Hannover evacua 50 mil por bombas da Segunda Guerra
7 de maio de 2017
Desativação de artefatos provoca o segundo maior deslocamento de moradores de uma cidade alemã no pós-Guerra. Pelo menos, cinco bombas foram localizadas durante uma obra na região.
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Cerca de 50 mil moradores da cidade alemã de Hannover foram obrigados a deixar suas casas neste domingo (07/05) por segurança para que especialistas desativem ao menos cinco bombas da Segunda Guerra Mundial encontradas durante uma obra.
As autoridades de Hannover pediram a todos os moradores que estivessem prontos para deixar a região delimitada de segurança às 9h (horário local), embora na sexta-feira algumas das pessoas mais velhas e incapacitadas residentes nessa área já tinham começado a sair do local.
Policiais e bombeiros começaram no início da amanhã a retirar os moradores que ainda estavam na região que abrange parte dos bairros de Vahrenwald, List e Nordstadt e a fechar o acesso à área. Diversos trens, com destino à estação central da cidade, estão sendo desviados.
"Esperamos começar a desativação no início da tarde", afirmou um porta-voz dos bombeiros. Depois da evacuação, a polícia sobrevoa área com câmeras de infravermelho para ter certeza que todos os moradores deixaram o local.
A expectativa das autoridades é que a ação termine à noite e, somente, então os moradores poderão voltar para suas casas. Pelos transtornos, a cidade ofereceu aos atingidos, como compensação, entradas para museus e cinema.
Na área de segurança delineada em Hannover pelos especialistas em bombas estão estabelecimentos de todo tipo, desde asilos, centros para pessoas dependentes e uma clínica, até uma fábrica de pneus e uma central da polícia.
Essa é a segunda maior evacuação organizada na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Em dezembro do ano passado em Augsburgo, 54 mil pessoas foram desalojadas para desativar uma bomba britânica.
Como muitas outras cidades alemãs, Hannover foi alvo das bombas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial e se estima que somente na noite de 9 de outubro de 1943 as forças áreas britânicas tenham lançado 261 mil projéteis sobre a cidade.
Periodicamente, sobretudo em escavações para realizar obras, são detectados projéteis que não chegaram a explodir.
CN/efe/dpa/ap
Dresden em ruínas
Na reta final da Segunda Guerra, em três dias de bombardeio a partir de 13 de fevereiro de 1945, cerca de 25 mil pessoas morreram, e uma das mais belas cidades da Alemanha ficou irreconhecível.
Foto: Getty Images/Matthias Rietschel
Bombardeada, destruída e pilhada
Em 13 de fevereiro de 1945, bombardeiros Avro Lancaster deixaram a Inglaterra em direção a Dresden. Às 21h39, as sirenes soaram na cidade. O terror estava a caminho. Em apenas 23 minutos, o centro da cidade foi posto abaixo, tomado pelas chamas. Dois ataques britânicos e um americano destruíram 15 quilômetros quadrados da cidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Hofkirche em ruínas
O bombardeio também causou sérios danos à Hofkirche, uma das maiores igrejas da Saxônia, construída entre 1739 e 1755, na mesma época que a famosa Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora, protestante), que fica a apenas 300 metros de distância. O telhado e as abóbodas internas do templo católico desmoronaram.
Foto: picture-alliance/dpa
Lutero não foi poupado
O monumento ao reformador Martinho Lutero, em frente à igreja Frauenkirche, também foi danificado durante o bombardeio. A estátua foi criada por Adolf von Donndorf em 1861, mas inaugurada somente em 1885. Lutero visitou Dresden nos anos 1515 e 1517.
Foto: picture-alliance/akg-images
Memorial
A Frauenkirche também foi destruída pelas bombas. Erguida entre 1726 e 1743, a igreja barroca foi mantida em destroços até 1993, como um memorial à destruição sem sentido provocada pela guerra. Ela seria reconstruída mais tarde. Um artista britânico, cujo pai participou do bombardeio, foi quem reconstruiu fielmente a cruz na torre da igreja.
Foto: picture alliance/dpa
Símbolo reerguido
A "Frauenkirche" foi reconstruída entre 1994 e 2005, graças a doações de todo o mundo. Os custos da reconstrução ficaram em torno de 130 milhões de euros. O bairro barroco em volta da igreja de 91 metros de altura se tornou o novo centro turístico da capital da Saxônia. Dresden reconquistou um de seus maiores símbolos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel
Nenhum sinal da destruição
Muitos turistas passeiam hoje pelo centro de Dresden e ficam admirados com a reconstrução completa da cidade. A igreja católica Hofkirche havia se tornado necessária na Saxônia protestante porque Augusto, o Forte, se convertera ao catolicismo para usar a coroa real polonesa. A igreja havia sido construída entre 1739 e 1754.
Foto: picture alliance/Johanna Hoelzl
Com novo brilho
O monumento a Lutero foi reerguido em 1955. Até a sua restauração, entre 2003 e 2004, a estátua em frente às ruínas da Frauenkirche também era um alerta contra a guerra e a destruição. Hoje ela pertence à área do chamado Neumarkt, um largo no centro da cidade. A base da estátua serve como ponto de encontro para jovens e turistas.
Foto: imago/Chromorange
A Florença do Elba
A capital da Saxônia é novamente uma das cidades mais bonitas da Alemanha. Dresden é chamada também de Florença do Elba devido a sua arquitetura barroca. A cidade tem muitas atrações para oferecer e é um importante destino turístico. Dresden tem aproximadamente 550 mil habitantes e é uma das 12 maiores cidades alemãs.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Lander
Lembrança do horror
No gasômetro desativado de Dresden, visitantes podem ter uma boa noção dos estragos causados pela guerra. O artista Yadegar Asisi reproduziu uma grande parede panorâmica com a imagem da cidade destruída. Ele mostra o centro de Dresden logo após o bombardeio: tudo está em ruínas, há fumaça sobre partes do centro e da Neustadt e chamas no sul.