Candidato do PSL sobe quatro pontos percentuais e mantém liderança da corrida presidencial na primeira pesquisa do instituto após ataque a faca. Ciro, Alckmin, Marina e Haddad empatam tecnicamente em segundo lugar.
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O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) subiu quatro pontos percentuais e soma agora 26% das intenções de voto, segundo apontou uma pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (11/09). A sondagem é a primeira feita pelo instituto depois do ataque a faca contra o deputado.
A segunda posição na corrida presidencial – em linha com a pesquisa Datafolha revelada na véspera – tem um empate técnico entre quatro candidatos: Ciro Gomes (PDT), com 11%, Marina Silva (Rede), com 9%, Geraldo Alckmin (PSDB), com 9%, e Fernando Haddad (PT), com 8%.
Entre os principais candidatos, Marina foi a que mais perdeu força em comparação com o levantamento anterior, divulgado pelo Ibope em 5 de setembro. A presidenciável da Rede, antes com 12% das intenções, perdeu três pontos percentuais. Já Ciro, também com 12%, caiu um ponto.
Alckmin, por outro lado, continua com os mesmos 9% conquistados na pesquisa anterior, enquanto Haddad subiu dois pontos percentuais, ante os 6% revelados na semana passada.
Após esse grupo, seguem empatados com 3% das intenções de voto os candidatos Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). Já Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo (Patriota) foram indicados por 1% dos eleitores entrevistados.
Por sua vez, os presidenciáveis Guilherme Boulos (Psol), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram na pesquisa, ou seja, atingiram menos de 1% das intenções.
Os votos brancos ou nulos somaram 19%, ante os 21% da sondagem anterior. Além disso, 7% não souberam ou não quiseram responder – o mesmo percentual do outro levantamento.
Segundo turno
A pesquisa Ibope apontou ainda empates técnicos nos quatro cenários simulados para o segundo turno, todos incluindo Bolsonaro. Em uma possível disputa isolada com Ciro, o candidato do PSL teria 37% dos votos, diante de 40% para o ex-ministro.
Com Alckmin, Bolsonaro teria também 37%, ante 38% para o ex-governador tucano. Num segundo turno com Marina, ambos alcançariam 38% dos votos. O ex-militar só se sairia melhor numa disputa com Haddad, somando 40% das intenções, contra os 36% do petista.
Rejeição
Além de líder da corrida presidencial, Bolsonaro lidera também o ranking de candidatos em quem os eleitores não votariam de jeito nenhum. A rejeição do deputado é de 41% – na semana passada, era de 44%. Já Marina tem 24%, Haddad, 23%, Alckmin, 19%, e Ciro, 17%.
Em seguida vêm Meirelles, Cabo Daciolo, Eymael, Boulos e Vera Lúcia, todos com 11%, Amoêdo, com 10%, Alvaro Dias, com 9%, e João Goulart Filho, com 8%.
O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 145 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos de cada resultado apurado.
A pesquisa foi realizada entre 8 e 10 de setembro, poucos dias após o ataque a faca contra Bolsonaro em Juiz de Fora (MG). O candidato do PSL passou por cirurgia e, nesta terça-feira, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), informou um boletim médico.
Treze nomes se lançaram na disputa pelo Planalto, entre eles vários veteranos de disputas presidenciais.
Foto: picture-alliance/Ap Photo/N. Antoine
Jair Bolsonaro (PSL)
Militar reformado e deputado no sétimo mandato, Bolsonaro, de 63 anos, encarna uma candidatura de cunho ultraconservador. Ele fala abertamente contra homossexuais, defende a posse de armas e elogia o regime militar – a ponto de fazer apologia à tortura. Tem sido um fenômeno nas pesquisas e aposta nas redes sociais para reverter a falta de estrutura de sua sigla nanica e a escassez de alianças.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Fernando Haddad (PT)
Por um tempo encarado como plano B do PT, o ex-prefeito de São Paulo, de 55 anos, foi oficializado candidato à Presidência a menos de um mês do primeiro turno, após se esgotarem as chances de Lula concorrer. Preso e virtualmente inelegível pela Ficha Limpa, o ex-presidente era líder nas pesquisas. Agora o desafio será transferir votos para Haddad, que foi ministro nos governos petistas.
Foto: picture-alliance/AP/A. Penner
Ciro Gomes (PDT)
Ex-governador e ex-ministro, Ciro, de 60 anos, disputa sua terceira eleição presidencial. Em 2018, diante das dificuldades de Lula, se colocou como alternativa no campo da esquerda. Conhecido pelo estilo explosivo, tem se concentrado em abordar temas econômicos. Apesar dos acenos ao PT, acabou isolado na formação de alianças e teve que se contentar com uma vice do próprio partido.
Foto: Imago/Fotoarena
Marina Silva (Rede)
A ex-ministra disputa sua terceira eleição presidencial, desta vez por um partido próprio. Em 2010 e 2014, terminou em terceiro lugar. Com um discurso que prega a ética na política, ela tenta contornar o pouco tempo de TV e a falta de recursos da sua legenda. Também teve dificuldades em fechar alianças com siglas relevantes e só vai contar com o apoio do pequeno PV.
Foto: Agência Brasil/F.Rodrigues Pozzebom
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de SP é outro veterano de disputas presidenciais. Nesta campanha, Alckmin, de 65 anos, conseguiu articular a maior frente de alianças ao atrair várias siglas do "centrão" - partidos conhecidos pelo fisiologismo. Ao longo da pré-campanha, penou nas pesquisas. Seu histórico não é promissor: ao fim do 2° turno presidencial de 2006 terminou com menos votos do que na rodada anterior.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Alvaro Dias (Podemos)
O senador paranaense vem promovendo um discurso moralizador contra a corrupção repleto de elogios à Operação Lava Jato. Aos 73 anos, já foi filiado a oito partidos, inclusive ao PSDB. Sua candidatura tem se mostrado competitiva no Sul do Brasil, o que é visto como um desafio para os tucanos de Alckmin, que sempre tiveram bom desempenho na região.
Foto: Agência Brasil/A. Cruz
Henrique Meirelles (MDB)
Ex-ministro da Fazenda, Meirelles, de 72 anos, é o candidato do presidente Michel Temer. Em sua campanha, tem defendido a política econômica do governo. Sua associação com o impopular Temer tem representando um desafio para sua candidatura. Sem conseguir formar alianças, se contentou em disputar com uma chapa pura. Esta é a primeira candidatura do MDB à Presidência em 24 anos.
Foto: Reuters/A. Machado
Guilherme Boulos (Psol)
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos, de 36 anos, foi escolhido candidato do Psol em uma disputa que rachou o partido. Adversários apontaram que sua proximidade com Lula transformaria a sigla em um "puxadinho do PT". Tem focado sua campanha na distribuição de renda e em críticas a Temer. Por enquanto tem penado nas pesquisas. Sua vice é uma líder indígena.
Foto: Agência Brasil/R. Riosa
Os nanicos
Seis candidatos disputam a Presidência por siglas nanicas. Entre eles o ex-banqueiro liberal João Amoêdo (Novo) e a ativista sindical Vera Lúcia (PSTU). O folclórico José Maria Eymael (DC), conhecido pelo seu jingle “Ey, Ey, Eymael”, disputa sua quarta eleição. O evangélico Cabo Daciolo é o candidato do Patriota (antigo PEN). Já filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente, disputa pelo PPL.