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"Heine foi sempre um outsider"

Mathis Winkler (fm)30 de março de 2006

Em entrevista à DW-WORLD, Joseph A. Kruse, diretor do Instituto Heine em Düsseldorf fala sobre Heine e sua reputação na Alemanha.

Heine se denominava um bravo soldado das guerras de liberação da humanidade"Foto: picture-alliance/ dpa

Enquanto uma aversão a Heinrich Heine, baseada em preconceitos, foi passada de uma geração de alemães à outra, asiáticos e europeus da parte oriental o admiram há muito tempo. É o que afirma o diretor do Instituto Heine.

DW-WORLD: Por que se deveria ler Heine atualmente?

Joseph A. Kruse: Heine é fácil de ler porque ele criou um estilo de escritura que era considerado, no século 19, como sendo jovem, com frescor, imprudente e picante. As suas metáforas, imagens, histórias e anedotas ainda são muito surpreendentes hoje em dia. Por um lado, ele segue a tradição de líricos famosos. Quase dez mil composições de Schumann, Mendelsohn, Brahms, entre outros, foram feitas com base em seus poemas. É este o Heine que satisfaz as expectativas do público. O outro Heine, o Heine da prosa, este é difícil de ler.

Por que o senhor acha que ele é mais popular em outros países do que na própria Alemanha?

Preconceitos e mecanismos de rejeição entre a população alemã foram transmitidos sutilmente por muitas gerações. "Ele falava mal dos alemães, lá de Paris", era uma das acusações freqüentemente ouvidas. No entanto, ele foi sempre um outsider: judeu, foi batizado na Igreja Protestante e se casou com uma católica. Heine enfrentou acusações desse tipo com um certo orgulho. No Leste Europeu, é visto como iniciador de uma nova literatura nacional. Os asiáticos o admiram pela sua habilidade para descrever, de uma forma contundente e delirante, assuntos políticos e sociais.

Heine é geralmente chamado de "cosmopolita" e "cidadão europeu". Estas descrições são apropriadas?

Joseph A. Kruse, especialista em HeineFoto: Stadt Düsseldorf

Ele era um grande admirador da expressão "pátria", mas enxergava a Europa como uma comunidade e considerava Napoleão o [George] Washington europeu, o qual teria traído os ideais da Revolução Francesa no papel de imperador falido. Heine se descrevia como "um bravo soldado das guerras de libertação da humanidade". Acho que ele realmente levava isso muito a sério.

O que Heine diria sobre a Europa atual?

Ele lamentaria o fato de que a unificação européia não aconteceu mais rápida e pacíficamente.

Joseph A. Kruse é diretor do Instituto Heinrich Heine em Düsseldorf e diretor executivo da Sociedade Heinrich Heine. Publicou inumeráveis trabalhos sobre Heine.

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