Morre Hans-Dietrich Genscher, "arquiteto" da Reunificação
1 de abril de 2016
Político chefiou Ministério do Exterior durante 18 anos e desempenhou papel-chave na política de distensão Leste-Oeste. Ele morreu aos 89 anos de falência cardiovascular.
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O ex-ministro do Exterior da Alemanha Hans-Dietrich Genscher morreu aos 89 anos, afirmou seu gabinete em Bonn nesta sexta-feira (01/04). O político, conhecido como o "arquiteto da Reunificação", sofreu uma falência cardiovascular.
Genscher foi ministro do Exterior e vice-chanceler federal da Alemanha entre 1974 e 1992. Em 12 de setembro de 1990, ele assinou, em nome da República Federal da Alemanha, o chamado Tratado sobre o Acordo Final com Respeito à Alemanha, que ficou conhecido como Tratado Dois-Mais-Quatro e é considerado uma obra-prima diplomática.
Trata-se do tratado de paz definitivo negociado entre a República Federal da Alemanha, a antiga Alemanha Ocidental, a República Democrática Alemã, a antiga Alemanha Oriental, e as quatro potências que ocuparam o país após a Segunda Guerra Mundial – Estados Unidos, França, Reino Unido e União soviética.
Em setembro do ano passado, Genscher foi homenageado pelo Partido Liberal Democrático (FDP) como o "arquiteto da Reunificação". Durante a cerimônia em Berlim, a legenda lembrou que o nome de Genscher está ligado a marcos da política de distensão Leste-Oeste.
Tal linha começou em 1° de agosto de 1975, com a assinatura em Helsinque da Declaração Final da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa (CSCE) e terminou com a primeira eleição parlamentar na Alemanha unificada em 2 de dezembro de 1990.
Genscher foi o político que ocupou o cargo de Ministro do Exterior da Alemanha durante mais tempo – durante os governos dos chanceleres federais Helmut Schmidt e Helmut Kohl. Antes de ocupar a pasta do Exterior, Genscher fora ministro do Interior de 1969 a 1974.
LPF/afp/dw/ots
Fotos históricas da Alemanha dividida
Criatividade das fotos de Rudi Meisel revela semelhanças entre as antigas Alemanha Oriental e Ocidental. Seu trabalho pode ser visto na mostra "Compatriotas 1977-1987", na Amerika Haus, em Berlim.
Foto: Rudi Meisel
Paradoxo de prosperidade
Um garoto solta uma pipa no meio da autoestrada A42, pouco antes de ela estar pronta e aberta ao público, no Vale do Ruhr, no oeste alemão. No fundo, vê-se a fumaça saindo das chaminés de siderúrgicas de Duisburg. A foto de Rudi Meisel, tirada em 1979, retrata uma era de prosperidade na Alemanha Ocidental.
Foto: Rudi Meisel
Coração dividido
Espera, separação, amor – esta imagem de 1980 reflete questões prementes envolvendo a divisão da alma alemã, nove anos antes da queda do Muro de Berlim. As pessoas na foto esperam pelo metrô na estação Alexanderplatz na antiga Berlim Oriental. Como fotojornalista, Rudi Meisel viajou extensivamente pelas duas Alemanhas.
Foto: Rudi Meisel
Habitação social no Leste
A imagem mostra um moderno complexo residencial na cidade de Halle-Neustadt, na Alemanha Oriental, em 1983. A perspectiva do fotógrafo lança os edifícios sob uma luz irônica. Ofuscados pela chuva, eles parecem bem menos imponentes, enquanto o foco recai sobre a rua inacabada e enlameada.
Foto: Rudi Meisel
Parquinho de todos
A foto foi tirada em que Alemanha? Nas imagens de Meisel, muitas vezes, é difícil responder a essa pergunta. Ele foi um dos poucos fotógrafos a ser autorizado a trabalhar nas duas Alemanhas antes de 1989. A foto foi feita em 1980 no local da antiga estação ferroviária Anhalter Bahnhof, no bairro de Kreuzberg, em Berlim Ocidental. Danificada durante a Segunda Guerra, a estação foi fechada em 1952.
Foto: Rudi Meisel
Mundos colidem
Uma mulher elegantemente vestida e um tanque militar: dois mundos diferentes se encontram na foto que Rudi Meisel fez na Alemanha Ocidental, em 1980, num dia comemorativo dedicado aos militares. Durante a Guerra Fria, tais armas eram expostas como troféus.
Foto: Rudi Meisel
Sombria monotonia
Ruas cinzentas, chuva, monotonia alemã-oriental: Rudi Meisel fez essa foto numa esquina da avenida Schönhauser Allee com a rua Dimitroffstrasse em Berlim Oriental. Em 1984, era difícil imaginar que o bairro de Prenzlauer Berg viria a se tornar, menos de uma década depois, a parte mais descolada da cidade unificada. A mostra "Compatriotas 1977-1987" pode ser visitada até 1° de novembro em Berlim.