O governo de Hong Kong cancelou nesta quinta-feira (09/10) as conversações com os representantes estudantis que lideram os protestos pró-democráticos na região autônoma, originalmente agendadas agendado para a sexta-feira. Autoridades culpam os estudantes pelo cancelamento do encontro, enquanto estes afirmam ter-se tratado de uma decisão unilateral do governo.

Ao anunciar o cancelamento, a secretária-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, declarou que os estudantes as bases para um diálogo produtivo foram minadas por declarações dos jovens manifestantes. "Realmente lamento que não sejamos capazes de ter um encontro amanhã que produza um resultado construtivo."

Segundo Lam, os estudantes não cumpriram as condições para o prosseguimento das conversas "Agora eles insistem numa nomeação pública e querem abolir a decisão tomada pelo Congresso Nacional do Povo", disse. Por sua vez, a federação estudantil de Hong Kong reagiu ao cancelamento do encontro acusando o governo local de "nunca ter qualquer sinceridade para encarar as necessidades do povo de Hong Kong".

O líder da federação, Alex Chow, criticou Lam por citar as exigências dos estudantes como motivo para o cancelamento das negociações. "Hong Kong é um lugar com liberdade de expressão. Será que não temos o direito de fazer exigências? O desejo da população de Hong Kong de revogar a decisão do Congresso Nacional do Povo é perfeitamente razoável", concluiu.

Há duas semanas, os manifestantes estão bloqueando parte das ruas daquela região administrativa chinesa, exigindo o direito de nomear publicamente os candidatos para o cargo de executivo-chefe da região. Pequim insiste em manter o controle das candidaturas.

PV/dpa/ap