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Terrorismo

Hollande classifica como terrorista incidente no Louvre

3 de fevereiro de 2017

Presidente francês admite que país segue sob ameaça de atentados. "O perigo existe, ele continuará, e nós teremos que lidar com ele", declarou. Agressor seria cidadão egípcio de 29 anos.

Frankreich Paris Louvre - Attentäter angeschossen
Foto: Reuters/C. Hartmann

O presidente francês, François Hollande, declarou que há "poucas dúvidas" sobre a "natureza terrorista" do ataque perpetrado por um homem armado com um facão contra militares na entrada do centro comercial Carrousel du Louvre, em Paris, na manhã desta sexta-feira (03/02).

Um grupo de quatro militares fazia a vigilância da galeria de lojas, anexa ao Museu do Louvre, quando um homem avançou contra eles após gritar "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe). Ele chegou a agredir um dos soldados, mas foi atingido por cinco disparos e ficou gravemente ferido.

Hollande, que está em Malta para um encontro com líderes europeus, admitiu que, apesar das medidas de segurança reforçadas no país, a França continua sob ameaça de ataques terroristas. "O perigo existe, ele continuará, e nós teremos que lidar com ele", declarou o presidente francês.

Mais cedo, em comunicado, Hollande saudou "a coragem e a determinação" manifestada pelos militares que conseguiram neutralizar o agressor. Também reafirmou "a determinação do Estado" para "agir de forma incansável" na defesa da segurança dos franceses e na luta contra o terrorismo.

A agência de notícias AP, citando autoridades francesas próximas às investigações, afirmou que várias operações policiais entraram em curso na capital francesa após o ocorrido no Louvre nesta sexta.

Agressor seria egípcio

A polícia informou que o agressor foi levado ao hospital Georges Pompidou, em Paris, aonde chegou ainda consciente. Hollande, em conversa com repórteres em Malta, declarou que o homem será interrogado "assim que possível". O soldado, por sua vez, teve um ferimento leve e passa bem.

A identidade do agressor ainda não foi verificada, mas os investigadores suspeitam que se trata de um egípcio de 29 anos com permissão de residência nos Emirados Árabes Unidos. Ele entrou em Paris em janeiro, apresentando um visto válido, num voo que partiu de Dubai.

Segundo o promotor francês François Molins, o egípcio alugou um apartamento na capital, que foi inspecionado pela polícia, e um carro. Dois dias após chegar à França, ele comprou dois facões militares, de 40 centímetros cada, por 680 euros (2.285 reais), numa loja próxima à Praça da Bastilha.

Na inspeção, de acordo com Molins, foram encontradas as capas dos facões, o passaporte egípcio – que tinha um carimbo de entrada na Arábia Saudita e outros dois na Turquia, em 2015 e 2016 –, a permissão de residência nos Emirados Árabes Unidos, roupa "para uma semana", um tablet, uma bateria autônoma de telefone celular e quase 1.000 euros (cerca de 3.300 reais) em espécie.

O promotor francês disse que ainda não está claro se o agressor, que vestia uma camiseta estampada com uma caveira, planejou o ataque ou recebeu instruções antes de agir. Ele carregava duas mochilas no momento da agressão, mas não foram encontrados explosivos dentro delas.

Museu reabre no sábado

O Louvre fica no coração da capital francesa e é uma das principais atrações turísticas da cidade. O museu fechou as portas após o incidente desta sexta-feira, mas reabrirá as portas no sábado, segundo o perfil oficial no Twitter. Cerca de mil visitantes ficaram confinados no local, sendo liberados duas horas após o ataque. As vias ao redor do museu foram bloqueadas, e as estações de metrô, fechadas.

Patrulhas militares fazem parte das medidas de segurança implementadas após uma série de ataques terroristas ocorridos na França desde janeiro de 2015, que deixaram mais de 230 mortos. Soldados armados são vistos regularmente nos arredores do Louvre. No Carrousel du Louvre, os visitantes são revistados antes de acessar a galeria.

EK/dpa/ap/afp/efe/lusa

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