Hamburgo começa campanha por Jogos Olímpicos de 2024
Alexander Drechsel (pv)17 de abril de 2015
Escolhida pela Federação Alemã de Esportes Olímpicos como candidata da Alemanha à sede do maior evento esportivo mundial, cidade portuária precisa convencer não apenas o COI, mas também a própria população.
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Mansões imponentes e amplos parques estendem-se ao longo de quase nove quilômetros da Elbchaussee, a rua mais nobre de Hamburgo. Ali, às margens do rio Elba, fica evidente a riqueza da cidade portuária, acumulada por comerciantes e navegadores ao longo de gerações.
Numa dessas mansões suntuosas, no meio de um parque, fica o Hamburg Business Club. Alguns sacos de tinta estourados na fachada branca mostram que há resistência a esse tipo de riqueza explícita ou talvez seja indício de que nem todos são a favor da candidatura de Hamburgo para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2024. Afinal, foi no clube que gerentes esportivos, políticos e empresários reuniram-se nesta semana para se informar sobre o andamento da candidatura olímpica.
Dentro da mansão, sentados no pódio em cadeiras de couro, estavam o presidente da Federação Alemã de Esportes Olímpicos (DOSB), Alfons Hörmann, e o presidente da câmara de Hamburgo, Olaf Scholz. Através da janela atrás deles, viam-se luzes do porto piscando na escuridão. No meio do porto, um pouco mais cidade adentro e sobre uma ilha no rio Elba, deve ser erguida a vila olímpica. Isso se o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolher, em 2017, Hamburgo como sede dos jogos de 2024.
Até lá, a tarefa de Hörmann e Scholz é promover internacionalmente a cidade como sede dos 33º Jogos Olímpicos. Eles vão se reunir diversas vezes com membros do COI, e o próximo encontro está agendado para 23 de abril, em Sochi, na Rússia.
Entusiasmo e expectativa
A DOSB é o ponto de articulação entre política e mundo esportivo e está entusiasmada com o conceito de Hamburgo, afirma Hörmann. O fato de a federação ter escolhido no mês passado a cidade portuária como candidata do país à sede dos Jogos Olímpicos de 2024, em detrimento da concorrente Berlim, tem um motivo. Em Berlim, os Jogos Olímpicos eram um tema; em Hamburgo, o tema, diz Hörmann.
O presidente da federação afirma que em Hamburgo é perceptível "que a população, os líderes políticos e todos aqueles engajados no esporte estão com incrível apego, entusiasmo e expectativa". "Este é o melhor fundamento, pois, no final das contas, o COI só irá aonde é bem-vindo", diz.
No entanto, é exatamente isso que alguns poucos querem evitar. A iniciativa NOlympia não quer o COI na cidade. Segundo os críticos, o comitê extenua a política, fatura bilhões com os jogos, não é transparente e é suscetível à corrupção.
Para o presidente da DOSB, tais alegações são infundadas. Deve-se argumentar objetivamente, reivindica. O último escândalo de corrupção no COI ocorreu há mais de 20 anos e, segundo Hörmann, foi tratado da maneira correta. Além disso, as regras do comitê são exemplares, afirma.
"O COI distribui comprovadamente mais de 90% [de seu rendimento] às federações nacionais e ao mundo esportivo internacional", acrescenta Hörmann. Isso poderia ser explicado a qualquer crítico. "Mas aqueles que estão do outro lado também precisam estar dispostos para aceitar esses argumentos", diz.
Vontade popular
Os contrários à realização dos Jogos Olímpicos de 2024 em Hamburgo estão remando contra a maré. Várias pesquisas mostraram que a maioria dos cidadãos aprova a realização do evento na cidade.
Em setembro deste ano, um referendo deve confirmar a vontade popular. Até lá, os opositores querem mudar a atmosfera na cidade, mas terão de lidar com crescente animosidade. É evidente que alguns cidadãos de Hamburgo não querem um debate aberto sobre os prós e contras.
Scholz quer estabelecer um diálogo com os opositores. No entanto, ele foge da pergunta sobre a possibilidade de se encontrar pessoalmente com ativistas do NOlympia. Em vez disso, ele olha para o referendo, que deve corroborar a candidatura de Hamburgo.
Scholz diz contar com um "resultado muito, muito bom" e é aplaudido pelos convidados no Hamburg Business Club. Ali, ninguém precisa ser convencido, e o político sabe disso. "Hamburgo é uma cidade muito otimista. Aqui as coisas avançam. E esse otimismo combina muito bem com os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos."
Viradas espetaculares no esporte
Na Copa América de Iatismo, a equipe dos EUA conseguiu reverter um resultado negativo de 8 a 1 e tirou um título certo das mãos da Nova Zelândia. Viradas como essa acontecem de tempos em tempos no esporte.
