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Haddad vira réu por corrupção e lavagem de dinheiro

19 de novembro de 2018

Caso envolve suspeita de pagamentos irregulares para saldar dívidas de campanha em 2012. Petista nega acusações e critica conduta do Ministério Público.

Fernando Haddad
É a primeira vez que o ex-prefeito se torna réu em uma ação criminal. Ele já respondia processo por improbidadeFoto: Getty Images/AFP/N. Almeida

O candidato petista derrotado à Presidência da República, Fernando Haddad, se tornou réu nesta segunda-feira (19/11) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um caso que envolve suspeita de pagamento irregulares para quitar dívidas da sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2012. É a primeira vez que o ex-prefeito se torna réu em uma ação criminal.

O caso é um derivado da Operação Lava Jato. A denúncia foi apresentada em setembro pelo Ministério Público e acabou sendo aceita pelo juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo. A denúncia teve base nas delações do empreiteiro e do doleiro Alberto Youssef, além de uma investigação da Polícia Federal. O MP acusa a campanha de Haddad de ter recebido de forma indevida 2,6 milhões de reais da empreiteira UTC Engenharia para saldar dívidas de campanha.

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Além de Haddad, outras cinco pessoas viraram réus na ação, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Ricardo Pessoa, Alberto Youssef e o ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza. O Ministério Público também havia denunciado o grupo for formação de quadrilha, mas esta acusação acabou não sendo aceita pelo juiz.

De acordo com a denúncia, entre abril e maio de 2013, Ricardo Pessoa, presidente da UTC, recebeu um pedido de Vaccari para fornecer 3 milhões de reais. Segundo a acusação, Vaccari atuou como representante de Haddad na operação, que tinha como objetivo saldar uma dívida de uma gráfica que pertencia a Francisco Carlos de Souza. Do valor, 2,6 milhões teriam sido efetivamente pagos.

Após a divulgação da decisão do juiz, Haddad negou qualquer irregularidade e classificou a conduta do Ministério Público de abuso. "A denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa", afirmou o ex-prefeito, em nota.

"Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja narrativa já foi afastada pelo STF, o Ministério Público fez uma denúncia de caixa 2, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade. Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais", finaliza a nota.

Haddad já havia se tornado réu em agosto, em uma ação de improbidade que envolve suspeitas na construção de uma ciclovia na capital paulista. 

JPS/ots

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