Fósseis localizados no Marrocos têm cerca de 300 mil anos, 100 mil anos a mais do que os mais antigos de que se tinha conhecimento até então. Descoberta revoluciona pesquisa sobre origem humana.
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Um grupo de pesquisadores localizou no Marrocos os fósseis mais antigos do Homo sapiens de que se tem conhecimento, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (07/06) pela revista Nature.
O estudo revelou que os restos mortais, localizados num sítio arqueológico chamado Jebel Irhoud, a 150 quilômetros a oeste de Marrakesh, teriam cerca de 300 mil anos. Eles seriam, portanto, 100 mil mais antigos do que encontrados em Omo Kibish, na Etiópia, em 1967, considerados até então os mais velhos do mundo.
Entre os restos mortais descobertos no Marrocos estão crânios, dentes e ossos de membros de cinco indivíduos: três adultos, um adolescente e uma criança de cerca de oito anos de idade.
Análises indicaram que o cérebro dos fósseis era mais alongado do que o atual e que talvez, assim como forma, as funções cerebrais tenham evoluído apenas mais tarde. Já o formato do rosto dos fósseis encontrados é semelhante ao Homo sapiens atual.
Os restos mortais encontrados no Marrocos indicam ainda que o Homo sapiens migrou pelo continente africano antes de partir para outras regiões.
"Nossos dados mostram que o Homo sapiens já havia se espalhado há cerca de 300 mil anos pela África. Muito antes de o ser humano moderno deixar o continente", afirmou o paleoantropólogo francês Jean-Jacques Hublin, coordenador da pesquisa realizada pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha.
Um resto de crânio encontrado em Jebel Irhoud apresenta "um mosaico de características, incluindo morfologia facial, mandibular e dental que alinha esse material com restos humanos primitivos ou considerados anatomicamente modernos", destaca o estudo.
Junto com os fósseis foram encontrados em Jebel Irhoud ossos de animais de caça, como gazelas e zebras, e instrumentos feitos de pedra. A descoberta lança uma nova luz sobre a evolução e a origem da espécie humana.
CN/efe/rtr/ots/ap
Mistério medieval em Frankfurt
Em 1992, os restos mortais de duas crianças foram descobertos sob uma catedral de Frankfurt. Agora, arqueólogos dizem que elas podem ter tido ligações familiares até com Carlos Magno.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Novas descobertas
Localizada em Frankfurt, a catedral de São Bartolomeu ganhou mais uma marca para seus 1.300 anos de história. Uma equipe de arqueólogos revelou que uma tumba misteriosa, foco de mais de 20 anos de pesquisa, continha não apenas uma, mas duas crianças. Acredita-se que elas tenham raízes nobres. Os pesquisadores também revisaram o ano da morte de 850 para antes de 730.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Anéis de ouro
Em 1992, uma escavação feita embaixo da catedral levou à descoberta dos restos mortais de uma menina. Ela estava coberta com joias de ouro, com estes anéis nos dedos. A decoração do túmulo tem origens na Dinastia Merovíngia, um grupo de tribos da Francônia que conquistou partes do norte da França e preparou o caminho para o Cristianismo no que são hoje os estados alemães de Hessen e Turíngia.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Eixo central
Os arqueólogos acreditavam que a garota havia sido sepultada por volta do ano 850 porque o túmulo se encontrava paralelo ao eixo central da catedral (em vermelho). Porém, uma análise aprofundada levou à descoberta de que não só a data do sepultamento era anterior ao que se pensava, mas de que a menina não estava sozinha na tumba.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Raízes escandinavas?
A sepultura também continha cinzas. Primeiramente, os arqueólogos não perceberam que os restos mortais eram de outra criança, que teria cerca de quatro anos de idade. A presença de garras de urso, bem como de ossadas de outros animais, remete a uma tradição pagã trazida possivelmente no século 11 por colonizadores escandinavos.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Detalhes de vidro e ouro
Sinais da influência escandinava também aparecem no colar encontrado no túmulo da garota, cujo medalhão central tem origem no norte europeu. Os pesquisadores ainda não identificaram a ligação entra as duas crianças, mas, devido ao destaque que o túmulo possui na base da igreja, acreditam que ambas foram reverenciadas pelos locais por séculos após a morte.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Transição religiosa
Uma cruz decorada a ouro que adorna o manto das crianças indica que houve ali um funeral cristão. Com a presença de antigos rituais pagãs alemães, o túmulo ilustra uma época em que a região do Baixo Reno passava por uma transição religiosa.
Foto: Archäologisches Museum Frankfurt
Conexão com Carlos Magno?
Segundo os pesquisadores, se a menina pertencia à nobreza, ela teria ligações com a poderosa família Hedenen, de onde veio a quarta esposa de Carlos Magno (742-814), Fastrada. Na mesma catedral, em 794, foi realizado o Conselho de Frankfurt, o mais importante reunindo bispos do Ocidente, organizado por Carlos Magno. Nele, foram definidas as bases teóricas para o Sacro Império Romano-Germânico.