Atirador sai de mercearia, saca fuzil e dispara ao menos dez tiros contra clientes de bar. Duas pessoas morrem e outras sete ficam feridas. Motivo não está claro, mas pistas apontam para ato terrorista.
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Um homem armado abriu fogo num bar em Tel Aviv nesta sexta-feira (1º/01), matando duas pessoas e ferindo outras sete. O atirador conseguiu fugir, e a polícia israelense afirma não saber a motivação do ataque.
Segundo o diário israelense Haaretz, o ataque ocorreu no bar Simta, próximo ao litoral da capital israelense. Dois dos feridos estão em estado crítico, enquanto o restante sofreu ferimentos leves. Um dos mortos foi identificado como Alon Bakal, um gerente do Simta. Muitos dos presentes no bar estavam participando de uma festa de aniversário.
Testemunhas disseram ao jornal israelense Times of Israel que cerca de dez tiros foram disparados. Imagens de câmeras de segurança numa mercearia ao lado do bar mostram o atirador tirando um fuzil a mochila, saindo da loja e abrindo fogo.
Em outro vídeo, de dentro do Simta, é possível ver pessoas se agachando debaixo de mesas.
O prefeito de Tel Aviv, Ron Chuldai, disse que o motivo do ataque ainda não está claro, mas que autoridades presumem se tratar de um ataque terrorista. A opinião foi compartilhada pelo dono do bar, Nati Shakked. "Foi um ataque terrorista, sem dúvida", disse à emissora israelense Channel Two.
A emissora Channel Ten e outros meios de comunicação de Israel afirmaram que a identidade do atirador era conhecida pelas autoridades. O analista de Defesa do canal, Alon Ben-David, disse que o atirador é um árabe israelense e que o pai viu a imagem do filho na televisão e notificado as autoridades.
Ben-David acrescentou que o comportamento calmo e a maneira como o atirador segurou a arma e atirou mostram que ele foi bem treinado. Ainda segundo o analista, um Alcorão foi encontrado na mochila deixada pelo atirador na mercearia.
Desde outubro, Tel Aviv tem visto um aumento em ataques palestinos. O atual conflito, o mais grave em anos, foi iniciado em parte pela ira dos palestinos sobre o que eles veem como uma invasão judaica da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, local que também é considerado sagrado pelos judeus. Israel afirma estar mantendo o status quo no complexo religioso.
Com o aumento da violência, mais de 20 israelenses e 140 palestinos morreram nos últimos três meses.
Nos últimos anos, Tel Aviv sofreu poucos ataques terroristas: em Israel, os principais conflitos ocorrem ao longo da Faixa de Gaza ou em torno da Cisjordânia. Jerusalém – cidade sagrada tanto para judeus quanto para muçulmanos e considerada capital por israelenses e palestinos – sempre foi um grande ponto de confrontos. Já a secular Tel Aviv é quase um oásis de segurança.
PV/lusa/rtr/dpa/rtr/ots
Os 50 dias de guerra em Gaza em 2014
Os momentos-chave do conflito entre Israel e Hamas, que deixou mais de 2 mil mortos.
Foto: Reuters
Governo de unidade palestino
Em 2 de junho, en Ramallah, na Cisjordânia, Hamas e Fatah oficializam um governo de unidade. Europeus e americanos manifestam apoio, porém com cautela. O governo israelense reage e suspende as negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, por considerar o Hamas uma organização terrorista.
Foto: Reuters
Sequestro de três estudantes
Em 12 de junho, três estudantes israelenses são sequestrados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu culpa o Hamas pelo desaparecimento dos jovens. No final de junho, os corpos são encontrados. Em 23 de agosto, pouco antes do cessar-fogo duradouro, o Hamas assumiria envolvimento no assassinato dos três.
Foto: Menahem Kahana/AFP/Getty Images
Assassinato de jovem palestino
Em 2 de julho, o corpo de um adolescente palestino, de 16 anos, é encontrado numa floresta perto de Jerusalém. A família acusa colonos israelenses do assassinato. Na parte árabe de Jerusalém, há confrontos com a polícia israelense. Após seguidos lançamentos de foguetes a partir da Faixa de Gaza, o Exército israelense move tropas adicionais à divisa com o território palestino.
