Hollande, Rajoy e Merkel visitam local da tragédia
25 de março de 2015
Nos Alpes franceses, líderes conversam com equipes de busca, moradores da região e parentes de vítimas da queda do voo da Germanwings. Eles destacam cooperação entre os três países para esclarecer o desastre aéreo.
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O presidente francês, François Hollande, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, estiveram nesta quarta-feira (25/03) na região da queda do voo 4U-9525 da Germanwings, no sul da França. Eles conversaram com o as equipes de busca, com moradores da região próxima da tragédia e com parentes de vítimas.
Hollande informou a peça que contém a segunda caixa-preta do Airbus A320 chegou a ser encontrada nesta quarta-feira, mas sem seu conteúdo. O presidente francês garantiu, no entanto, que todos os esforços estão sendo tomados para que a peça, que contém gravação de dados sobre o voo, seja encontrada.
Ele disse ainda ter ficado emocionado com as demonstrações de solidariedade na região da tragédia, uma "imagem que a França está passando para todo o mundo". Segundo Hollande, familiares e parentes das vítimas que quiserem vir até o local do acidente serão não apenas bem-vindos como também serão assistidos psicologicamente.
Angela Merkel, assim como Mariano Rajoy, agradeceram ao povo francês pela ajuda prestada e destacaram a quantidade de voluntários no local, atuando como tradutores e assistentes sociais. Merkel desejou a todos que trabalham na grande operação desencadeada com a queda do avião "muita força nessa hora difícil", e destacou a importância de ver que estão todos juntos neste momento. "Este é um exemplo da amizade França-Alemanha", disse Merkel.
Hollande e Merkel sobrevoaram de helicóptero a área onde estão os destroços do Airbus A320 – uma região montanhosa de difícil acesso, bastante íngreme e com neve. Em seguida, na vila de Seyne-les-Alpes, já com Rajoy, os líderes conversaram rapidamente com bombeiros, policiais e montanhistas que trabalham na operação de resgate.
Mais de 600 pessoas buscam restos mortais das 150 vítimas e pedaços da fuselagem que podem ser importantes nas investigações sobre as causas do acidente. Há partes espalhadas por até 4 hectares, em alturas que variam em até 200 metros. Os trabalhos devem durar semanas, estimam as autoridades.
Merkel, Hollande e Rajoy ainda se encontraram com parentes das vítimas que se encontram na região. A governadora do estado alemão da Renânia do Norte Vestfália, Hannelore Kraft, também faz parte da delegação oficial.
Está programada para o fim do dia uma cerimônia em homenagem aos mortos na tragédia, em um local com vista para os Alpes.
Entre as vítimas, de pelo menos 15 nacionalidades, estão dois bebês e 16 estudantes alemães que voltavam de um programa de intercâmbio. A Germanwings divulgou que 72 vítimas são alemãs. Ainda há uma controvérsia com relação ao número de espanhóis a bordo: o governo espanhol falou em 51, a companhia aérea disse que eles eram 35.
A primeira caixa-preta foi encontrada ainda na terça-feira, bastante danificada. Ela contém as gravações de voz no cockpit da aeronave. Especialistas em Paris tentam remontar a caixa-preta.
MSB/rtr/afp/dpa
A tragédia do voo da Germanwings
Um Airbus 320, que fazia a rota entre Barcelona e Düsseldorf, caiu nos Alpes franceses. Havia 144 passageiros, dois pilotos e quatro comissários a bordo. Não há sobreviventes.
Foto: Reuters/Diego Crespo/Moncloa
Copiloto derrubou avião
As gravações de áudio do cockpit indicam que o copiloto do voo 4U-9525 voluntariamente colocou o avião em rota de queda num momento em que o piloto havia se ausentado da cabine de comando. Andreas Lubitz, de 28 anos e nacionalidade alemã, não abriu a porta da cabine para que o piloto voltasse ao comando do Airbus A320.
Foto: picture alliance/landov
Sons dos últimos instantes
Em entrevista coletiva, o promotor de Marselha, Brice Robin, revela o conteúdo dos registros de áudio dos últimos minutos da aeronave. Até o avião se chocar contra o chão, "só era possível ouvir o som da respiração dele", informou, se referindo ao copiloto. "O tempo todo (da queda), ele não falou uma única palavra", acrescentou.
