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Hackers russos roubaram e-mails de Merkel, diz revista

8 de maio de 2020

Roubo da correspondência do escritório de Merkel no Parlamento alemão teria ocorrido a mando do serviço secreto GRU. Inquérito revela que primeira tentativa de ataque falhou por incompatibilidade com teclados alemães.

Merkel com celular
Chancelaria Federal em Berlim não se manifestou sobre reportagemFoto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka

Hackers do serviço secreto militar russo GRU roubaram e-mails do escritório da chanceler federal alemã, Angela Merkel, em grande estilo, durante um ciberataque ao Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) em 2015. A notícia foi publicada nesta sexta-feira (08/05) pela revista Der Spiegel.

Especialistas do Departamento Federal de Investigações (BKA), do Departamento Federal de Tecnologia de Informação (BSI) e empresas reconstituíram em parte o ataque. Segundo eles, os alvos teriam sido dois fichários de e-mails completos do escritório do gabinete de Merkel, que também é deputada desde 1990, no Bundestag, contendo correspondência dos anos 2012 a 2015.

Os hackers teriam conseguido copiar os dois fichários para outro computador, embora não esteja claro que parcela das milhares de mensagens chegou até o GRU. Segundo informações dos meios de segurança, análises de uma firma privada indicariam um fluxo ilegal de dados de dimensões ainda maior, totalizando 16 gigabytes, noticiou o Spiegel.

Segundo a reportagem, o atentado ocorreu exatamente em 8 de maio de 2015, quando era comemorado no Bundestag o 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, também com a presença de convidados de Moscou. O autor, identificado pelo nome de usuário "Scaramouche" teria tentado roubar os dados já na véspera, mas seu teclado teve dificuldades com o umlaut (o "trema" do idioma alemão).

Até o momento não houve um posicionamento da Chancelaria Federal em Berlim.

Há alguns dias o Tribunal Federal de Justiça da Alemanha expediu um mandado de prisão contra o hacker Dimitri Badin, presumível integrante da operação. Ele é procurado em âmbito mundial pela polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, devido a sua participação no grupo de hackers Fancy Bear, também conhecido como APT28.

Entre os alvos do grupo estavam candidatos democratas da eleição presidencial americana de 2016, que elegeu o republicano Donald Trump, e a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW).

AV/rtr,ots

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