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Drogas

DW (nda/ca)31 de outubro de 2008

Autoridades municipais da Holanda planejam nova iniciativa para conter turistas que invadem o país para tirar proveito da política local de drogas leves, entre as quais os holandeses incluem a maconha.

Fumantes alemães de maconha são turistas assíduos na HolandaFoto: AP

A Associação Holandesa de Municípios (VNG) anunciou nesta semana que realizará uma cúpula sobre drogas leves na terceira semana de novembro. Os participantes debaterão maneiras de desencorajar os turistas em visita à Holanda de tirar proveito da política liberal de drogas do país. O encontro também buscará soluções para reduzir a criminalidade relacionada às drogas.

O encontro dá continuidade à decisão tomada na semana passada pelas cidades de Rosendaal e Bergen op Zoom, no sudeste do país, de fechar gradualmente seus coffee shops na tentativa de reduzir os crimes relacionados às drogas.

Todas as cidades holandesas próximas às fronteiras com a Alemanha e a Bélgica estão convidadas para o encontro. Após a cúpula, a VNG apresentará ao governo a posição conjunta das prefeituras.

Segundo a associação, o objetivo é conseguir do governo que este negocie uma política internacional de drogas leves com a Bélgica e a Alemanha.

A Holanda descriminalizou, de fato, as drogas leves quando introduziu há algumas décadas uma política de "não-coerção". Apesar de a posse e o cultivo de maconha continuarem, à luz do direito, ilegais no país, a Justiça sistematicamente faz "olho grosso" e os tribunais do país costumam decidir em favor de réus.

A venda e o uso das assim chamadas drogas leves, como a maconha, é legal em estabelecimentos designados, comumente chamados de coffee shops.

Maastricht

Policial holandês conversa com turista francesa que fuma maconha em MaastrichtFoto: AP

O prefeito de Maastricht, Gerd Leers, chama a atual política holandesa para as drogas de "hipócrita". Ele afirma que ela dá margem a crimes relacionados às drogas e estimula a venda e a distribuição de drogas pesadas, como a heroína.

Maastricht é uma das cidades mais afetadas pela criminalidade relacionada ao consumo e tráfico de drogas. A cidade é visitada anualmente por mais de 1,5 milhão de turistas em busca de drogas e possui 16 coffee shops – dez a mais que outras cidades holandesas de semelhante tamanho.

A polícia estima que Maastricht também possua mais de cem "supermercados de drogas leves", lojas ilegais onde tais drogas podem ser compradas em quantidade maior do que os cinco gramas por pessoa permitidos pela lei holandesa.

Leers afirma que os policiais de sua cidade lidam com um número três vezes maior de crimes que seus colegas da região metropolitana de Haia.

Alemães preferem Enschede

Devido à sua proximidade com a fronteira alemã, a cidade de Enschede é particularmente problemática para as autoridades locais. Milhares de turistas atrás de drogas, principalmente alemães, atravessam anualmente a fronteira pelo gostinho da maconha legalizada.

No passado, a Holanda considerou várias formas de conter o turismo da droga, como a restrição da venda de drogas leves somente a holandeses, que deveriam mostrar sua identidade nos coffee shops. Já a pressão política fez diminuir o número de tais estabelecimentos.

Segundo os últimos números oficiais, a Holanda possuía 740 coffee shops em 2004, comparados aos 1.180 de 1997. Mas ainda não se sabe se a redução do número de coffee shops contribuiu para diminuir o consumo e o turismo da droga.

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