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Hungria começa a erguer cerca para barrar migrantes

13 de julho de 2015

Maioria dos refugiados que chegou ao país em 2015 veio pela Sérvia. Governo quer barrar fluxo com muro de 175 quilômetros de comprimento e quatro metros de altura construído na fronteira entre os dois países.

Foto: picture-alliance/dpa/S. Koszticsak

A Hungria começou a erguer nesta segunda-feira (13/07) a cerca na fronteira com a Sérvia, para impedir a entrada de migrantes no país. Um comunicado dos ministérios do Interior e da Defesa anunciou a construção dos primeiros 150 metros da estrutura na cidade de Morahalom, localizada a 180 quilômetros da capital Budapeste.

"Não há ideia melhor para resolver essa situação insustentável", declarou Zoltan Nogradi, prefeito de Morahalom, que pertence ao partido de direita e nacionalista Fidesz.

Somente neste ano, mais de 78 mil migrantes e refugiados chegaram à Hungria, quase o dobro do total registrado no ano passado. Segundo o comunicado dos ministérios, cerca de 77,6 mil deles entraram no país pela fronteira com a Sérvia. Cerca de 80% dos migrantes são oriundos de países em guerra, como Síria e Iraque e Afeganistão.

Nos últimos dois anos, a Hungria se tornou uma das principais portas de entradas para migrantes vindos do Afeganistão, Iraque, Síria e Kosovo em direção, principalmente, à Alemanha e à Áustria.

Apesar da maioria dos refugiados que chega à Hungria desejar ir para outros países europeus, o governo húngaro teme que eles sejam mandados de volta, pois a Convenção de Dublin, em vigor desde 1997, define que o país da UE por onde o solicitante entrou é obrigado a tratar seu caso.

Para barrar esse fluxo, o governo pretende construir uma cerca de 175 quilômetros de comprimento e quatro metros de altura na fronteira com a Sérvia. Segundo o ministro húngaro do Exterior, Peter Szijjarto, a cerca será construída inicialmente em oito das dez regiões "mais expostas à pressão da imigração".

Além da cerca, o governo também endureceu as leis de migração. O Parlamento húngaro aprovou na semana passada uma legislação mais rígida para a requisição de asilo no país.

A nova lei estabelece o cancelamento de pedidos de refugiados que deixarem suas residências por mais de 48 horas sem autorização oficial, prevê acelerar o processo de análise dos pedidos e a rejeição de solicitações de migrantes vindos da Síria, Afeganistão e Iraque e que passaram por outros países "seguros" antes de chegar à Hungria.

CN/rtr/ap/afp/lusa

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