Presidente francês elogia operações policiais, mas afirma que França ainda não está livre de ameaças terroristas. Ele classifica sequestro em mercado judaico de "antissemita" e confirma morte de quatro reféns.
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Em pronunciamento à nação nesta sexta-feira (09/01), o presidente François Hollande disse que a França conseguiu enfrentar o atentado terrorista ao semanário Charlie Hebdo, cometido na última quarta-feira, mas afirmou que a França ainda não está livre de ameaças terroristas.
No discurso televisionado, o chefe de Estado elogiou as forças de segurança pelo trabalho profissional e eficaz, que resultou na morte dos suspeitos do ataque à sede do semanário e do sequestrador em um mercado judaico. Os três dias de atentados deixaram 19 mortos – incluindo os autores dos ataques – e ao menos 20 feridos.
"Os assassinos foram neutralizados graças a uma ação dupla e gostaria de salientar a coragem e a bravura dos policiais civis e militares que participaram dessas intervenções. Estamos muito orgulhosos deles. Quando a ordem foi dada, fizemos a invasão com coragem para salvar os reféns e neutralizar os terroristas", afirmou.
"Um ato antissemita terrível"
O chefe de Estado pediu por união nacional e vigilância. "A França, apesar de estar consciente do que enfrentou, apesar de saber que pode contar com as forças de segurança, com homens e mulheres capazes de atos de coragem e bravura, ainda não está livre das ameaças das quais é alvo."
Hollande confirmou a morte de quatro reféns no sequestro de um minimercado judaico no leste da capital francesa. "Na verdade, foi cometido um ato antissemita terrível", disse ele sobre o incidente no distrito de Vincennes, que estava relacionado à caça dos irmãos Kouachi. "Estes fanáticos não têm nada a ver com a religião muçulmana", afirmou o mandatário francês.
Marcha no domingo reunirá líderes europeus
O presidente francês confirmou presença em uma marcha nacional, marcada para o próximo domingo, ao lado de líderes europeus. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy e os primeiros-ministros da Itália, Matteo Renzi, e Bélgica, Charles Michel, também confirmaram presença.
Nesta sexta-feira, duas ações policiais encerraram dois sequestros. Um em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, quando a polícia invadiu uma fábrica onde os irmãos Kouachi, considerados os autores do massacre na redação do Charlie Hebdo, estavam escondidos. Os dois foram mortos na ação. O refém que eles mantinham em seu poder foi resgatado a salvo.
Já no leste de Paris, um sequestrador, identificado por parte da imprensa francesa como Amedy Coulibaly, também foi morto. Ele mantinha mais de uma dúzia de reféns em um mercado de produtos judaicos.
A caçada aos terroristas na França
Em imagens, o cerco realizado pela polícia francesa em busca dos autores do atentado contra a redação do semanário satírico "Charlie Hebdo".
Foto: A. Gelbard/AFP/Getty Images
Fim do cerco
Em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, polícia invadiu a fábrica onde os irmãos Kouachi estavam há horas entricheirados e matou ambos. O refém que eles mantinham em seu poder foi resgatado a salvo. Na operação, a polícia usou recursos, como a explosão mostrada na foto, para distrair os terroristas.
Foto: P. Le Segretain/Getty Images
Megaoperação
Forças de segurança estiveram envolvidas em duas operações policiais, nesta sexta-feira (09/01): uma é a caçada pelos irmãos Kouachi, encerrada numa fábrica a 40 quilômetros de Paris, na cidade de Dammartin-en-Goële e o sequestro em uma minimercado, no leste da capital francesa.
Foto: M. Piasecki/Getty Images
Reféns libertados
Homem é escoltado ao deixar o mercado de produtos kosher onde um homem, identificado inicialmente como Amedy Coulibaly, mantinha reféns. O terrorista foi morto pela polícia, numa operação simultânea à realizada em Dammartin-en-Goële.
