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Hollande decreta luto nacional após ataque

7 de janeiro de 2015

Presidente francês declara que "a unidade é a nossa arma" e que "a liberdade será sempre mais forte do que a barbárie". Ele ainda elogia os "corajosos cronistas" do satírico "Charlie Hebdo" e promete punir responsáveis.

Foto: Reuters/P. Wojazer

Numa breve declaração transmitida nesta quarta-feira (07/01) à nação francesa pela televisão, o presidente da França, François Hollande, decretou um dia nacional de para a quinta-feira, devido ao ataque terrorista ao semanário Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos e 11 feridos.

"A unidade é a nossa melhor arma", declarou Hollande, acrescentando que as bandeiras ficarão a meio mastro em todo território francês por três dias. "Nada pode nos dividir, nada deve nos separar. A liberdade será sempre mais forte do que a barbárie", afirmou o presidente.

Hollande elogiou ainda os "corajosos cronistas" do Charlie Hebdo, uma revista que provocou indignação no mundo muçulmano por publicar charges do profeta Maomé. "Eles tocaram, através de sua influência, sua insolência e sua independência, gerações e gerações de franceses. Em seus nomes, vamos defender essa mensagem de liberdade", finalizou Hollande. Esta é apenas a quinta vez em 50 anos que um dia de luto foi declarado na França.

Atentado contra revista satírica em Paris

01:35

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"É um atentado terrorista, não há dúvida"

Horas antes, o presidente esteve no local do atentado e o condenou com veemência. "Os autores desses atos serão perseguidos. A França está em choque. É um atentado terrorista, não há dúvida", afirmou, segundo o jornal Le Monde.

"Temos de agir com firmeza, mas nos preocupando com a unidade nacional. Estamos diante de um momento difícil, diversos ataques foram evitados nas últimas semanas […] Puniremos os agressores", declarou Hollande, segundo o Le Monde. O presidente também criticou o fato de o ataque ter sido feito justamente "contra jornalistas que sempre tentam mostrar que se podem defender ideias na França".

Em sua conta no Twitter, Hollande afirmou que "nenhum ato bárbaro será capaz de extinguir a liberdade de imprensa". "Somos um país unido, que vai reagir unido", prosseguiu.

Ataque matou um dos maiores cartunistas da França

Perto do meio-dia (horário local), três homens encapuzados, armados com fuzis Kalashnikov, invadiram a sede do semanário satírico francês Charlie Hebdo, no coração de Paris, e abriram fogo. Ao menos 12 pessoas morreram, entre elas o editor-chefe da publicação, Stephane Charbonnier, e um do maiores cartunistas da França, Georges Wolinski. Após o atentado, a França elevou o alerta de terrorismo ao nível máximo.

Os terroristas conseguiram fugir e estão sendo caçados por mais de 3 mil homens da polícia parisiense. O atentado gerou uma onda de condenações da comunidade internacional e ameaça acirrar o debate sobre a relação entre islã e radicalismo, atualmente em alta na Europa, sobretudo na Alemanha e na França.

A comunidade internacional, por meio de líderes como Barack Obama e Angela Merkel, condenou em peso o atentado, usando palavras como "barbárie" para descrevê-lo. Lideranças muçulmanas e árabes destacaram a necessidade de separar o islã do uso da violência.

Em dezembro, três ataques isolados nas cidades de Dijon, Nantes e Joue-les-Tours, mataram uma pessoa e deixaram mais de 25 feridas. Em dois dos incidentes, os agressores gritaram a mesma frase proferida no massacre em Paris: Allahu Akbar (Deus é grande).

PV/lusa/afp/dpa/rtr

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