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Holanda pede perdão inédito por Holocausto

26 de janeiro de 2020

Na véspera dos 75 anos da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, governo holandês pede pela primeira vez desculpas pelo seu papel na perseguição dos judeus durante a Segunda Guerra.

Homens em pé usando quipá abaixam a cabeça diante de monumento com coroas de flores no chão
Primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, presta homenagem às vítimas do Holocausto em monumento em AmsterdãFoto: picture-alliance/Pro Shots/K. Laureij

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, pediu neste domingo (26/01) desculpas, em nome do governo, pela perseguição dos judeus no país durante a Segunda Guerra Mundial e a deportação deles para campos de extermínio. Ele afirmou que muito pouco foi feito na época para protegê-los das atrocidades da Alemanha nazista.

"Uma vez que os últimos sobreviventes estão ainda entre nós, apresento as minhas desculpas em nome do governo pela ação das autoridades na época", declarou, na homenagem da Holanda às vítimas do Holocausto, na véspera dos 75 anos da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau.

O governo holandês nunca tinha expressado um pedido oficial de desculpas pela perseguição e morte dos judeus que viviam no país no período da Segunda Guerra. 

Dos 140 mil judeus que viviam na Holanda ocupada pela Alemanha nazista, apenas 38 mil sobreviveram.

Em 2012, o primeiro-ministro alegou que não dispunha de informações suficientes sobre a atuação do governo na época, nem "apoio suficientemente grande" para justificar o pedido oficial de desculpas.

Há 20 anos, o então chefe de governo holandês, Wim Kok, apenas apresentou desculpas pelo "acolhimento glacial" dado pela Holanda aos sobreviventes dos campos de concentração que regressaram ao país.

"As nossas instituições governamentais não agiram como guardiães da justiça e da segurança", reconheceu agora o atual primeiro-ministro, Rutte, observando que "muitos funcionários holandeses cumpriram as ordens" dos alemães durante a ocupação do país, entre 1940 e 1945.

Rutte frisou que, 75 anos depois da libertação de Auschwitz-Birkenau, "o antissemitismo continua entre nós". Ele acrescentou: "É exatamente por isso que nós reconhecemos plenamente o que aconteceu e dizemos isso em voz alta."

Nesta segunda-feira, chefes de Estado e de governo do mundo todo participam em Auschwitz, na Polônia, de uma cerimônia em lembrança da libertação do campo de extermínio alemão pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945. Na quinta-feira, uma cerimônia em Israel com presença de líderes internacionais também lembrou a data.

MD/lusa/afp/dpa

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