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Homenagem a McCain é marcada por críticas a Trump

1 de setembro de 2018

Missa em memória de senador e herói de guerra contou com discursos de George W. Bush e Barack Obama, que mandaram recados indiretos ao atual presidente.

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Na cerimônia, Obama afirmou que McCain ajudou ele e Bush a serem “presidentes melhores”Foto: Reuters/R. Wattie

Barack Obama e George W. Bush prestaram neste sábado (01/09) homenagem ao senador e herói de guerra John McCain, que morreu aos 81 anos na semana passada. Antigos rivais de McCain, os dois ex-presidentes participaram de uma missa na Catedral de Washington, uma cerimônia cuidadosamente organizada pelo próprio McCain em seus derradeiros meses de vida.

A presença do republicano Bush e do democrata Obama, que foram convidados a falar pelo próprio McCain, também foi encarada como uma demonstração da ideia de convivência pacífica e colaboração política entre os dois partidos que o senador defendeu ao longo da sua carreira.

Obama, que derrotou o senador na eleição presidencial de 2008, disse que McCain fez dele e de Bush "presidentes melhores”. "Assim como melhorou o Senado. Assim como melhorou este país. Viemos celebrar um homem extraordinário, um guerreiro, um estadista, um patriota que incorporou o que é melhor na América", disse Obama.

Já Bush, que derrotou McCain nas primárias presidenciais republicanas de 2000, afirmou que aproveitou "um dos grandes presentes da vida, a amizade de John McCain”. "E vou sentir falta disso”, disse.

Entre convidados da cerimônia estavam, ainda, o ex-presidente democrata Bill Clinton e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-candidato republicano à Presidência Mitt Romney, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e os ex-senadores Bob Dole e John Kerry.

O evento teve uma ausência notável: o presidente Donald Trump, que se envolveu nos últimos anos em disputas públicas com McCain e na última campana presidencial chegou a sugerir que o senador não era um "herói de guerra”. Durante a Guerra do Vietnã, McCain foi aprisionado pela forças comunistas e regularmente torturado ao longo de cinco anos e meio. 

A família do senador havia deixado claro que o presidente não era bem-vindo nas diferentes cerimônias em homenagem a McCain. Segundo a imprensa americana, Trump tirou o sábado para jogar golfe, enquanto sua filha Ivanka e seu genro Jard Kushner compareceram à missa.

Bush afirmou que McCain "não podia suportar fanáticos e déspotas arrogantes"Foto: Reuters/R. Wattie

Segundo a imprensa americana, Trump teria pessoalmente vetado a palavra "herói" na nota da Casa Branca sobre o falecimento do senador.

Ausente, Trump acabou sendo alvo de críticas veladas por parte da filha de McCain, Meghan, e também de Bush e Obama. Meghan chegou a fazer em seu discurso uma referência ao slogan eleitoral de Trump "Faça a América grande de novo”.

"Nós nos reunimos para velar a morte da grandeza americana, a real, não a retórica barata de homens que nunca chegarão perto do sacrifício que ele prestou de boa vontade, nem a apropriação oportunista daqueles que vivem uma vida de confortos e privilégios, enquanto ele sofreu e serviu. A América de John McCain não tem necessidade de se tornar grande de novo, porque a América sempre foi grande”, disse ela.

Obama, por sua vez, criticou de maneira indireta em seu discurso a política de enfrentamento típica do governo Trump.

"Muito da nossa política, da nossa vida pública, do nosso discurso público pode parecer pequeno e mesquinho, repleto de insultos e de controvérsias falsas e ultraje fabricado", disse Obama." É uma política que finge ser corajosa e dura, mas na verdade é nascida do medo. John nos chamou para sermos maior que isso. Ele nos chamou para sermos melhores que isso ".

Já Bush citou que McCain detestava o "abuso de poder”. "Ele amava a liberdade com a paixão de um homem que conhecia sua ausência. Ele respeitava a dignidade inerente a toda vida, uma dignidade que não para nas fronteiras e não pode ser apagada por ditadores", disse Bush." Talvez acima de tudo, John detestasse o abuso de poder. Ele não podia suportar fanáticos e déspotas arrogantes."

Neste domingo, o corpo de McCain será enterrado em Annapolis, no Estado de Maryland, onde fica a sede da Academia Naval dos Estados Unidos. McCain estudou na instituição e foi membro da turma de 1958.

JPS/efe/afp/ap

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