Império Murdoch
19 de julho de 2011Hackers invadiram na madrugada desta terça-feira (19/07) o site do tabloide britânico The Sun e anunciaram a suposta morte do magnata da mídia Rupert Murdoch, dono do jornal. Visitantes da página foram direcionados para o Twitter do grupo de hackers Lulz Security. O jornal logo apagou a mensagem, que dizia que, aos 80 anos, Murdoch havia sido encontrado morto em seu jardim.
O mesmo grupo já havia hackeado as páginas da Sony, da CIA – o serviço secreto norte-americano – e da emissora Fox TV, que, assim como o The Sun, também pertence à News Corp., de Murdoch. A News International, subsidiária britânica do conglomerado de mídia, está envolvida num escândalo de espionagem que ganha dimensões cada vez maiores desde o início de julho.
Nesta terça-feira, Murdoch, seu filho James e Rebekah Brooks – ex-editora chefe do tabloide sensacionalista News of the World (NotW), também da News Corp, e até sexta-feira passada chefe da News International – responderão a perguntas de uma comissão do Parlamento britânico sobre as práticas adotadas pelo jornal.
Brooks foi presa no domingo (17/07) e libertada sob fiança após ser interrogada por 12 horas. Segundo a polícia, ela é suspeita de ser corresponsável por subornos de policiais e interceptações de caixas de mensagens. Outros dez jornalistas do NotW foram presos e liberados após pagamento de fiança.
Repórter morto
O escândalo envolvendo o NotW ficou ainda mais dramático nesta segunda-feira (18/07), quando um ex-repórter do tabloide, Sean Hoare, foi encontrado morto. O corpo do jornalista foi descoberto em sua casa em Watford, ao norte de Londres. Segundo o jornal The Guardian, Hoare tinha problemas com álcool e drogas há anos.
O repórter havia revelado em entrevistas que Andy Coulson, ex-editor chefe do NotW e depois assessor de imprensa do primeiro-ministro britânico David Cameron, sabia das escutas telefônicas realizadas pelo jornal. A polícia, afirma o Guardian, está investigando as causas da morte e não considera o caso suspeito.
Murdoch fechou o NotW no início de julho, depois da revelação de que jornalistas do tabloide não apenas interceptavam celebridades e subornavam policiais, mas também haviam acessado caixas de mensagens de celulares de parentes de soldados mortos e de uma garota sequestrada.
LF/rtr/afp
Revisão: Alexandre Schossler