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Hamas e Fatah anunciam governo de unidade para Faixa de Gaza

25 de setembro de 2014

Sob comando do presidente Mahmud Abbas, Autoridade Palestina deve assumir imediatamente controle administrativo da região. As duas facções agora definirão estratégia para negociações com Israel.

Azzam al-Ahmed (esq.), chefe da delegação do Fatah, e Moussa Abou Marzouk, do HamasFoto: Khaled Desouki/AFP/Getty Images

Um governo de unidade sob comando do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, deverá assumirá imediatamente o controle administrativo da Faixa de Gaza, segundo acordo alcançado nesta quinta-feira (25/09) com o grupo radical Hamas após dois dias de reuniões no Cairo.

Uma das condições para o cessar-fogo assinado em agosto passado entre israelenses e palestinos, após semanas de violentos ataques que deixaram mais de 2 mil mortos do lado palestino, era que a Autoridade Nacional Palestina – liderada por Abbas, do Fatah – assumisse das mãos do Hamas o controle da Faixa de Gaza.

Hamas e Fatah já haviam concordado, em maio, em construir um governo de unidade nacional. Entretanto, o Hamas havia acusado a Autoridade Nacional Palestina de não ter pagado o salário de seus 45 mil funcionários em Gaza, o que acirrou a tensão entre as duas facções. Finalmente a contenda parece ter sido esclarecida, permitindo o acordo sobre o governo de unidade.

"Todos os servidores civis serão pagos pela unidade de governo porque eles são todos palestinos, e este é um governo para todos os palestinos", afirmou o chefe da delegação do Fatah nas negociações, Azzam al-Ahmed. O encontro desta quinta-feira foi acompanhado de perto pelos serviços de inteligência egípcios.

O vice-presidente do escritório político do Hamas, Moussa Abou Marzouk, disse que a discussão sobre o controle das fronteiras da Faixa de Gaza, outra questão polêmica, deverá contar com a participação da ONU.

Agora, as facções rivais precisam acertar uma estratégia comum para o encontro marcado com negociadores israelenses no mês que vem. Os dois lados concordaram em buscar uma saída para suspender o embargo à Faixa de Gaza, que já dura oito anos, assim como a troca de prisioneiros em Israel por restos mortais de soldados israelenses mortos em Gaza.

O Hamas havia subido ao poder na Faixa de Gaza em 2007, após vencer eleições eleitorais marcadas por confrontos violentos entre as duas facções.

MSB/rtr/afp

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