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Hollande e Merkel lembram centenário da Batalha de Verdun

29 de maio de 2016

Líderes participam de cerimônia no cemitério militar alemão de Consenvoye e no Ossário de Douaumont, onde estão os restos mortais de mais de 130 mil soldados. Batalha é símbolo das atrocidades da Primeira Guerra Mundial.

Merkel e Hollande colocaram uma coroa de flores no cemitério militar alemão de Consenvoye
Merkel e Hollande colocaram uma coroa de flores no cemitério militar alemão de ConsenvoyeFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, participaram neste domingo (29/05) dos atos oficiais para marcar o centenário da Batalha de Verdun, o mais sangrento conflito entre tropas alemãs e francesas durante toda a Primeira Guerra Mundial.

Foram dez meses de enfrentamentos que custaram a vida de 163 mil soldados franceses e 143 mil alemães. Verdun é vista, hoje, como um símbolo da reconciliação de França e Alemanha, nações que frequentemente são consideradas os dois motores da União Europeia (UE).

Sob uma chuva persistente, os líderes começaram o ato colocando uma coroa de flores no cemitério militar alemão em Consenvoye, localizado ao norte de Verdun. Eles caminharam entre as fileiras de cruzes de cor preta com nomes de mortos. No local onde estão enterrados 11 mil soldados alemães.

Ao visitar o cemitério alemão, Merkel e Hollande seguem os passos de seus antecessores Helmut Kohl e François Mitterand. Quando estes se deram as mãos durante a execução do hino nacional francês, em 1984, o ato selou simbolicamente a reconciliação de dois países que antes eram inimigos.

"O convite para esses atos mostra a extensão em que as relações entre França e Alemanha são boas nos dias de hoje", afirmou Merkel antes da cerimônia. Ambos os líderes deverão usar o dia para relembrar a necessidade de unidade num momento em que a UE está sob pressão devido ao grande fluxo de refugiados e a possibilidade de saída do Reino Unido do bloco.

Merkel e Hollande caminharam entre as fileiras de cruzes no cemitério militar alemão de ConsenvoyeFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

Hollande disse antes da cerimônia que era um momento perfeito para os líderes mostrarem suas ambições para a Europa, numa altura em que o continente estava sob o domínio do "mal do populismo" – em uma possível referência aos partidos de extrema direita que fazem avanços em vários países, alimentados pela crescente preocupação com o fluxo sem precedentes de migrantes.

Durante o almoço, os dois líderes discutiram sobre a crise causada pelas centenas de milhares de migrantes que buscam refúgio na Europa e o referendo sobre o Brexit marcado para 23 de julho no Reino Unido. Depois, eles participaram da principal cerimônia comemorativa no Ossário de Douaumont, onde estão os restos mortais de 130 mil soldados franceses e alemães não identificados.

Com a visita, Merkel e Hollande inauguram uma inscrição que diz que mortos de ambos países estão ali guardados. Principalmente as associações de soldados franceses se opuseram durante anos à menção, no local, aos soldados alemães.

A cerimônia contará ainda com 3.400 estudantes alemães e franceses em uma apresentação coreografada pelo cineasta alemão Volker Schlöndorff. A cerimônia contou, ainda, com badaladas de sinos de igrejas localizadas nos arredores em memória dos soldados que morreram na sangrenta batalha.

FC/afp/dpa/ap/efe

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