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Homem morre baleado em Portland após nova noite de protestos

30 de agosto de 2020

Palco de intensos atos antirracismo, cidade americana registrou confrontos entre apoiadores de Trump e ativistas do movimento Black Lives Matter. Polícia não confirma se morte está relacionada às manifestações.

Policiais em Portland
Desencadeados pela morte de George Floyd, protestos em Portland ocorrem há três meses consecutivosFoto: picture-alliance/dpa/P. Bronstein

Um homem foi morto a tiros em Portland, nos Estados Unidos, após a cidade ser alvo de confrontos entre ativistas do movimento antirracista Black Lives Matter e apoiadores do presidente Donald Trump que faziam uma carreata na cidade, informou a polícia local neste domingo (30/08).

Estima-se que cerca de 2.500 manifestantes pró-Trump tenham participado da caravana formada por várias centenas de veículos que percorreu o centro de Portland no sábado à noite.

Segundo a imprensa americana, em alguns momentos houve confrontos entre apoiadores do presidente e contramanifestantes, com membros da caravana atirando balas de paintball e spray de pimenta contra os ativistas de esquerda a partir de seus veículos.

A carreata deixou o centro de Portland por volta das 20h30 (horário local), e policiais ouviram disparos de arma de fogo cerca de 15 minutos depois, segundo uma declaração da polícia. Agentes chegaram ao local "dentro de um minuto", e encontraram um homem com um tiro no peito.

"Médicos no local determinaram que a vítima estava morta", informou a polícia de Portland, que abriu uma investigação de homicídio para apurar o caso. Ainda não está claro quem efetuou os disparos, nem se eles têm relação com os confrontos entre apoiadores e opositores de Trump.

Um vídeo foi divulgado nas redes sociais como sendo do momento em que o homem foi atingido. As imagens mostram um pequeno grupo de pessoas reunidas do lado de fora do que parece ser um estacionamento, quando tiros são disparados, e a vítima cai no chão.

A polícia não deu detalhes sobre a identidade do homem. Segundo a imprensa americana, ele estava usando um boné com o símbolo do Patriot Prayer, um grupo de extrema direita da região de Portland que já se envolveu em outros casos de violência em protestos no passado.

Joey Gibson, líder do grupo, disse neste domingo que não poderia compartilhar muitos detalhes, mas confirmou que o homem era um bom amigo e apoiador do Patriot Prayer, segundo relatou o jornal The New York Times.

Carreata pró-Trump reuniu centenas de pessoas em Portland no sábadoFoto: picture-alliance/dpa/P. Bronstein

A polícia afirmou que dez pessoas foram presas em relação aos confrontos de sábado à noite, mas não especificou se eram manifestantes pró-Trump ou contramanifestantes.

Neste domingo, o presidente americano publicou uma série de mensagens no Twitter reiterando seu discurso eleitoral a favor da lei e da ordem e afirmando que "a Guarda Nacional está pronta, disposta e capaz" para intervir na segurança da cidade, basta o governo local solicitar.

Trump também chamou seus apoiadores que participaram da caravana de "grandes patriotas" e compartilhou mensagens que atribuíam a culpa da violência às autoridades locais.

O secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, ecoou a fala do presidente ao afirmar que os líderes regionais são culpados por promover um "ambiente de ilegalidade e caos". Ele disse ainda que "todas as opções continuam sobre a mesa" para resolver os atos violentos em Portland, incluindo o envio de forças de segurança federais.

Ao longo dos últimos três meses, a cidade localizada no estado de Oregon tem sido palco de intensos protestos antirracismo, a maioria noturnos, desencadeados pela morte de George Floyd, um homem negro morto durante uma operação policial em Minneapolis no final de maio.

Os americanos têm saído às ruas também em outras cidades do país para protestar contra a violência policial e o racismo sistêmico no país.

Na semana passada, duas pessoas foram mortas a tiros na cidade de Kenosha, Wisconsin, durante manifestações motivadas pelo episódio de brutalidade policial contra o afro-americano Jacob Blake, que foi baleado várias vezes à queima-roupa por agentes em 23 de agosto.

Um adolescente de 17 anos foi detido e está sendo denunciado por atirar contra as duas pessoas que morreram e contra uma terceira que sobreviveu, durante os atos antirracismo em Kenosha. Trump planeja visitar a cidade pessoalmente na próxima terça-feira.

EK/afp/dpa/ap/rtr/ots

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