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Homem armado mantém reféns em Sydney

15 de dezembro de 2014

Polícia isolou área em torno de café na metrópole australiana, onde um homem armado mantém dezenas de reféns. Bandeira preta similar à do grupo terrorista "Estado Islâmico" foi pendurada na vitrine do café.

Foto: dpa

Um homem armado mantém dezenas de pessoas reféns dentro do café Lindt no centro de Sydney desde a manhã desta segunda-feira (15/12). Imagens da TV local mostraram os reféns sendo forçados a segurar uma bandeira preta com dizeres em árabe, similar à utilizada pela milícia terrorista "Estado Islâmico".

Negociadores da polícia local estabeleceram contato com o sequestrador, mas sua identidade permanece desconhecida. "Ainda não confirmamos se tratar de um ataque terrorista", disse o comissário de polícia Andrew Scipione, mas afirmou que a estratégia de ação da polícia é consistente com a de um atentado.

Um dos reféns ligou para uma rádio local dizendo que o atirador exige uma bandeira do "Estado Islâmico" e que quer falar com o primeiro ministro Tony Abbott pelo rádio. Os reféns disseram que o sequestrador afirmou ter plantado quatro bombas, duas no café e outras duas em diferentes partes da cidade.

Pessoas são mantidas reféns em cafeteria de Sydney

01:18

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Dezenas de policiais fortemente armados cercaram o café na Martin Place, distrito financeiro no centro da cidade, que abriga também o Banco de Reserva da Austrália, o gabinete do primeiro ministro e outros dois grandes bancos do país.

O chefe executive da Lindt Austrália, Steve Loane, disse haver "provavelmente 30 clientes" dentro do café, juntamente com mais 10 funcionários. Pouco depois um porta-voz da polícia reduziu a estimativa, mas não informou o número exato de reféns.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, disse que as motivações do sequestro não estão claras. "Nós ainda não sabemos se essa ação tem motivações políticas, há indícios de que possa ter", disse Abbott a repórteres na capital Camberra, qualificando o incidente de "perturbador".

A polícia estabeleceu um cordão de isolamento na área e evacuou escritórios próximos. Um porta-voz da polícia disse não haver relato de feridos. Três homens saíram correndo pela saída de incêndio do prédio gritando "não atirem!" e se protegeram entre os policiais. Duas mulheres também saíram pouco depois, mas ainda não se sabe se elas escaparam ou foram liberadas.

Três homens conseguiram escapar do caféFoto: AFP/Getty Images/W. West

O estudioso do islamismo Zain Ali, da Universidade de Auckland, disse que a provável tradução da mensagem na bandeira preta é "não há outra divindade além de Deus (Allah), e Maomé é o mensageiro de Deus". Esta é uma declaração conhecida como shahada, o primeiro dos cinco pilares da fé muçulmana. Até o momento, mais de 40 grupos muçulmanos na Austrália condenaram a ação do sequestrador.

"Nós rejeitamos qualquer tentativa de tirar vidas humanas inocentes ou de instaurar medo e terror em seus corações", disseram eles em um comunicado conjunto, acrescentando se tratar de um "ato abominável".

A famosa Ópera de Sydney foi evacuada mais cedo na segunda-feira, depois que um pacote suspeito foi descoberto. Não há informações sobre a ligação entre o pacote e incidente no café.

(Última atualização às 10:58 MEZ)

FF/ap, rtr, afp, dpa