sindicalistas presos, passando pela fundação do PT, costurando a primeira bandeira do partido, até a Presidência.
Foto: Reuters/N. Doce
Caravana pelo país
Visando uma nova candidatura à Presidência no ano seguinte, Lula começou em 2017 uma caravana pelo Brasil que reuniu milhares de pessoas. Em junho de 2018, o PT confirmou sua pré-candidatura, mesmo com ele já preso. Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral impediu que ele concorresse. Como sucessor, Lula escolheu Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Jair Bolsonaro.
Foto: Ricardo Stukert /Instituto Lula
Lula é condenado
Lula foi condenado pela primeira vez em 12 de julho de 2017. A sentença do juiz Sergio Moro determinou 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, ligados ao triplex no Guarujá. O TRF-4 confirmou a condenação em segunda instância, além de aumentar a pena para 12 anos e um mês de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente por corrupção no Brasil.
Foto: Abr
Derrota no STF
Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram, em 4 de abril de 2018, um pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula para evitar uma eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Manifestantes contrários e a favor de Lula foram às ruas por ocasião do julgamento.
Foto: picture alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Lula se entrega à PF
Em 7 de abril de 2018, Lula se entregou à Polícia Federal, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, após ordem de prisão expedida por Sergio Moro. Antes de se entregar, Lula fez um discurso acalorado aos apoiadores. De Congonhas, Lula partiu de avião para Curitiba, onde começou a cumprir sua pena.
Foto: Paulo Pinto/Instituto Lula
Vigília em frente à PF em Curitiba
Depois da prisão de Lula, apoiadores do ex-presidente revezaram-se em um acampamento em frente à Polícia Federal de Curitiba, onde ele permaneceu preso. O local recebeu constantes visitas de políticos e de artistas, do Brasil e do exterior. Apoiadores também realizaram caravanas pelo país, com o slogan "Lula Livre". Em fevereiro de 2019, Lula também foi condenado no caso do sítio em Atibaia.
Foto: Ricardo Stuckert
Solto após 19 meses na prisão
Lula deixou a prisão em 8 de novembro de 2019, depois de passar um ano e sete meses na sede da Polícia Federal em Curitiba. A soltura ocorreu após o STF derrubar uma decisão que autorizava a prisão em segunda instância, beneficiando diretamente o petista, que passou a recorrer em liberdade. Após deixar a prisão, Lula fez um discurso para apoiadores repleto de críticas à Lava Jato.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa
Supremo anula condenações
Após o fim da prisão, a campanha "Lula Livre" focou na anulação de suas condenações. Os advogados do petista recorreram até o Supremo, alegando que ele era vítima de perseguição judicial. Em abril de 2021, o plenário do Supremo concluiu que Moro não era o juiz competente para atuar nos processos do petista, e dois meses depois decidiu que Moro era parcial. As condenações de Lula foram anuladas.
Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Uma aliança inesperada
A preparação da sexta campanha presidencial de Lula envolveu uma costura política inusitada. O petista e aliados articularam para ter como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que foi filiado ao PSDB por 33 anos e era seu antigo adversário. A aproximação teve o objetivo de atrair o voto conservador e vingou: em abril de 2022, o PSB, novo partido de Alckmin, confirmou sua indicação.
Foto: Ricardo Stuckert/AFP
Em busca do voto anti-Bolsonaro
Lula lançou sua pré-candidatura em maio de 2022, defendendo a união de pessoas de orientações políticas variadas contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. No evento, Alckmin prometeu lealdade, disse que o futuro do Brasil "está em jogo" e foi aplaudido pelos petistas.
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
Triunfo na busca por terceiro mandato
Após uma das campanhas mais tensas da história brasileira, Lula conquistou novamente a Presidência. Com apoio de uma frente ampla que reuniu forças de centro e antigos adversários, o petista impôs uma derrota inconteste sobre o extremista de direita Jair Bolsonaro. Aos 77 anos, Lula se tornou o político mais velho a conquistar o Planalto.