Homem morto pela polícia de Paris portava bandeira do EI
8 de janeiro de 2016
Policiais dispararam contra suspeito que tentou invadir delegacia com faca e cinto explosivo falso. Autoridades dizem que ele gritou "Alá é grande". Indícios apontam para jovem marroquino em situação ilegal na França.
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O homem morto pela polícia em frente a uma delegacia no norte de Paris, nesta quinta-feira (07/01), já foi identificado e teria jurado "lealdade" ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), comunicou o promotor da capital francesa, François Molins.
Segundo os investigadores, o homem portava uma faca, uma imitação de um cinto de explosivos, uma bandeira do "Estado Islâmico" e um papel que mencionava, em árabe, sua "lealdade" ao líder do grupo jihadista, Abu Bakr al-Baghdadi, justificando seu ato como uma vingança pelos "ataques na Síria".
Autoridades não identificaram publicamente o suspeito. No entanto, um fonte das forças de segurança disse que a polícia francesa estava "trabalhando com a hipótese de se tratar de um marroquino de 20 anos, que esteve envolvido num delito de roubo ocorrido no sul da França, em 2013".
A fonte, que falou sob condição de anonimato, afirmou que as impressões digitais do agressor combinavam com as do suspeito do roubo, que na época se identificou como Ali Sallah, nascido em 1995 em Casablanca. No entanto, segundo a fonte, o agressor desta quinta-feira aparentava ter mais do que 20 anos de idade.
Sallah havia sido condenado a deixar o país depois do incidente de 2013. Os investigadores ainda estão tentando determinar se e quando o homem voltou a Paris.
O homem foi abatido na frente de uma delegacia de polícia localizada na Rue de la Goutte d'Or, no 18º arrondissement de Paris. A área tem um elevado índice de criminalidade. Segundo o porta-voz do Ministério do Interior da França, o homem teria gritado "Alá é grande" quando tentou invadir a delegacia.
O incidente ocorreu no dia do primeiro aniversário do ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, pouco depois de o presidente François Hollande fazer um discurso em homenagem às vítimas.
PV/lusa/afp/rtr/ap/dpa
Imagens do ataque à redação do "Charlie Hebdo"
Grupo armado invade redação da publicação satírica, famosa por caricaturas de líderes muçulmanos, e mata 12 pessoas. Atiradores conseguem fugir.
Foto: A. Gelbard/AFP/Getty Images
Alvo de atentado
Policiais e bombeiros socorrem as vítimas do ataque à redação do "Charlie Hebdo". Cinco dos feridos foram hospitalizados em estado grave. Publicação já foi atingida por uma bomba incendiária em 2011, após publicar caricaturas do profeta Maomé.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Atiradores gritaram "vingamos o profeta"
Ao invadir a redação do semanário, os atiradores gritaram "vingamos o profeta" e "Allahu Akbar" (Deus é grande). Ao menos 12 pessoas foram executadas e outras 11 ficaram feridas.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Photo/T. Camus
Atiradores confrontam polícia
Dois autores do atentado são vistos perto da sede do jornal semanal "Charlie Hebdo", em Paris. Ao fundo, um carro da polícia.
Foto: A. Gelbard/AFP/Getty Images
Marca dos tiros
Ataque terrorista deixou também dois policiais mortos. No vidro desta viatura policial podem ser vistos os furos deixados pelos fuzis usados pelos atiradores.
Foto: STR/AFP/Getty Images
Edifício próximo a pontos turísticos
Sede da redação do periódico "Charlie Hebdo" fica no centro de Paris, próxima a pontos turísticos famosos, como a Catedral de Notre-Dame e a Praça da Bastilha.
Foto: Marc Piasecki/Getty Images
"Extrema barbárie"
O presidente francês, François Hollande, compareceu ao local do atentado e chamou o incidente de "ataque terrorista" de "extrema barbárie". O governo do país convocou uma reunião emergencial de ministros para debater o ocorrido. A comunidade internacional, inclindo os países da Liga Árabe, condenou o atentado.
Foto: K. Tribouillard/AFP/Getty Images
Vigília em Paris
Dezenas de milhares de pessoas se juntaram a vigílias em Paris e outras cidades da França para homenagear as vítimas do ataque terrorista. Cerca de 35 mil pessoas se reuniram na Praça da República, em Paris, distante apenas um quilômetro do local onde ocorreu o massacre. Outras 20 mil pessoas saíram às ruas de Lyon e Toulouse, afirmou a polícia francesa.