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Herói de Paris recebe cidadania francesa

21 de janeiro de 2015

Lassana Bathily, que é muçulmano praticante, ajudou a salvar a vida de várias pessoas que estavam no mercado judaico de Vincennes durante o ataque terrorista de 9 de janeiro.

Valls, Cazeneuve e Bathily durante a cerimônia de entrega da cidadania, em ParisFoto: picture alliance/dpa

O maliano Lassana Bathily, de 24 anos, que ajudou várias pessoas a escapar do atentado a um mercado judaico em Paris, no último dia 9, recebeu nesta terça-feira a cidadania francesa.

A cerimônia de entrega do certificado de nacionalidade a Bathily teve a presença do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Cazeneuve elogiou Bathily, que é muçulmano praticante, por sua "coragem" e "heroísmo" e disse que seu "ato de humanidade se tornou um símbolo de um islã de paz e tolerância".

"Estou muito feliz por ter a dupla nacionalidade", disse Bathily, que também recebeu uma medalha pelas suas ações. "Viva liberdade, viva a solidariedade, viva a França", afirmou.

"As pessoas dizem que eu sou um herói, mas eu não sou um herói. Eu sou Lassana e sigo fiel a mim mesmo", declarou o africano, que há quatro anos trabalha no mercado em Vincennes.

Lassana Bathily chegou à França em 2006Foto: Guillot/AFP/Getty Images

Bathily chegou à França em 2006, aos 16 anos, vindo do Mali, e recebeu visto de trabalho cinco anos depois, em 2011. No mesmo ano, tentou obter a cidadania francesa, mas seu pedido foi recusado. Em julho do ano passado, submeteu novo pedido.

Ele estava no subsolo do mercado judaico quando o atirador Amedy Coulibaly invadiu o local, matando quatro pessoas. Bathily abriu o compartimento refrigerado do local, que ele desligou, e escondeu um grupo de pessoas lá dentro. Depois conseguiu deixar o mercado por uma escada de incêndio.

Do lado de fora, foi inicialmente detido pelos policiais. Segundo o próprio Bathily, ele foi interrogado por uma hora e meia, até os policiais se convencerem de que ele não estava envolvido no atentado.

Depois de finalmente convencer os policiais de sua inocência, forneceu informações sobre o interior do mercado para a polícia, auxiliando na operação que pôs fim ao sequestro.

Bathily disse à emissora de televisão BFM-TV que foi perfeitamente normal ter agido da maneira como ele agiu. "Sim, eu ajudei judeus a sair de lá. Não importa se somos judeus, cristãos ou muçulmanos, estamos todos no mesmo barco. Somos irmãos."

Bathily exibe com orgulho o seu novo documentoFoto: picture alliance/dpa

AS/afp/rtr/ap

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