Foto: picture-alliance/dpa
O sonho americano
O resultado da 34° Copa América de Iatismo já era dado como certo: a equipe Oracle, dos EUA, que defendia o título, perdia para a equipe da Nova Zelândia por 1 a 8. Aí aconteceu o que parecia ser impossível: os americanos conseguiram oito vitórias seguidas e venceram por 9 a 8. De tempos em tempo, feitos assim acontecem no esporte.
Foto: picture-alliance/dpa
Os heróis de Berna
Depois da perder por 8 a 3 para a Hungria na primeira fase da Copa de 1954, os alemães estavam diante de uma tarefa quase impossível quando pegaram o mesmo adversário na final. E, de fato, em pouco tempo a equipe do técnico Sepp Herberger perdia por 2 a 0. Aí veio o milagre. Com um gol de Max Morlock e dois de Helmut Rahn, a Alemanha virou o jogo para 3 a 2 e garantiu seu primeiro título mundial.
Foto: AP
Do último ao primeiro lugar
Em março de 1983, o britânico John Watson fez história na Fórmula 1: ele foi o vencedor que largou na pior posição de todos os tempos. O piloto da McLaren era apenas o 22º na largada do Grande Prêmio de Long Beach, na Califórnia, devido a problemas nos pneus durante os treinos. Ele terminou a corrida em primeiro lugar.
Foto: picture-alliance/ASA
O milagre de Medinah
Em outubro de 2012, os melhores jogadores europeus de golfe começam o último dia do Ryder Cup perdendo de quatro pontos para o time americano (6 a 10). Parecia uma competição perdida, mas os europeus marcaram um ponto atrás do outro. Quando empataram, em 13 a 13, Martin Kaymer (d) embocou a bola com uma tacada de dois metros de distância, marcando o ponto da vitória.
Foto: dapd
O jogo do século em Uerdingen
Em março de 1986, o Bayer Uerdingen havia perdido por 2 a 0 para o Dynamo Dresden, nas quartas de final da Recopa Europeia. Na partida de volta, jogando em casa, a coisa não ia bem: o primeiro tempo terminara 3 a 1 para os visitantes. O segundo tempo entrou para a história: o Uerdingen marcou seis gols e ganhou por 7 a 3.
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O dia negro de Fignon
Apenas 24,5 quilômetros separavam o francês Laurent Fignon da sua terceira vitória na Volta da França em julho de 1989. A diferença para o segundo colocado, Greg LeMond, era de 50 segundos. Mas este conseguiu recuperar terreno. No final, venceu com apenas 8 segundos de vantagem, a menor diferença da história da Volta da França.
Foto: picture-alliance/dpa
Steffi derrota Jana
Steffi Graf estava perdendo por 4 a 1 no terceiro set da final de Wimbledon, em julho de 1993. Jana Novotna parecia ter tudo para ser campeã. De repente, a tcheca perde boas oportunidades. Graf vence o set por 6 a 4 e, pela quinta vez, conquista o torneio de tênis mais importante do mundo. Com o resultado, Novotna não consegue conter as lágrimas.
Foto: picture-alliance/dpa
O trauma bávaro
Os jogadores do Bayern de Munique estavam estupefatos ao final da Liga dos Campeões de 1999. Ele venciam por 1 a 0, jogando contra o Manchester United em Barcelona. Os 90 minutos regulamentares já haviam transcorrido e restavam dois minutos de prorrogação. Aí aconteceu o improvável: dois escanteios, dois gols. E o Manchester venceu por 2 a 1.
Foto: picture-alliance/dpa
O triunfo do Liverpool
Caso semelhante aconteceu na final de 2005, em Istambul. O Milan vencia por 3 a 0 contra o Liverpool. De repente, em apenas 15 minutos, os ingleses empataram a partida. Nos pênaltis, venceram por 3 a 2. Os alemão Dietmar Hamann converteu o seu em favor dos Reds.
Foto: Getty Images
"Killer Miller"
Vitória certa, pensam os New York Knicks em maio de 1995, na primeira partida das semifinais da NBA contra os Indiana Pacers. Eles venciam por 105 a 98, e faltavam apenas 18 segundos para o final. Mas esqueceram que Reggie Miller estava na quadra. “Killer Miller” mostrou o porquê desse apelido e fez oito pontos em apenas nove segundos, virando o jogo.
Foto: John Ruthoff/AFP/Getty Images
Primeiro euforia, depois frustração
Há 90 anos que isso não acontecia com uma seleção alemã: deixar escapar uma vitória depois de estar vencendo por 4 a 0. Mas a equipe que, em outubro de 2012, jogou contra a Suécia nas eliminatórias para a Copa de 2014 conseguiu esse feito. A partida disputada em Berlim terminou em 4 a 4.