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Hamon é o candidato socialista à presidência da França

29 de janeiro de 2017

Ex-ministro da Educação vence segundo turno da primária socialista e representará o partido na eleição de 23 de abril. Hamon derrota o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, que renunciou ao cargo para se lançar candidato.

Hamon: "Nosso país precisa de uma esquerda moderna e inovadora"
Hamon: "Nosso país precisa de uma esquerda moderna e inovadora"Foto: Reuters/C. Hartmann

O ex-ministro da Educação Benoît Hamon venceu o segundo turno da primária do Partido Socialista, tornando-se o candidato da legenda na eleição presidencial francesa, segundo mostram os resultados preliminares anunciados pelos organizadores da votação, realizada neste domingo (29/01).

Com 77% das urnas apuradas, os resultados revelam que o ex-ministro vence a disputa com 58,87% dos votos, ante 41,13% dos votos para o concorrente, o ex-primeiro-ministro Manuel Valls.

Cerca de 2 milhões de eleitores foram às urnas para escolher entre os dois candidatos. A primária da direita, em novembro, atraiu cerca de 4 milhões de eleitores. Podia votar todo francês que estivesse registrado como eleitor, pagasse 1 euro de taxa e declarasse que se identifica com a esquerda.

Em declaração logo após o anúncio dos primeiros resultados, Valls reconheceu sua derrota, dizendo que "Hamon claramente venceu" e "é o candidato de nossa família política".

Valls, que era considerado o favorito, renunciou ao cargo de primeiro-ministro em dezembro do ano passado para se lançar pré-candidato do Partido Socialista. O atual presidente, François Hollande, também socialista, desistiu de uma nova candidatura diante de sua baixa popularidade.

Valls reconheceu a derrota neste domingo e desejou sorte a RamonFoto: Reuters/P. Wojazer

Guinada à esquerda

Em discurso, Hamon classificou sua vitória como o triunfo de uma "esquerda viva e vibrante", que "volta a levantar a cabeça e olhar para o futuro". "Nosso país precisa de uma esquerda moderna e inovadora. É preciso escrever uma nova página de nossa história", declarou o candidato.

Hamon, de 49 anos, que esteve no governo de Hollande até agosto de 2014, é um reconhecido crítico do atual presidente e representa a guinada à esquerda dos socialistas do país. Ele pretende aumentar o salário mínimo, revogar novamente a liberalização do direito trabalhista, reduzir a jornada de trabalho, legalizar o consumo de maconha e criar 37 mil vagas para professores escolares.

Na França, observadores políticos consideram utópicas as posições de Hamon. Entre elas, também está a exigência de um salário mínimo incondicional para todos os franceses no valor de 750 euros.

Apesar de sua vitória na primária socialista, as suas chances de chegar à presidência são poucas. As pesquisas de opinião o veem com apenas 8% da preferência do eleitorado no primeiro turno da eleição presidencial, marcado para o próximo dia 23 de abril.

Os socialistas franceses estão em baixa devido à impopularidade de Hollande. Além disso, há candidatos do campo da esquerda que não participaram das primárias socialistas, como o ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que disputará a eleição de forma independente.

Entre outros candidatos já definidos para a corrida presidencial estão François Fillon, do Partido Republicano (centro-direita), e Marine Le Pen, da Frente Nacional (extrema direita), favoritos para avançar para o segundo turno, em 7 de maio, segundo as pesquisas de opinião.

EK/afp/ap/efe/lusa/ots

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