Foto: Getty Images
Começa a guerra
Em 8 de julho, o conflito entre israelenses e palestinos torna-se novamente uma guerra. Em poucas horas, dezenas de foguetes são lançados da Faixa de Gaza contra Israel. Não há feridos, já que grande parte dos mísseis são destruídos no ar. Nos ataques aéreos israelenses, mais de 20 pessoas são mortas.
Foto: Reuters
Iniciam-se as negociações
Após uma semana de conflito, em 14 de julho surge a primeira esperança de um cessar-fogo. O Egito intervém como mediador. Israel concorda com uma trégua prevista para o dia seguinte. O Hamas rejeita a proposta egípcia. "Um armistício sem um acordo com Israel está fora de questão", disse o porta-voz do grupo. A guerra, então, já tinha 180 mortos.
Foto: Reuters
A primeira trégua
Em 17 de julho, pela primeira vez desde o início dos combates, Israel e Hamas concordam com um cessar-fogo de cinco horas. Após o período, Israel começa uma ofensiva terrestre. Netanyahu detalha os objetivos da operação: a infraestrutura do Hamas deve ser destruída, especialmente os chamados "túneis do terror".
Foto: DAVID BUIMOVITCH/AFP/Getty Images
Protestos pelo mundo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apela por uma suspensão dos ataques. Um dia depois, em 20 de julho, ele viaja com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ao Cairo para discutir uma trégua. Em Gaza, milhares de pessoas fogem de suas casas e procuram abrigo. Em alguns países, há protestos contra a ofensiva de Israel. Em Paris, há manifestações e ataques contra instituições judaicas.
Foto: Reuters
Ataque a escola da ONU
Em 24 de julho, 15 pessoas morrem e mais de 200 ficam feridas em um ataque israelense a uma escola das Nações Unidas. O Exército de Israel argumenta que havia avisado sobre a investida antes de ela ocorrer. A agência de refugiados da ONU informa que a evacuação da escola não era possível. Mais de 570 palestinos e 25 soldados israelenses são as vítimas da guerra até então.
Foto: Reuters
Novo cessar-fogo
Em 26 de julho, começa um cessar-fogo de 12 horas. Em Paris, ministros do Exterior se encontram para discutir uma trégua permanente. Muitos palestinos usam a suspensão dos ataques para comprar medicamentos e alimentos. Os serviços de emergência retiram mais de 130 corpos dos escombros. Israel anuncia o prolongamento do cessar-fogo por algumas horas, mas o Hamas dispara foguetes novamente.
Foto: imago
Tréguas violadas
Uma nova trégua é violada, em 1º de agosto. Nos dias seguintes, o caso se repete. No início de agosto, Israel dispara novamente contra uma escola da ONU e, em seguida, retira as tropas terrestres da Faixa de Gaza. No Cairo, as partes envolvidas no conflito negociam um cessar-fogo duradouro.
Foto: picture-alliance/dpa
Chance à paz
A mais longa trégua desde o início da guerra possibilita, a partir de 10 de agosto, negociações. O cessar-fogo que era para durar três dias se estende por nove. O mediador, Egito, evita a longa lista de exigências dos dois lados. Um pequeno texto seria promissor para um possível acordo. A abertura das fronteiras de Gaza e a expansão gradual da zona de pesca são discutidas.
Foto: picture-alliance/AP
Mortes passam de 2 mil
Um armistício permanente é quase alcançado em 19 de agosto. Mas foguetes são novamente lançados. Israel responde e mata, entre outros, a mulher e filho de um chefe militar do Hamas nos ataques. Dois mil palestinos foram mortos e mais de 10 mil ficaram feridos na guerra. O lado israelense contabiliza as mortes de 64 soldados e três civis. Uma criança israelense morre por um foguete lançado de Gaza.
Foto: Menahem Kahana/AFP/Getty Images
Cessar-fogo permanente
Depois de 50 dias de guerra, em 26 de agosto o Egito consegue fazer as duas partes chegarem, enfim, a um cessar-fogo permanente. O acordo entre os palestinos e Israel garante que as fronteiras de Gaza serão reabertas. As negociações para tratar de mais detalhes do acordo continuam em quatro semanas.