Holanda reduzirá limite de velocidade para combater poluição
13 de novembro de 2019
Velocidade máxima passará dos atuais 130 km/h para 100 km/h durante o dia. Medida visa diminuir emissões de óxido de nitrogênio, após tribunal do país suspender projetos de infraestrutura para melhorar qualidade do ar.
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O governo da Holanda reduzirá o limite máximo de velocidade nas rodovias do país como parte de uma série de medidas para combater as emissões de óxido de nitrogênio, geradas em grande parte por veículos movidos a diesel. A medida entrará em vigor em 2020, segundo a emissora de televisão holandesa NOS.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou nesta quarta-feira (13/11) que a velocidade máxima passará de 130 km/h para 100 km/h. O premiê admitiu estar "muito infeliz" por ter que reduzir o limite de velocidade, mas ressaltou que a medida é fundamental para conter a poluição.
A proposta prevê, porém, que a redução ocorra somente durante o dia. O atual limite de 130 km/h será mantido entre as 19h e as 6h. Com a mudança, a Holanda terá um dos menores limites de velocidade da União Europeia (UE).
O problema das emissões se tornou grave no país em maio, após a Suprema Corte da Holanda ordenar a suspensão de grandes projetos de infraestrutura, como aeroportos, estradas e prédios habitacionais, pelo fato de o país estar violando leis da UE que estabelecem limites para as emissões.
O tribunal considerou que as autorizações dadas pelo governo a projetos que emitem óxido de nitrogênio violam as leis ambientais da UE, o que levou ao congelamento das licenças dadas a vários projetos de construção.
Rutte afirmou que, com a mudança no limite de velocidade e a consequente redução das emissões de óxido de nitrogênio, os projetos paralisados poderão ser retomados em breve.
O primeiro-ministro anunciou ainda medidas para reduzir a poluição decorrente da pecuária, como alterações na composição de ração para diminuir o nível de amônia, que contém nitrogênio, na urina dos animais.
As emissões de nitrogênio per capita na Holanda são quatro vezes maiores do que a média da União Europeia, sendo 61% dessa poluição proveniente da agricultura.
No mês passado, agricultores holandeses bloquearam estradas do país num protesto após a agricultura intensiva ter sido considerada um dos maiores poluentes da Holanda.
O óxido de nitrogênio é um dos gases mais poluentes da atmosfera. No mês passado, um relatório da Agência Europeia do Ambiente alertou para a má qualidade do ar, estimando que 90% dos habitantes de cidades respiram ar poluído.
O documento apontou ainda que a maioria dos europeus está exposta a um nível de poluição do ar bem maior do que os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o relatório, a má qualidade do ar foi responsável por cerca de 400 mil mortes prematuras na UE em 2016.
Praias antes paradisíacas repletas de garrafas, animais engasgados com dejetos, pessoas recolhendo o material em aterros. Uso desenfreado do derivado do petróleo deixa rastro preocupante no meio ambiente.
Foto: Daniel Müller/Greenpeace
A era do plástico
Leve, durável, flexível e muito popular. O mundo produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico desde o início da produção em massa, nos anos 50. Como o material não é facilmente biodegradável, muito do que foi produzido acaba em aterros como este, nos arredores de Nairóbi. Catadores de lixo caçam plásticos recicláveis para ganhar a vida. Mas muito também acaba no oceano.
Foto: Reuters/T. Mukoya
Rios de lixo
Cerca de 90% do plástico entra nos habitats marinhos através de apenas dez rios: o Yangtzé, o Indo, o Amarelo, o Hai, o Nilo, o Ganges, o Pearl River, o Amur, o Níger e o Mekong. Esses rios atravessam áreas altamente povoadas, com falta de infraestrutura adequada para o descarte de resíduos. Aqui, um pescador nas Filipinas retira uma armadilha para peixes e caranguejos de águas poluídas.
Foto: picture-alliance/Pacific Press/G. B. Dantes
Começo de vida plastificado
Alguns animais encontram uma utilidade para resíduos de plástico. Este cisne fez seu ninho no lixo em um lago de Copenhague que é popular entre os turistas. Seus filhotes saíram dos ovos rodeados de dejetos, o que não é um bom início de vida. Mas para outros animais, as consequências são muito piores.
Foto: picture-alliance/Ritzau Scanpix
Consequências fatais
Embora o plástico seja altamente durável e possa ser usado para produtos com longa vida útil, como móveis e tubulações, cerca de 50% da produção são destinados a produtos descartáveis, incluindo talheres e anéis usados em pacotes de seis unidades de latas de bebidas, que acabam no meio ambiente. Animais correm o risco de se enredar neles e morrer, como ocorreu com este pinguim.
Foto: picture-alliance/Photoshot/Balance
Confundido com comida
Este filhote de albatroz foi encontrado morto em Sand Island, no Havaí, com vários pedaços de plástico no estômago. Um levantamento realizado em 34 espécies de aves no norte da Europa, Rússia, Islândia, Escandinávia e Groenlândia, apontou que 74% delas ingeriram plástico. Comer o material pode levar a danos nos órgãos e bloqueios no intestino.
Mesmo os animais maiores sofrem os efeitos do consumo de plástico. Esta baleia foi encontrada na Tailândia. Durante a tentativa de salvamento, o animal vomitou cinco sacos plásticos e morreu. Na autópsia, os veterinários encontraram 80 sacolas de compras e outros dejetos plásticos que entupiam o estômago da baleia, de modo que ela não conseguia mais digerir alimentos nutritivos.
Foto: Reuters
Dejetos invisíveis
Grandes pedaços de plástico na superfície do oceano, como é registrado aqui, na costa havaiana, chamam atenção. Mas poucos sabem que trilhões de minúsculas partículas com menos de 5 milímetros de diâmetro também flutuam nos mares. Essas partículas acabam na cadeia alimentar. O plâncton marinho, que é uma fonte importante de alimento para peixes e outros animais marinhos, já foi filmado comendo-as.
Foto: picture-alliance/AP Photo/NOAA Pacific Islands Fisheries Science Center
Fim à vista?
Medidas para tentar reduzir o plástico descartável já foram tomadas em alguns países africanos, como proibições de sacolas plásticas, e a União Europeia planeja proibir produtos plásticos descartáveis. Mas se as tendências atuais forem mantidas, cientistas acreditam que haverá 12 bilhões de toneladas de plástico no planeta até 2050.