Foto: Pennant/AFP/Getty Images
Perplexidade
Thomas Winkelmann, presidente da Germanwings, e Carsten Spohr, presidente da Lufthansa durante entrevista coletiva. Executivos afirmam que notícia de que copiloto derrubou avião deixa empresa em estado de choque. "Não temos informação sobre o que teria motivado essa atitude terrível", afirmou Spohr. "Estamos diante de um enorme mistério."
Foto: Reuters/W. Rattay
Registros legíveis, apesar dos danos
Uma das caixas-pretas do Airbus 320 da Germanwings, encontrada no lugar da queda. Equipamento foi danificado pelo acidente. Porém, técnicos afirmaram que leitura de dados não ficou impossibilitada.
Foto: Reuters/BEA
Homenagem às vítimas
Presidente francês, François Hollande, chanceler alemã, Angela Merkel, e premiê espanhol, Mariano Rajoy, se encontraram em Seyne-les-Alpes e fizeram uma homenagem solene aos 150 mortos, nas proximidades da área onde o avião caiu.
Foto: Getty Images/P. Macdiarmid
Luto no colégio
Velas e cartaz com a pergunta "por quê"? expressam a consternação dos habitantes da pequena Haltern am See. Um grupo de 16 alunos e duas professoras de um colégio da cidade no norte da Alemanha retornava no voo acidentado da Germanwings de uma semana de intercâmbio na Espanha.
Foto: DW/J. Walter
Parentes buscam informações
Há muita tensão nos aeroportos de Barcelona e de Düsseldorf, onde parentes de passageiros buscam informações sobre o voo que caiu no sul da França. Equipes de atendimento emergencial estão de prontidão no aeroporto de Düsseldorf para dar assistência a parentes de vítimas. O aeroporto de Barcelona também colocou equipes à disposição de familiares.
Foto: DW/N. Martin
Líderes mobilizados
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, realizou um pronunciamento pela manhã. Ela afirmou que o acidente foi um "choque" e que viajará nesta quarta-feira ao local da queda da aeronave. Os governos de Alemanha, França e Espanha unirão esforços para ajudar no resgate e nos esclarecimentos sobre as causas da queda do voo 4U-9525.
Foto: Reuters/H. Hanschke
Contato perdido
De acordo com autoridades francesas, o avião emitiu um sinal de emergência às 10h47. O site flightradar24.com divulgou que o avião estava a 38 mil pés (11.582 metros), e o contato foi perdido a uma altura de 5 mil pés (1.524 metros).
Foto: Reuters/J.P. Pelissier
Área de difícil acesso
O porta-voz do Ministério francês do Interior, Pierre-Henry Brandet, confirmou que os destroços do avião foram localizados a 2 mil metros de altitude, nos Alpes. Ele afirmou que as buscas e as operações de resgate devem ser "extremamente longas e difíceis", pois o acidente ocorreu em uma área remota.
Foto: Reuters/J.P. Pelissier
Piloto tinha 6 mil horas de voo
O piloto tinha mais de dez anos de experiência e cerca de 6 mil horas de voo acumuladas. O Airbus 320 começou a cair um minuto depois de alcançar a velocidade de cruzeiro. O avião perdeu altitude continuamente durante oito minutos. Entre as vítimas há 67 alemães e 45 pessoas com sobrenome espanhol. A nacionalidade dos demais não foi divulgada.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Christiansen
Pilotos não enviaram sinal de alerta
Segundo as autoridades francesas, os pilotos não enviaram qualquer alerta aos controladores. "Foi o controlador que enviou um alerta, porque havia perdido contato com o avião, por volta das 10h30", disse um porta-voz da Direção Geral de Aviação Civil.
A Germanwings confirmou o número de passageiros e tripulantes a bordo do voo 4U-9525: 144 passageiros e seis tripulantes. Um grupo de 16 estudantes e dois professores de uma escola na cidade de Haltern estava a bordo.
Foto: Reuters/J.P. Pelissier
De Barcelona para Düsseldorf
O Airbus 320 da Germanwings, subsidiária de baixo custo da Lufthansa, fazia o trajeto entre Barcelona, na Espanha, e Düsseldorf, na Alemanha. O acidente ocorreu na região Alpes-de-Haute-Provence, nos Alpes franceses. O avião seria uma das versões mais antigas do modelo A320 e teria sido entregue em 1990 pela Airbus para a Lufthansa.