Quadros do ditador nazista costumam ser leiloados por milhares de dólares. Não na Holanda: mulher decide se livrar de obra comprada pelo pai por acaso, não consegue achar quem queira e decide doá-la a instituto.
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A agência do governo holandês encarregada de pesquisas sobre a Segunda Guerra Mundial recebeu como doação uma aquarela pintada por Adolf Hitler, noticia neste domingo (26/11) a imprensa local.
A pintura mostra uma torre em Viena e é considerada a única obra do ditador nazista existente na Holanda. A doadora não quis revelar sua identidade, e não se sabia da existência do quadro até então.
Segundo o jornal De Volkskrant, a mulher não queria a pintura em sua casa, e duas casas de leilões se recusaram a colocá-la a venda.
Embora noticiada agora, a doação foi feita no início do ano à NIOD, instituto estabelecido pelo governo local após a Segunda Guerra para criar um arquivo nacional relacionado à ocupação nazista na Holanda (1941-45).
A obra foi comprada por apenas 75 centavos pelo pai da doadora numa feira de selos e moedas, e ele só teria percebido se tratar de uma pintura do ditador nazista tempos depois.
O quadro tem a assinatura A. Hitler e foi autenticado pelo NIOD. Entre 1909 e 1913, Hitler vivia da venda de cartões-postais pintados. Estima-se que ele tenha feito entre 2 mil e 3 mil aquarelas, das quais 800 ainda existem.
A maioria dos trabalhos de arte de Hitler está em coleções privadas em Áustria, Reino Unido, Alemanha e EUA. O Exército americano ainda tem quatro aquarelas do ditador nazista confiscadas por soldados durante a guerra.
Em 2015, 14 desenhos de Hitler foram a leilão em Nurembergue e renderam um total de 400 mil euros. O preço mais alto foi pago por uma aquarela do castelo de Neuschwanstein, localizado na Baviera: um comprador chinês desembolsou 100 mil euros por ele.
RPR/afp/ots
Os homens que lideraram a Alemanha nazista
A história do mundo desde o século 20 seria bem diferente sem a atuação fatídica do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, sua ideologia, propaganda e crimes. Quem eram as principais figuras do movimento?
Foto: picture-alliance/dpa
Joseph Goebbels (1897-1945)
Como ministro da Propaganda, o virulentamente antissemita Joseph Goebbels cuidou para que a mensagem nazista unificada e forjada em ferro chegasse a cada cidadão do "Terceiro Reich". Ele sufocou a liberdade de imprensa, controlou mídia, artes e informação, e impeliu Hitler a declarar "guerra total". Goebbels e esposa cometeram suicídio ao fim da Segunda Guerra, após envenenar seus seis filhos.
Foto: picture-alliance/Everett Collection
Adolf Hitler (1889-1945)
O líder do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) desenvolveu sua ideologia antissemita, anticomunista e racista bem antes de assumir como chanceler do Reich, em 1933. Minou as instituições políticas da Alemanha, tornando-a um Estado totalitário, e a partir de 1939 desencadeou a Segunda Guerra, enquanto supervisionava o Holocausto. Adolf Hitler se suicidou em abril de 1945.
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Heinrich Himmler (1900-1945)
Como líder da força paramilitar nazista SS ("Schutzstaffel"), Heinrich Himmler foi um dos membros do partido mais diretamente responsáveis pelo Holocausto. O também chefe de polícia e ministro do Interior controlava todas as forças de segurança do "Terceiro Reich". Ele supervisionou a construção e as operações de todos os campos de extermínio, onde mais de 6 milhões de judeus foram assassinados.
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Rudolf Hess (1894-1987)
Três anos após se filiar ao partido nazista, Rudolf Hess participou em Munique do frustrado Putsch da Cervejaria de 1923. Na prisão, ajudou Hitler a escrever "Mein Kampf". Hess fugiu para a Escócia em 1941, para tentar negociar um acordo de paz, mas foi capturado e mantido em cárcere até o fim da guerra. Em 1946, respondeu a processo em Nurembergue, cumprindo prisão perpétua.
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Adolf Eichmann (1906-1962)
Ao lado de Himmler, Adolf Eichmann foi um dos principais organizadores do Holocausto. Como tenente-coronel da SS, geriu as deportações em massa de judeus para campos de extermínio nazistas no Leste Europeu. Após a derrota alemã, fugiu para a Áustria e depois para a Argentina, onde foi capturado pelo Mossad israelense em 1960. Condenado por crimes contra a humanidade, foi executado em 1962.
Foto: AP/dapd
Hermann Göring (1893-1946)
Participante do fracassado Putsch da Cervejaria, Hermann Göring se tornou o segundo homem mais poderoso da Alemanha depois que os nazistas tomaram o poder. Ele fundou a polícia secreta do Estado, Gestapo, e serviu como comandante da Luftwaffe até pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Göring foi condenado à morte em Nurembergue, mas se suicidou na noite anterior à execução.