Foto: AFP/Getty Images/T. Samson
Estado de sítio
Principais vias do leste de Paris foram fechadas aos trânsito, depois que homem armado faz reféns em minimercado judaico de Paris. Sequestrador seria o mesmo que matou uma policial no dia anterior.
Foto: picture alliance/dpa/Jb Quentin
Os suspeitos do sequestro em mercado judaico
Amedy Coulibaly (esq.) seria, segundo a imprensa francesa, o responsável pelo ataque ao minimercado kosher e pela morte, na quinta-feira, de uma policial. A mulher Hayat Boumeddiene é considerada cúmplice e está em fuga.
Foto: picture-alliance/French Police/Handout
Reféns em mercado judaico de Paris
Policiais abordam motoqueiros durante blitz em Paris. Eles violaram o bloqueio feito ao redor do mercado judaico, onde pelo menos seis pessoas foram mantidas reféns.
Foto: Reuters/Y. Boudlal
Perseguição nos arredores de Paris
Os suspeitos, que estavam no norte da França, roubaram um carro do modelo Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Felicite, de uma mulher que disse ter reconhecido os irmãos. Depois, eles rumaram para os arredores de Paris, onde foi iniciada a perseguição.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco a Dammartin-en-Goële,
Um comboio de segurança e helicópteros rumam para Dammartin-en-Goële, cerca de 40 quilômetros a nordeste de Paris, para uma operação de captura dos dois irmãos suspeitos de cometerem o atentado ao semanário Charlie Hebdo, Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco ampliado
Polícia faz a segurança em Reims, durante uma investigação em um prédio na cidade, localizada no norte da França. Durante a madrugada de quarta-feira, um dos suspeitos, de 18 anos, se entregou às autoridades perto da fronteira com a Bélgica.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Em fuga para o norte
A polícia trabalha com a possibilidade de que os dois irmãos tenham fugido para o norte. Eles foram vistos perto de um posto de gasolina nos arredores de Villers-Cotteret. Na foto, atiradores patrulham os subúrbios de Reims, também no norte da França.
Foto: Getty Images
Pista
Isolamento policial no posto de gasolina no norte da França onde os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, foram vistos dentro de um carro. Eles são os principais suspeitos de terem cometido o atentado contra o "Charlie Hebdo".
Foto: Reuters/P. Rossignol
Susto em Estrasburgo
Policial examina mala abandonada perto da universidade de Estrasburgo, na Alsácia. O objeto foi checado, e a ameaça se tratou de um alarme falso.
Foto: Reuters/Vincent Kessler
Segurança reforçada
Em pontos turísticos da capital francesa, como o Museu do Louvre, homens fortemente armados passaram a fazer a segurança. Após o atentado de quarta-feira, as autoridades deixaram claro que ainda há risco de outros ataques.
Foto: Reuters/G. Fuentes
Carro abandonado
Após o atentado, a polícia encontrou o carro usado pelos atiradores no 20º Arrondissement de Paris, região com grande população de imigrantes. O veículo havia sido roubado. A suspeita é de que, após abandoná-lo, os terroristas tenham seguido para o norte do país. Na foto, policiais durante a caçada aos atiradores na capital francesa.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Os irmãos Kouachi
Os irmãos Said e Cherif Kouachi são considerados os principais suspeitos. Segundo o jornal "Metro", Cherif era conhecido das autoridades e chegou a ser acusado em 2005 por fazer parte de uma organização jihadista que recrutava jovens para combater no Iraque. Ele teria sido sentenciado a 18 meses de prisão, em 2008.
Foto: picture-alliance/dpa/French Police/Handout
Identificados
Os terroristas foram identificados como os irmãos Said e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, e Hamyd Mourad, de 18 anos, todos cidadãos franceses. Mourad, inicialmente suspeito de ter dirigido o carro no qual os dois atiradores fugiram, se apresentou a uma delegacia e negou envolvimento no ataque.